Conheça Valência, terra da tradicional paella espanhola

Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta

A Espanha é daqueles lugares apegados à tradição.

Dono de 15 cidades declaradas Patrimônio da Humanidade pela Unesco, o país reúne em seu cardápio turístico cidades medievais, castelos históricos e destinos que souberam conjugar três culturas em um mesmo endereço.

Mas, nos últimos anos, alguma coisa parece fora da ordem naquelas terras ibéricas (para sorte dos espanhóis e para nós que desembarcamos por ali mais uma vez).

L’Hemisfèric, em Valência, na Espanha (foto: Never House/Flickr-Creative Commons)

É em Valência, a cidade das tradições, que viajantes encontram o melhor da gastronomia regional (tradicional e com toques de contemporaneidade).

Criada em Valência, a paella é quase como um patrimônio que virou uma das principais atrações turísticas e gastronômicas dessa cidade a 357 km de Madri.

O visitante até tenta se concentrar na sequência de edifícios históricos do centro, mas a cidade parece ter olhos voltados para panelas, mariscos e açafrões (só para citar alguns dos utensílios e ingredientes para preparação do prato).

Plaza de Toros, uma das atrações históricas de Valência, na Espanha (foto: Juanedc/Flickr-Creative Commons

 

Uma das atrações imperdíveis do destino são as aulas de culinária em que o viajante aprende a preparar uma autêntica paella valenciana.

No caso da Escuela de Arroces, os ingredientes vêm do Mercado Central de Valência, uma espécie de Mercadão local, inaugurado em 1839, que serve como inspiração para o chefe de cozinha e os alunos.

A escola funciona em um restaurante pequeno localizado em um beco escondido do Barri de la Seu, um dos bairros mais antigos de Valência.

Preparação de paella na Escuela de Arroces, em Valência (Foto: Eduardo Vessoni)

Tudo acontece ali mesmo na cozinha do restaurante, entre pedidos de clientes e aprendizes de paella aprendendo passo a passo a preparar o prato espanhol mais famoso, internacionalmente. E entre uma etapa e outra de preparação, tapas e vinhos espanhóis vão sendo servidos até que a paella não fique pronta.

Mas Valência celebra suas tradições não só na cozinha.

É nas ruas que a cidade vê passar algumas de suas mais tradicionais manifestações culturais.

Bonecos das Fallas de Valência que acontece nessa cidade espanhola, em março (foto: Emilio García/Flickr-Creative Commons)

Um dos clássicos são as Fallas que acontecem em março, no dia de São José, em uma espécie de Carnaval incendiário. No dia 19, imensos bonecos de papel machê com até 30 metros de altura desfilam pela cidade, antes de serem queimados nas ruas e praças de Valência como forma de transformar o mal em cinzas e dar as boas vindas à nova estação do ano.

A 40 km de Valência, em Buñol, a comunidade de Valência celebra outra festa popular espanhola.

Conhecida como La Tomatina, a brincadeira consiste em atirar tomates nos participantes, na última quarta-feira de agosto, desde 1945. Declarada “Festa de Interesse Turístico Internacional“, a batalha avermelhada recebe a presença de 20 mil pessoas e 120 mil quilos de tomates, aproximadamente.

Mais do que festas e celebrações, Valência é para ser visitada durante todo o ano. A cidade não se apega apenas às tradições e à história.

Valência se orgulha também de seu complexo de entretenimento e ciência, o aclamado Ciudad de las Artes y las Ciencias.

La Tomatina, uma das festas mais populares de Valência

La Tomatina, uma das festas mais populares de ValnciaLa Tomatina, uma das festas mais populares de Valncia

La Tomatina, uma das festas mais populares de Valência

Localizado no setor mais moderno do destino, o local abriga, em um terreno de 350 mil m², um aquário (o “Oceanográfic”) com 24 milhões de litros de água e 45 mil animais marinhos como tubarões, morsas e a simpática beluga, conhecidas como baleias brancas. Além disso, o local é endereço também do Museo de las Ciencias Príncipe Felipe, espaço interativo de ciência e tecnologia com 26 mil m²; e o impressionante Hemisfèric, cinema digital 3D que funciona no interior de uma sala de projeções construída dentro de uma estrutura oval de 100 metros de extensão.

Mas o maior atrativo ainda é o seu próprio projeto arquitetônico, uma obra arrojada de Santiago Calatrava y Félix Candela que ocupa dois quilômetros e abriga sete construções com linhas curvas.

Como chegar em Valência – Localizada a 357 km de Madrid, a cidade conta com um aeroporto que recebe voos diretos da capital espanhola. Para quem vai de trem, a viagem dura cerca de duas horas e tem parada em Cuenca, antes de seguir para seu destino final.

Escuela de Arroces y Paella La Valenciana – O curso de um dia para aprender a fazer paella custa 50 euros por pessoa e inclui saída para compras no Mercado Central de Valência, aula e prova dos pratos. (www.escueladearrocesypaellas.com)

Ciudad de las Artes y las Ciencias – Cada um dos edifícios tem valores diferentes de entrada, começando em 8 euros (Museo de las Ciencias), podendo chegar a 36,25 para a aquisição de um passe com acesso a três deles. (www.cac.es)

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