São Luiz do Paraitinga se rende com fervor às comemorações juninas

Na terra que reverencia o Saci-Perer, encravada no corao do Vale do Paraba, o perfume do fogo a lenha evoca a saudade da roa enquanto o sotaque caipira emerge de todos os cantos.

Do dedinho de prosa ancorado nos janeles seculares do centro histrico de So Luiz do Paraitinga ao gole seco da cachaa artesanal, degustada nos botecos rurais e urbanos, o assunto um s: a festana que se anuncia.

Palco de um dos Carnavais mais originais do pas, So Luiz se rende com fervor s festas juninas. So Pedro o santo homenageado pelo distrito de Catuaba (a 20 km da cidade) de 19 a 28 deste ms.

Nativos e turistas vindos de toda parte podem se dividir entre missas, novenas, procisses, shows, bingos e orquestra de viola e violo.

Nessa poca, o visitante tem a oportunidade de conhecer a cavalhada, um folguedo de origem medieval ainda vivo em algumas regies do Brasil. A tradio no pas remonta ao perodo colonial, quando foi introduzida pelos portugueses.

Cavaleiros ricamente trajados exibem-se em uma sequncia de jogos e representaes, simulando, de maneira alegrica, a batalha do perodo de reconquista territorial dos cristos sobre os mouros na pennsula Ibrica.

Roberto de Oliveira/Folhapress

Cachoeira Grande, em Lagoinha, cidade vizinha a So Luiz
Cachoeira Grande, em Lagoinha, cidade vizinha a So Luiz

HISTRIA E NATUREZA

Para quem sai tanto de Catuaba quanto de So Luiz, o leque de opes para o turismo de aventura vasto em meio a rios, quedas-d’gua, matas e trilhas. A natureza generosa por aquelas bandas, o que acaba atraindo desde gente disposta a uma simples caminhada pela serra at aventureiros que encaram cachoeiras geladas e outros ainda mais chegados adrenalina atrs de correntezas.

Aviso aos forasteiros: o segredo por l equilibrar animao com serenidade para dar conta de aproveitar de tudo um pouco. Para entrar no ritmo, uma pedida flanar pelas ruelas de calada estreita de So Luiz apreciando os casares dos sculos 18 e 19.

Ainda h vestgios da enchente de 2010, que arrasou boa parte da cidade. Dos 450 edifcios tombados pelo Condephaat, 80 foram afetados e 32 ficaram totalmente destrudos na poca. Algumas edificaes ainda esto em processo de recuperao, mas h muito que ver.

Irresistvel a charmosa Capela das Mercs, que, inaugurada em 1814, foi uma das vtimas da inundao. A imagem da santa, relquia do sculo 18, confeccionada em terracota policromada, reduziu-se ento a 94 fragmentos.

A pequenina igreja tem ainda um significado para l de especial: foi a primeira construo a ser reinaugurada aps a tragdia. A fachada recuperou as cores branca e azul do sculo 19.

No interior, uma parede de taipa, original, remete ao passado –e a imagem est l, dando brilho ao altar.

Outro smbolo do orgulho local o trabalho conduzido para reerguer a igreja matriz So Luiz de Tolosa, que levou quatro anos. A estrutura nova, mas elementos da antiga construo, como parte do piso e o altar de mrmore, foram salvos e restaurados.

Marco cultural e histrico, a nova igreja ganhou espao museogrfico. Nele, runas do prdio original, datado do sculo 19, ficam expostas atrs de vidros. Ajudam a preservar a memria da tragdia e reforam, sobretudo, a solidariedade e o senso de cidadania e religiosidade que emolduram So Luiz do Paraitinga. E viva so Pedro!

Roberto de Oliveira/Folhapress

Igreja de Nossa Senhora do Rosrio, no centro do municpio
Igreja de Nossa Senhora do Rosrio, no centro do municpio

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pegue a rodovia Ayrton Senna, siga pela Carvalho Pinto e tome um trecho da Presidente Dutra em Taubat para chegar rodovia Oswaldo Cruz, que leva a So Luiz
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