Turismo na cidade e no estado do Rio de Janeiro

24/08/2015 15h57

Turismo na cidade e no estado do Rio de Janeiro
Mauro Osório*

Neste domingo (23), o Caderno Cotidiano, do jornal “O Globo”, trouxe matéria com o seguinte título: “Rio é o destino favorito dos turistas paulistas”. 

O turismo na cidade e no estado do Rio de Janeiro pode ter um importante crescimento nos próximos anos e décadas. Até o momento atual, no entanto, em nossa região, a atividade turística está subutilizada. Pelos últimos dados disponíveis do Ministério do Trabalho (MTE/Rais), em 2013 a cidade do Rio de Janeiro possuía apenas em torno de 18 mil empregos formais em hotéis e pousadas. Ou seja, 0,8% do total de empregos formais existentes na cidade do Rio de Janeiro. 

É claro que com as Olimpíadas esse número vai crescer, mas o turismo na cidade ainda vai continuar subdimensionado, em função das potencialidades.

As possibilidades de crescimento do turismo também poderão ser impactadas positivamente pelo novo câmbio, que provavelmente veio para ficar e que torna viajar para o exterior mais caro, o que potencializa o turismo interno no Brasil, e nossa região mais barata para estrangeiros.

No interior fluminense, o subdimensionamento da atividade turística também existe. Somente em três municípios as atividades econômicas em torno do turismo impactam de fato a vida econômica municipal: Búzios, Parati e Itatiaia. 

Na cidade do Rio de Janeiro, é necessário, para ampliação da atividade turística, trabalhar roteiros, produtos e um calendário mensal. É necessário ainda universalizar a rede de água e esgoto na metrópole, possibilitando assim, de fato, a despoluição da Baía de Guanabara. Deve-se também ativar o Conselho Municipal do Turismo, para ampliar o planejamento dessa atividade e criar uma linha de transporte sobre trilhos interligando o Aeroporto Internacional Tom Jobim com o centro histórico e a zona sul, como ocorre em todas as grandes cidades turísticas do mundo. 

Devemos também compreender que a cidade do Rio de Janeiro não é uma ilha e que pensar uma política turística que integre as diversas regiões de mar, montanha e históricas no estado, pode ampliar a atratividade turística do Rio de Janeiro e aumentar o tempo de permanência. Essa estratégia turística deve contemplar inclusive a periferia metropolitana, pelas potencialidades existentes, por exemplo, na Reserva do Tinguá e em municípios como Maricá, Cachoeira de Macacu, Rio Bonito e Guapimirim.

Um detalhamento de uma estratégia turística para a cidade e o estado pode ser visto no livro que lançamos recentemente, em que sou um dos co-organizadores, “Uma agenda para o Rio de Janeiro: estratégias e políticas públicas”, ou no livro patrocinado pelo Sebrae, em que sou coordenador, intitulado “A capacidade indutora dos serviços no estado do Rio de Janeiro”, ou no artigo sobre turismo que fiz para o livro “Depois dos Jogos: Pensando o Rio para o Pós 2016”, organizado por Fábio Giambiagi.


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