Terras d’Entre Homem e Cávado’ diversificam oferta turística
Cávado- 2017-02-27
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José Paulo Silva
Natureza, vinhos, gastronomia e património são marcas de uma estratégia de promoção turística que o Município de Amares está a desenvolver para vender este território como ‘O destino dos sentidos’. Sem ilusões a captar grandes investimentos industriais ou comerciais, a política dos autarcas locais para o desenvolvimento de um pequeno concelho de 83 km2 e 20 mil habitantes assenta no “turismo de excelência” e na promoção de um cabaz de produtos locais, no qual a laranja surge como ícone, mas onde os vinhos sobressaem pelo peso crescente na economia local.
Este “destino turístico autêntico e de excelência” foi recentemente evidenciado no roteiro que a Comunidade Intermunicipal do Cávado, a Entidade Regional Turismo do Porto e Norte de Portugal e a Câmara Municipal de Amares promoveram no âmbito dos ‘Fins de Semana Gastronómicos’.
Locais emblemáticos destas ‘Terras d’Entre Homem e Cávado’ como o Santuário de Nossa Senhora da Abadia e o Mosteiro de Rendufe fizeram parte da ‘tour’ com jornalistas, durante a qual se fizeram provas de vinhos, a degustação de produtos locais e se experienciou o agroturismo, modalidade de alojamento em que Amares dá cartas.
A acção promocional permitiu descobrir novas ofertas do guia turístico amarense como as actividades equestres que a ‘Quinta de Lamoso’, de Caldelas, proporciona com a marca ‘Portugal Riding Hollidays’. Passeios temáticos de cavalo ou em charrete estão associados ao vinho verde, à gastronomia ou à natureza.
Se o turismo equestre surge como novidade mais recente no guia turístico amarense, o enoturismo reforça a sua importância, acompanhando o crescimento da produção vinícola. A ‘Casa Lata’, em Carrazedo, é um dos exemplos da oferta integrada de uma recente unidade de alojamento inserida numa quinta de produção de vinho.
Elísio Araújo, vereador do Turismo da Câmara Municipal de Amares, releva a importância do vinho para a fixação da “imagem de um território onde a relação com a natureza é muito pouco artificial”. Este responsáv
el entende que “o enoturismo é mais uma dimensão da nossa oferta. Temos produtores que recebem bem e tratam bem o turismo”.
O facto de dois dos maiores produtores de vinho verde colocarem o nome ‘Amares’ nos rótulos das garrafas é um veículo promocional que o Município valoriza.
Com menor expressão económica, a laranja “é um ícone do concelho” assumido pelo presidente da Câmara Municipal de Amares, Manuel Moreira.
Símbolo sempre presente em cartazes e guias turísticos, o citrino vai ser melhor aproveitado como activo económico, lutando a Câmara pela constituição de uma associação de produtores locais.
“Há uma empresa que quer apostar forte nos citrinos, que precisa de 30 hectares para produzir para exportação”, acrescenta o edil.
Em 2016, o Município de Amares reforçou a “aposta forte” no turismo natureza, nomeadamente com o levantamento de uma rede de trilhos pedestres que permitiu a mais de 1800 pessoas a(re)descoberta das belezas naturais do concelho banhado pelos rios Cávado e Homem. A segunda edição de ‘Amares a Caminhar’ iniciou-se já neste mês de Fevereiro, prolongando-se até Dezembro.
Num concelho que tem o Monte de S. Pedro de Fins como local de eleição para a prática das modalidades de parapente e BTT, a Câmara aposta, este ano, na 2.ª edição da Urban Fit, corrida com obstáculos urbanos, já com carácter internacional, ou noutros eventos desportivos como o ‘Amares Trail S. Pedro’, ‘Ultra Trail da Geira’, ‘Rota da Laranja BTT, ‘Enduro Amares’ e ‘4×4 Amares’ para trazer visitantes ao concelho de Amares.
“Temos vindo a investir de forma estratégica no turismo natureza, no turista que vem à procura da sua relação directa com a natureza, que vem para descansar e para se deleitar com a natureza”, justifica o vereador Isidro Araújo.
Esses visitantes poderão beneficiar em breve do ‘Eco Trilho da Abadia”, uma circulação pedonal ao longo da Ribeira da Abadia que a Câmara de Amares vai candidatar a fundos comunitários.
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