Sem padronização, Internet das Coisas vai ficar como promessa

Futurecom 2015 - Cobertura Especial - Patrocínio DellOs executivos que participaram do painel “O mundo IoT impulsionando e transformando a sociedade conectada gerando oportunidades de negócios”, realizado nesta terça-feira, 27/10, durante o Futurecom 2015, foram unânimes: um padrão para o desenvolvimento da Internet das Coisas e o trabalho integrado de todo o ecossistema são fundamentais para que o mundo conectado se torne realidade de fato.

As previsões são que haja mais de 25 bilhões de dispositivos conectados (excluídos smartphones, tablets e celulares) até 2020 e que a Internet das Coisas gere cerca de R$ 3 trilhões anuais em tecnologia e serviços relacionados a ela. Atualmente, já se vê no Brasil uma série de iniciativas de IoT, incluindo carros conectados, projetos de inteligência na agricultura e cidades digitais, entre outros.

Leonardo de Carvalho Capdeville, diretor de tecnologia da TIM, afirmou que a padronização é fundamental para que a IoT se torne realidade e ganhe escala no Brasil. Isso, porém, exige esforços conjuntos de todo o ecossistema – da atividade acadêmica aos desenvolvedores de aplicação. “A exemplo do Ginga, para a TV Digital, que padronizou o desenvolvimento de aplicações para uso das televisões, é preciso criar um padrão para desenvolver uma indústria em cima da IoT”, afirmou o executivo. “Precisa-se envolver governo, comunidade acadêmica, fabricantes, prestadores de serviços… Todo o ecossistema.”

Pablo Ernesto Larrieux, diretor de inovação da Telefonica Vivo, engrossou o coro, dizendo que da ponta do hardware à parte de conectividade, com plataformas para captação de dados e análise de informação, infraestrutura e desenvolvimento de aplicativos, todos precisam atuar juntos pelo desenvolvimento da IoT. “Além disso, é preciso ter empresas empreendedoras que se disponham a adotar as tecnologias de IoT em primeira mão”, completou.

Larrieux destacou ainda a importância do envolvimento do governo nesse processo. “O governo é o grande viabilizador da adoção de IoT, capaz de remover obstáculos e facilitar seu uso em grande escala”, observou o executivo da Telefônica Vivo.

Rafael Steinhauser, presidente da Qualcomm América Latina, ressaltou outro aspecto que demanda trabalho conjunto: a interoperabilidade. “É um desafio fazer com que todas as aplicações falem entre si e com as soluções de big data utilizadas para análises da infinidade de dados que os dispositivos conectados vão gerar.”

Se todo o ecossistema trabalhar conjuntamente, todos vão ganhar – do cliente ao desenvolvedor. “Não haverá vencedor sozinho”, afirmou Mauricio Vergani, diretor da unidade de negócios corporativos da Oi. Fernando Carvalho, diretor de estratégia e desenvolvimento de negócios da Nokia, acrescentou que o ecossistema, inclusive, contará com muito player que ainda vai surgir. “Projetos que ainda são ideias se transformarão em serviços e produtos.”

Luis Gonçalves, presidente da Dell, concordou e acrescentou que as questões da transparência e da segurança – da informação e da forma como os dados serão utilizados – também devem ser preocupações do ecossistema. Ainda assim, ele acredita que os benefícios que a IoT trará para a indústria, a vida dos usuários e a indústria de forma geral se sobrepõem aos custos de segurança e questões do ponto de vista regulatório.

Regulação

Artur Coimbra de Oliveira, do Ministério das Comunicações, afirmou que o Brasil está trabalhando para criar o seu modelo de legislação, regras e proteção de dados. “A construção precisa ser feita por meio de diálogo, o que vem sendo feito por meio de audiências públicas e pelo Ministério Público”, afirmou.

Na visão dele, o Brasil está no pelotão de frente no desenvolvimento da área de IoT, com muitas empresas trazendo pra cá suas instalações de pesquisa. “O Brasil identificou a área como potencial ambiente de negócios”, disse, acrescentando que é possível criar um ambiente legalizado que, ao mesmo tempo, proteja consumidores e permita a evolução tecnológica.

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