Carollina Abud

Frente aos desafios que o país enfrenta, tanto na política quanto na economia, muito apontam que a solução é aproveitar a oportunidade e se reinventar. Esta também é a opinião de Carollina Abud, diretora-comercial do Palladium Hotel Group e diretora de Comunicação, Marketing e Mídia da Associação Brasileira de Resorts. Confira abaixo as expectativas e perspectivas para o trade na visão da executiva:

2016: o ano de reiniciar o cérebro

Passado o primeiro trimestre, refiz minha reflexão sobre os desafios que ainda estão por vir e fui confirmar se a qualificação que entendia ser mais a adequada para 2016 ainda é a mesma de meses atrás. E, não há como falar da indústria do turismo sem citar este delicado momento que o País atravessa política, econômica, social e moralmente. Sem dúvida alguma, este é um momento frágil da nossa história. E, em momentos como este, há caminhos a serem escolhidos por pessoas e empresas.

Alguns deles indicam baixar a cabeça e deixar a onda passar, leve o tempo que levar, o que só é possível com uma estratégia previamente definida e, claro, capital suficiente para manter a máquina enquanto a onda retorna mar adentro. Outros, menos tranquilos e mais ousados, te levam a surfar e aproveitar a onda como oportunidade.

Em minha avaliação, a indústria do turismo deveria escolher este segundo caminho. Se não por opção empreendedora, por necessidade. Para mim, é fato e não há alternativa para o turismo: precisamos surfar na onda. O que vai diferenciar cada um dos mais de 50 segmentos que integram esta valiosa indústria, bem como suas centenas de milhares de empresas e empregos gerados, é a forma como isso vai ocorrer.

Do grupo investidor ao empresário individual, passando por toda equipe operacional e terceirizada das organizações nos mais diferentes segmentos, é preciso inovar, criar, defender novas ideias, garantir financiamento e investimento, recrutar, vender e encontrar apoio.Encontrar a receita para garantir o bom funcionamento desta engrenagem é que vai criar um círculo virtuoso. Mas, ironicamente, podemos admitir que não há receita. Pelo contrário, há desafios. Incentivar o empreendedorismo interno é um deles, até porque, como já dizia Peter Drucker, o pai da administração moderna e um dos grandes provocadores da cultura empreendedora, “o novo sempre parece insignificante e pouco promissor quando colocado próximo à realidade massiva dos negócios que estão acontecendo”.

Na esteira da reflexão de Ducker, entendo que é preciso aproveitar as deformações do momento e criar nossas próprias oportunidades. Em anos anteriores era possível repetir algumas ações e atingir os mesmos bons resultados. Neste, para atravessar ciclos desafiadores como o atual, simplesmente, não dá.

Em 2016, mais do que criatividade, é preciso reiniciar o cérebro.

Carollina Abud é diretora Comercial do Palladium Hotel Group e diretora de Comunicação, Marketing e Mídia da Associação Brasileira de Resorts