O turismo de natureza é uma tendência mundial e atrai cada vez mais pessoas no estado do Maranhão. Este ano, por exemplo, a procura deve aumentar entre 15 e 25 por cento. Esse crescimento significa novos investimentos, ideias novas e serviços para agradar ao turista. A empresária Izabel Eliezer percebeu essa tendência há 23 anos, quando viu as serras de Carolina, a 860 km de São Luís, pela primeira vez. Ela e o marido compraram uma pequena pousada e trabalharam duro para crescer o negócio que deu certo. Atualmente, o espaço é um dos mais procurados pelos turistas.

O local possui 32 apartamentos e mais 12 serão construídos. Além disso, a empresa que começou com três funcionários tem agora 15, e novos empreendimentos foram feitos. Segundo Izabel, além da pousada, ela e o seu marido ainda administram uma agência de viagens, uma pizzaria e os projetos só tendem  expandir cada vez mais. “Hoje a gente trabalha com agência. Nós temos uma agência de viagens, temos uma pizzaria na cidade e a ideia já é construir futuramente mais um hotel e a própria pousada hoje já tem um projeto de expansão de mais 12 apartamentos”.

Quem se aventura a empreender agora tem sonhos parecidos com os de Izabel. Como é o caso dos também empresários Madalena e Geciel, que resolveram transformar uma área de cinco hectares em um espaço de lazer para o turista. Maria Madalena dos Santos afirma que a intenção é apenas melhorar para agradar sempre o cliente. “No início era só um negocinho. Cada temporada a gente inaugura coisas diferentes e a gente vai investindo assim. Nossa intenção é sempre melhorar. Melhorar para agradar o cliente”, ressalta.

Por enquanto o sonho do casal já custou 250 mil reais em dois anos, mas ninguém reclama muito pelo contrário, o investimento está tendo um retorno satisfatório. Pelo menos é o que garante o dono da pousada Jeciel Moura de Macedo, que diz que além de lucrar ainda pode aproveitar para contemplar a paisagem bem a sua frente. “Hoje nós temos uma folga e tirando que isso aqui é um paraíso pra você amanhecer o dia e acordar num lugar desses”, diz o empresário.

Investimentos
Quem espera receber 100 mil turistas neste ano de 2015 não pode ficar parado. Em outra pousada na região, as modificações começaram nos primeiros meses do ano. A principal reforma é na cozinha, que está sendo ampliada. Quem investe sabe que o turista não se importa em subir e descer morros, mas na hora da alimentação quer comer bem e sem demora.

De acordo com João Ribeiro Filho, que é gerente de outra pousada no município maranhense, para melhor atender a sua clientela ele decidiu procurar uma consultoria do Serviço Brasileiro de apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para que pudesse melhorar os seus serviços. “Chamamos a consultoria do Sebrae para que a gente pudesse melhorar a nossa cozinha, que era o maior entrave do nosso atrativo. Hoje ela passou por uma reforma para que a gente possa receber cada vez melhor e atender melhor os nossos visitantes”, revela.

A doceira Elza Cruz, por exemplo, descobriu que se qualificar era a oportunidade que ela precisava para trabalhar com os doces que tanto gosta. Desistiu da profissão de costureira, e agora produz doces com os frutos do cerrado. Tem de caju, graviola, doce de leite, coco. Uma infinidade de sabores e o turista, segundo ela, sempre a pede. “Tem gente que me telefona de São Paulo, do Rio de Janeiro pedindo e eu mando via Sedex. Eu mando para Imperatriz e tudo vai”.

A doceira foi uma das empreendedoras, que no ano passado, participou das 300 capacitações que ajudaram a melhorar os serviços para os turistas e funcionários treinados e dedicados sempre são reconhecidos.

E a cada dia surgem pessoas com ideias e sonhos novos que querem aprender a lição do empreendedorismo. Um sono de formiguinha, como as do cerrado, que trabalham sem ver hora ou tempo com foco no planejamento e na organização. O consultor do Sebrae Elton Novaes Júnior diz que a busca pela informação é fator primordial para quem deseja continuar no mercado.

“As pessoas estão mudando, ou seja, cada vez mais as pessoas buscam informação, buscam se qualificar. Tanto é que nas últimas pesquisas apresentadas sobre empreendedorismo o índice de mortalidade das empresas, que antes era enorme, diminuiu. Então, isso se dá necessariamente pela busca de informação e conhecimento para melhorar planejar e gerir o negócio”, explica.