Turistas estão interessados em experiência autêntica, diz professor

Ribeirinhos, caiaras, tribos indgenas, quilombolas… Apesar de sua diversidade cultural e social, o Brasil pouco aproveita essa caracterstica para alavancar o turismo.

A opinio de Davis Gruber Sansolo, professor da Unesp que estuda projetos de turismo de base comunitria –iniciativa para receber visitantes interessados em conhecer melhor determinado local.

Leia a entrevista abaixo.

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Folha – Qual a diferena entre o turismo comunitrio e o convencional?
Davis Sansolo – A principal a proposta. Quando uma comunidade caiara ou indgena recebe algum de fora, ela no se coloca como um segmento de mercado. uma crtica ao turismo de massa.

Mas so projetos que ajudam comunidades a se financiar.
Sim. Mas elas, na maioria, no esto interessadas em se tornar um destino turstico. O turismo apenas mais uma fonte de renda para que os moradores melhorem de vida. Muitos desses locais no aceitam qualquer turista.

Qual o perfil do turista que busca essa experincia?
So pessoas que geralmente entendem que o turismo de base comunitria uma maneira de financiar uma luta social. Eles buscam compreender as dinmicas sociais e sustentveis desses lugares –e esto dispostos a pagar por isso. Pagar no por um produto, mas por uma experincia autntica.

A troca no s financeira, mas um compartilhamento do espao daquela comunidade. As pessoas abrem sua casa, seu local de lazer, seu trabalho para os visitantes.

O Brasil explora todo o seu potencial nesse tipo de turismo?
Apesar de uma rica diversidade cultural e social, ele ainda frgil. No h polticas pblicas nem capacitao das comunidades para estruturar projetos de base comunitria.

um turismo caro?
No acho. Pessoas no costumam se incomodar em desembolsar uma fortuna em um restaurante francs, mas acham ruim pagar pelo peixe de um ribeirinho.

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