Roteiro de 7 dias pelas províncias Argentinas de Salta e Jujuy

O noroeste Argentino, repleto de belezas naturais, cativa a todos os seus visitantes. Paisagens únicas exaltam os sentidos: as colinas coloridas, o caminho Inca, os salares,  sua gastronomia requintada e diferenciada, a maravilhosa Quebrada de Humahuaca, os imponentes Valles Calchaquíes e produtos turísticos únicos como a Rota do Vinho mais alta do mundo e o Tren a las Nubes. Estas são apenas algumas das atrações geográficas que podemos encontrar, onde habitam diferentes espécies de aves e mamíferos, que complementam as paisagens, enchendo-as de vida pura e natural.

Veja um roteiro de 7 dias, para você que não quer perder nenhuma dessas atrações que só o noroeste argentino pode te oferecer.

DIA 1

A Cidade de Salta, que leva o mesmo nome da província, está localizado a 1.259 metros acima do nível do mar e encanta a todos à primeira vista, pois, além de ser brindada pela natureza com sol o ano inteiro e paisagens naturais incríveis, ainda deslumbra os visitantes com sua beleza arquitetônica colonial.

Para começar o dia, nada melhor que um tour pela cidade para contemplar todas as suas belezas, iniciando pela Plaza 9 de Julio, principal praça da cidade, com parada obrigatória na linda Catedral Basílica de Salta, datada do século 19 e ao Museo de Arqueología de Alta Montaña (MAAM), o qual possui um riquíssimo acervo sobre a cultura Inca, além da exibição de três múmias de crianças Incas, consideradas as mais bem conservadas do mundo.

É também uma visita imperdível o Museo Güemes. O edifício do Museu, além de ser um dos poucos expoentes da arquitetura colonial no país, também foi morada do General Martín Miguel de Güemes, considerado herói nacional por sua participação na Guerra de Independência da Argentina. O museu conta com tecnologia de ponta para fazer com que os visitantes imirjam na história do General, prendendo a atenção de adultos e crianças, por meio de estímulos sonoros e visuais, propondo uma experiência sensorial inesquecível.

Próximo ao Museu, temos o Parque San Martín que abriga o Teleférico San Bernardo, que leva ao topo da colina de mesmo nome e oferece uma linda vista da cidade, há ainda uma belíssima cachoeira artificial, que corre por toda a extensão do morro, formando terraços artificiais equilibrando a beleza da paisagem e a exuberância da vegetação.

Museu Güemes (www.museoguemes.gob.ar): Terça à domingo, das 11hs às 19hs. Endereço: España, 730.

Teleférico San Bernardo (www.telefericosanbernardo.com): Segunda a domingo , das 9hs às 18h30. Endereço: Av. San Martín, 4400.

Museode Arqueología de Alta Montaña – MAAM (www.maam.gob.ar): Terça à domingo, das 10hs às 18h30 (consultar horáriosespeciaisem feriados). Endereço: Mitre N° 77.

DIA 2

A viagem de Salta a Cachí, por meio da Rota Nacional Nº 68 e que na localidade El Carril se conecta com a Rota Provincial Nº 33, é um passeio por si só, pois no caminho temos diversas belezas naturais, dignas uma paradinha para foto: a Cuesta del Obispo; a Piedra del Molino, um dos pontos mais alto das montanhas (3.340m de altitude), permite uma vista panorâmica da região e da Quebrada de Escoipe; o Parque Nacional Los Cardones, é composto por um “mar” de cactos  da espécie cardón e flores Amancay; e também a Recta del Tin-Tin, na qual se vê uma parte da trilha Inca que ficava na Argentina.

Chegando em Cachí, se pode visitar a Plaza 9 de Julio, onde temos a Iglesia de San José, uma rústica e pitoresca igrejinha que surpreende pela sua autenticidade e simplicidade e o Museo de Arqueología Pio Pablo Díaz. O museu recebe o nome de um habitante local que era um excelente observador e aficionado colecionador de peças que encontrava pelo Valles Calchaquíes, formando assim, um vasto patrimônio arqueológico de itens datados de diferentes períodos  históricos. Suas peças foram doadas para a criação do Museu.

Saindo de Cachí, através da conhecida Rota Nacional Nº 40, passa-se pelo Valles Calchaquíes, no qual há o chamado Camino de los Artesanos, onde há uma gama de lojas artesanais locais, casas de chá, galerias de arte com um entorno mágico, rodeado de montanhas e natureza.

Não se pode também deixar de conhecer os povoados de Seclantás, Molinos e Angastaco, este último onde se localiza a famosa Quebrada de las Flechas. Este desfiladeiro é um magnífico monumento natural, cuja origem remonta há 15 ou 20 milhões de anos e que foi formado por um lago que atualmente já não existe mais.

Termina esta excursão chegando à cidade de Cafayate, onde pode-se hospedar em um de sues diversos hotéis.

Museo de Arqueología Pio Pablo Díaz (www.culturasalta.gov.ar/organismos/museo-arqueologico-de-cachi/12): Terça à domingo, das 8hs às 18hs. Endereço: Juan Calchaquí, sem número.

Camino de Los Artesanos (www.caminodelosartesanos.com.ar): Alta temporada – Todos os dias, das 10hs às 21hs e Baixa temporada – Sexta a Domingo, das 10hs às 21hs.

DIA 3

Cafayate é uma pequena cidade a 160 km de Cachí, que surpreende pela beleza do desfiladeiro  que leva seu nome e pela qualidade do seu vinho branco Torróntes. É uma uva originária da Espanha e atualmente a Argentina é sua principal produtora.

Em Cafayate, não se pode deixar de visitar o Museo de la Vid y el Vino, que expõe de maneira dinâmica e interativa sobre a origem e características das vinhas e dos vinhos da região. Na praça principal da cidade, localiza-se a centenária Catedral Nuestra Señora del Rosario de Cafayate, que também vale uma visita.

Nos arredores, temos o Mercado Municipal de Artesanías de Cafayate, ótimo para comprar lembrancinhas de viagem.

Cafayate é a segunda principal região viticultora da Argentina e sua Ruta del Vino é a mais alta do mundo. Recomenda-se visitar duas vinícolas e almoçar em uma delas degustando seus deliciosos vinhos.

No final da tarde, um passeio inesquecível é com certeza uma cavalgada na região de Los Médanos. A 8 km do centro de Cafayate, é uma região que surpreende, pois entre vales, vinhas, montanhas, casas, campos de golfe e pólo, surgem também dunas de areia branquinha, como se estivéssemos perto da praia. A explicação é que a milênios atrás, a região já foi um oceano.

Museo de la Vid y el Vino (www.museodelavidyelvino.gov.ar): Terça à Domingo, das 9hs às 19hs.  Endereço: Av. Guemes Sur esquina com Fermín Perdiguero.

Mercado Municipal de Artesanías de Cafayate: Segunda à Domingo, das 9hs às 22h30. Endereço: Av. Gral. Güemes Sur, 81.

DIA 4

Voltando à cidade de Salta, através da Rota Nacional Nº 68, considerada uma das mais belas estradas do mundo, temos a magnífica reserva natural Quebrada de las Conchas, um grande vale em tons avermelhados e alaranjados que se misturam entre as curvas formadas pelo choque de placas tectônicas. Nessa região, temos muitas formas esculpidas pela natureza na rocha, mas os pontos de destaque ficam para os grandes paredões da Garganta del Diablo; para o Anfiteatro, uma enorme concha acústica natural erodida no rochedo; e para o mirante Tres Cruces, donde se permite ver todo os Valles Calchaquíes.

Ao final do dia, recomenda-se conhecer um dos muitos restaurantes e bares localizados na cidade de Salta e degustar seus petiscos locais.

DIA 5

Saindo da cidade de Salta pela manhã, pega-se a Rota Nacional Nº 51 na direção de Puna, passando pelas cidades de Campo Quijano, também conhecida como “Portal dos Andes”, por ser a última cidade povoada antes da Quebrada del Toro, onde encontraremos colinas coloridas, cactos gigantes e vistas incríveis.

Neste caminho é indicado tomar um café da manhã rural em El Alfarcito, uma pequena comunidade que se encontra no caminho. Em seguida, a viagem continuará pela Quebrada de las Cuevas para finalmente chegar a San Antonio de los Cobres, onde se pega o Tren a las Nubes que, depois de uma hora de excursão, chegará ao Viaducto La Polvorilla, localizado a 4.200 metros acima do nível do mar, o qual é considerado uma das obras mais imponentes da engenharia do século passado. Desce-se do trem nesse ponto para conhecer o lugar e depois de trinta minutos,  pega-se o trem para retornar a San Antonio de los Cobres.

A 90 km de San Antonio de los Cobres pela Rota Nacional Nº 40, encontramos as Salinas Grandes que ligam as províncias de Salta e Jujuy e é considerada a terceira maior salina do mundo, com cerca de 12 mil hectares. Em época de chuvas, forma uma lâmina de água de 30cm, que produz uma visão inigualável do lugar.

Depois de conhecer as Salinas Grandes, outra parada obrigatória na de Jujuy, é o pitoresco vilarejo de Purmamarca, que significa na língua quéchua “Cidade da Terra Virgem”, possui uma arquitetura pré-hispânica e no passado foi um antigo paradouro do caminho Inca, hoje considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

No quesito hospedagem, Purmamarca tem pequenos hotéis com atenção personalizada e vistas muito bonitas.

Tren a las Nubes(www.trenalasnubes.com.ar)

DIA 6

Pela manhã em Purmamarca, a visitação à Iglesia Santa Rosa de Lima não pode ser esquecida, pois é uma pequena igreja datada do século 17 e com diversas peculiaridades que valem a pena à visitação. Em seguida, seguindo pelos 3 km do Passeo de los Colorados que sai do povoado e percorre o leito de um afluente do Río Purmamarca, pode-se observar magníficas figuras talhadas pela natureza nas laterais das montanhas e descobrir maravilhosas e inesquecíveis paisagens.

Ainda em Purmamarca, não se pode deixar de visitar sua principal atração turística é o Cerro de los Siete Colores, uma montanha de beleza incrível composta por sete cores extremamente bem definidas que nem parecem de verdade. Suas diferentes camadas de cores são o resultado de sedimentos marinhos, lacustres e fluviais.

Continuando ao longo da mesma rota ao norte aproximadamente 25 km chega-se a Tilcara. A exatamente 1km dalilocaliza-se o Pucará de Tilcara o sítio arqueológico mais importante da Argentina. Tal área foi um assentamento dos povos pré-colombianos, pois localiza-se em uma área estratégica, no cruzamento de antigas estradas, as quais permitiam controlar o acesso à toda a região noroeste. Essa área possui 15 hectares e é dividida em diferentes setores como habitação, currais, o centro cerimonial e cemitério.

Retornando à Tilcara, temos a formosa Iglesia Nuestra Señora del Rosario, considerada Monumento Histórico Nacional. Sem dúvida, sua beleza é ampliada pelo cenário natural que a rodeia, onde as colinas coloridas servem como pano de fundo.

Pucará de Tilcara: Segunda a domingo, das 9hs às 18hs.

DIA 7

De Tilcara, continuamos mais alguns quilômetros ao norte para chegar à cidade de Humahuaca também na província de Jujuy, a qual já foi um assentamento indígena, dando o nome para o desfiladeiro ou Quebrada de Humahuaca, que foi um antigo caminho comercial do Império Inca. É composto por várias serras distribuídas em forma de leque. Seu principal ponto turístico é a Serranía de Hornocal, uma cadeia rochosa composta de montes de 14 cores diferentes. Sua formação calcária é proveniente de vários minerais que, através da erosão, deixam formações triangulares de diversas cores nas montanhas.

Retornando à cidade de Salta, a última parada deve ser na cidade de San Salvador de Jujuy, capital da província. Ela está localizado em um vale atravessado pelos rios Grande e Xibi-Xibi ou Chico, a 1.259 metros acima do nível do mar. Muitos de seus edifícios públicos são verdadeiras jóias arquitetônicas dignas de apreço, entre as quais se destaca a Casa de Gobierno de Jujuy, com seu pavilhão histórico que conserva relíquias únicas na Argentina, incluindo a Bandera Nacional da Libertad Civil. A arquitetura religiosa também faz parte das atrações da cidade, com edifícios únicos, como a Iglesia Catedral e a Iglesia San Francisco, com seu Museo de Arte Sacro.

Iglesia San Francisco e Museo de Arte Sacro: Segunda a Sábado, das 9hs às 13hs e das 17hs às 21hs. Endereço: Gral. Belgrano 677. 

Essa maravilhosa viagem, com inesquecíveis e únicos pontos turísticos pela região de Salta e Jujuy, permite apreciar belas paisagens e sua preciosa história e cultura. Sem dúvida, é um destino que todos os brasileiros não podem deixar de conhecer!

INFORMAÇÕES

Ministério de Turismo de Salta

www.turismosalta.gov.ar

Ministério de Cultura e Turismo de Jujuy

www.turismo.jujuy.gov.ar


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Mãe, jornalista, contadora de histórias e viajante apaixonada. Viajar para mim é vivenciar a paisagem, admirar os povos e experienciar com os cinco sentidos o destino. Sou apaixonada por histórias pois para mim elas dão alma aos lugares, então sempre trarei para você um pouquinho dessa alma que encontrar por aí.