Visitao descontrolada. Trilhas abertas sem orientao tcnica. Perda da vegetao pela passagem e estacionamento de carros e at nibus de turismo.

A combinao destes fatores ameaa um dos mais belos pontos tursticos de Mato Grosso: o mirante de Chapada dos Guimares (60 km de Cuiab).

A eroso avana em pelo menos trs pontos e corri rapidamente uma paisagem que atrai e encanta turistas de todo o mundo.

Em menos de um ano, uma trilha aberta pelo pisoteio dos turistas se transformou em uma fenda com 30 metros de largura e quase 15 metros de profundidade. H risco de desabamento em vrios pontos.

Nesta segunda, a Secretaria Estadual do Meio Ambiente interditou o mirante. Alm da suspenso imediata da visitao no local, o governo deu 10 dias para que o proprietrio do local apresente um plano de recuperao de rea degradada e 20 dias para incio das obras desse plano, alm da imediata manuteno de vigilncia 24h no local, com implicao de multa diria por descumprimento.

“Quanto mais carros e gente, mais perda de vegetao, compactao do solo e eroso”, afirma Alexandre Batistella, coordenador de Unidades de Conservao e reas Protegidas da Sema (Secretaria Estadual de Meio Ambiente).

A rea particular e sua posse alvo de uma disputa judicial que recentemente passou a incluir at a prefeitura de Chapada dos Guimares. “Esse o primeiro entrave: no se trata de uma rea pblica, como muitos imaginam”, diz o coordenador.

Em 2011, o Ministrio Pblico pediu Justia a interdio do acesso ao mirante at que fosse apresentado “um plano de estruturao”.

“De maneira informal, o local se tornou um ponto de turismo e a presena humana desordenada e a m construo de trilhas, associada a fatores naturais da geografia local contribui, para o processo de degradao”, afirmou a Promotoria, na ao.

Desde ento, duas interdies foram determinadas pela Justia, com prazos para que o proprietrio, Jefferson Carlos de Castro, apresentasse um projeto de reestruturao. “At hoje, nada foi feito”, diz Batistella.

Entre as medidas sugeridas para o local, esto o replantio da vegetao e a construo de uma passarela suspensa, que passaria a ser o nico acesso permitido aos turistas.

reportagem o promotor de Justia do municpio, Leandro Volochko, disse que pretende iniciar um “dilogo” entre as partes. “No se trata de impedir a visitao, mas de oferecer um ‘servio’ de qualidade e com proteo ao ambiente”.

A reportagem no conseguiu contato com o proprietrio da rea.