Referência no turismo pedagógico – Notícias do Dia Online

 

Apaixonado pelo campo desde pequeno, quando morava com seus pais no interior de Santa Catarina, Tarciso Jannig, 59 anos, exerceu muitas atividades na vida, mas há seis anos está de volta à terra.
Ao lado da mulher, ele administra o Rancho Alegre, um sítio no Vila Nova cheio de atrações para crianças e com espaço único para eventos em meio à natureza.
Aos 19 anos, incentivado por seu pai, Jannig deixou Rio do Campo em busca de uma oportunidade de trabalho em Joinville.
Foi trabalhar em um hotel como recepcionista à noite. Dormia de manhã e estudava à tarde. Em 1979, entrou na Ciser, inicialmente como auxiliar do departamento pessoal e nos últimos oito anos como chefe de administração de pessoal e relações trabalhistas. Ficou até novembro de 1993. Depois disso, atuou 15 anos na Datasul como responsável pela folha de pagamento e relações trabalhistas de todo o grupo.
Quando a empresa foi incorporada, em junho de 2008, Jannig recebeu a proposta para atuar em São Paulo. Não aceitou e um ano depois deixou para trás o crachá e passou a se dedicar ao sítio que já havia comprado e onde já estava morando. “Nunca esqueci as minhas raízes e sempre dizia para minha esposa, ‘um dia ainda vou voltar para a área rural e envelhecer ali.”
Palavra cumprida. Ainda em 2008, criou no sítio um espaço para eventos, como aniversários. A aceitação foi tão boa, que um tempo depois Jannig ampliou o negócio, abrindo o sítio para visitação de escolas, dentro de um conceito que ele chama de turismo pedagógico.
Os alunos ficam eufóricos com a diversidade de animais, árvores frutíferas, horta orgânica e, acima de tudo, com o aprendizado que levam do passeio.
Há dois anos, Jannig também decidiu abrir sua propriedade aos sábados, domingos e feriados às famílias que queiram passar uma tarde diferente com os filhos. Há espaço para piqueniques e passeios de pônei para as crianças. Para um futuro próximo, ele pretende criar um espaço para café e ainda oferecer às famílias produtos para que montem o piquenique na hora.
Apesar de não ter folga sequer um dia por semana, Jannig garante que se sente realizado em poder proporcionar um ambiente natural e inspirador para todos que conhece. “Um dos objetivos é fazer com que Joinville e região percebam que existe uma vasta área que ainda não é conhecida pela maioria. As crianças merecem conhecê-la e, assim, entender a origem de muitos produtos que enxergam nas prateleiras dos supermercados”, defende.

Rotina puxada, mas cheia de alegria

 

 

O dia de Jannig começa às 6h. Depois do café, alimenta todos os animais e aves e  faz a limpeza dos ambientes e jardins para receber as turmas de escola. Ele coordena as atividades na parte da manhã e à tarde. Por volta das 17h, energizado com o encantamento das crianças, começa novamente a rotina de alimentação e cuidados com os animais. Depois, reserva um tempo para checar e-mails e fazer agendamentos de visitas.
E não vai dormir sem dar um “cheirinho” no neto Otávio que acabara de nascer. “A felicidade está transbordando neste sítio”, fala o avó sorridente.
Jannig tem duas filhas e sua mãe, hoje com 85 anos, mora com ele.
A rotina não o assusta. Diz, inclusive, que sua qualidade de vida melhorou depois que foi morar no sítio.
“Hoje faço o que gosto, cuido dos animais, aves e atendo aos visitantes. Não gosto de sair nem para os compromissos necessários na cidade, o que faço o mais breve para poder voltar logo”, confessa o proprietário rural, que está com 59 anos, cheio de saúde, disposição e ensinamentos para passar.

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