Um ano longe de casa

Nem eu acredito que cheguei tão longe. Um ano que minha vida deu um giro de 360°, é um ano de Irlanda! E, como num piscar de olhos, esses 12 meses passaram tão rápidos que consigo recordar, como se fosse hoje, o dia em que entrei naquele avião. Foi o dia mais feliz e, ao mesmo tempo, mais triste da minha vida. Conforme o avião decolava, vi, ficando para trás, todas aquelas coisas que lutei durante algum tempo para fugir ou esquecer, mas, ao mesmo tempo, os bens mais preciosos da minha vida.

No começo, eu não via a hora dos oito meses passarem rápido para eu poder ir para o Egito, ficar por lá mais dois meses e voltar para o Brasil ‘as soon’. Mas ainda bem que a vida nos reserva surpresas e a minha foi descobrir que eu amo esse lugar!

Foi um ano de descobertas, de estudos, de aprendizados, saudades e sonhos vividos. Aprendi a amar via Skype e matar a saudade pela câmera do computador. Algumas amizades no Brasil se perderam, outras só fortaleceram e, nesse percurso, uma até muito especial, de alguém que, mesmo do outro lado do oceano está comigo em todos os momentos e me conhece tão bem que, às vezes, até me assusto.

Aprendi que eu não preciso estar bem vestida, maquiada, de salto alto, ser magra e essas coisas todas, para ser bonita. Aqui, as pessoas valorizam muito mais o que você traz no coração do que a beleza exterior. E eu continuo aprendendo, todos os dias… principalmente a ser eu mesma, sem estereótipos. Aprendi que, para ser feliz, muitas vezes, eu não preciso muito mais do que uma mochila nas costas e minha câmera na mão. Ahhh, e como eu fui feliz neste um ano.

Eu também tive um Natal lindo e uma virada de ano perfeita. Mas vi minha melhor amiga se formar na faculdade sem mim e tive que chorar por Skype ao ver minha sobrinha dando os primeiros passinhos. Por outro lado, ganhei uma família aqui na Irlanda, com duas crias que eu aprendi a amar de uma forma inexplicável.

Aprendi que aeroportos são os locais mais felizes e, ao mesmo tempo, mais tristes do mundo. Que despedidas são inevitáveis e encontros inesquecíveis.  E hoje eu entende perfeitamente o porquê algumas coisas não deram certo na minha vida antes. E, se tem uma palavra que define tudo isso, é GRATIDÃO!

Relato por Liliane Catto, do blog Latitude 53

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