O turismo em Portugal, um dos sectores que maior apoio deu à economia durante os recentes anos de crise, continua a crescer a ritmo elevado, esperando-se um contributo de 100 mil turistas chineses este ano.
Dados divulgados na semana passada pela consultora Global Blue indicam que os turistas chineses, entre aqueles cujos números de afluência a Portugal mais têm crescido, são os que mais gastam em compras no mercado português.
Em média, o turista chinês gasta 935 euros por compra em 2014, 3,2 vezes mais do que os turistas angolanos e 4,2 vezes mais do que os turistas russos.
“Em Portugal, o turista de compras chinês já está no topo dos clientes que mais valor despende por compra”, refere a consultora num estudo agora publicado.
Em 2014, o número de turistas chineses em Portugal cresceu cerca de 70% e deverá ultrapassar este ano 100 mil, de acordo com estimativas recentes do governo português.
A 1.ª Comissão Mista Luso-Chinesa dedicada ao turismo, decorreu em Xangai em 2014 e este ano, pela primeira vez, a China participou na Bolsa de Turismo de Lisboa, registando-se um maior interesse de operadores chineses no mercado português.
Para o maior conhecimento, entre os chineses, do turismo em Portugal, muito tem contribuído a significativa adesão de chineses ao regime de vistos dourados, autorizações de residência atribuídas mediante a aquisição de imóveis num valor superior a 500 mil euros.
Os chineses têm sido de longe os maiores aderentes a este regime, com perto de 2000 autorizações de residência concedidas desde 2012, sobretudo pela aquisição de bens imóveis, que já supera mil milhões de euros, muito à frente de brasileiros ou russos.
Os operadores turísticos e o comércio têm vindo a adaptar-se rapidamente ao afluxo de turistas chineses, sendo já vários os centros comerciais, sobretudo em Lisboa, que têm serviços próprios para estes consumidores e, nalguns casos, até colocam a bandeira chinesa ao lado da portuguesa e da União Europeia.
À chegada ao aeroporto de Lisboa os viajantes são já recebidos por muitos cartazes em língua chinesa – alguns anunciando a oferta de centros comerciais, outros oportunidades de investimento no imobiliário, com imagens mostrando vistas de rio e mar e slogans como “este apartamento pode ser seu.”
O contributo que os investidores chineses deram à economia de Portugal durante a crise de 2011-2013, nomeadamente com os cerca de 10 mil milhões de euros aplicados em privatizações, tem sido publicamente elogiado pelas autoridades portuguesas. (Macauhub/CN/PT)
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