Lagoa encerra Cidade do Vinho com gala e balanço positivo

A Câmara Municipal de Lagoa obteve o título de Cidade do Vinho, distinção atribuída pela Associação dos Municípios Portugueses do Vinho (AMPV), durante 2016, iniciativa que encerra com uma gala marcada para sábado, 18 de fevereiro, às 21 horas, no Centro de Congressos do Arade, no Parchal.

A merecer a mesma pompa que pautou as iniciativas promovidas pela autarquia lagoense, esta cerimónia ficará marcada por uma retrospetiva em jeito de conclusão, e também pela passagem de testemunho a Madalena do Pico, localidade situada na segunda maior ilha do arquipélago dos Açores (Pico), que dará continuidade à Cidade do Vinho em 2017. Haverá ainda uma surpresa que a Câmara Municipal de Lagoa não quis desvendar.

No entanto, o «barlavento» já apurou que o balanço de «Lagoa, Cidade do Vinho 2016» é «extremamente positivo» tendo sido superados os objetivos iniciais. Uma centena de iniciativas culturais, desportivas, económicas, envolveram mais de um milhão de pessoas interessadas nesta temática.

Destes eventos, a Câmara Municipal de Lagoa destacou ao «barlavento», a Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (FATACIL) e, dentro da programação deste certame, o brinde com vinho da Adega Única que esteve submerso quatro meses no Rio Arade, no sítio das Fontes de Estômbar.

Segundo avançou a autarquia, inscreveram-se quase duas mil pessoas. Em paralelo, merecem ainda destaque a gala de eleição da Rainha das Vindimas de Portugal, o Lagoa Wine Show ou as Jornadas do Enoturismo. Para a autarquia, foram conseguidos os três principais objetivos propostos na candidatura que levou à obtenção do galardão da AMPV.

A primeira intenção foi promover Lagoa, enquanto território vinhateiro, enaltecendo o valor do legado cultural que o concelho herdou dos seus antepassados, como «Lagoa Denominação de Origem Protegida» (DOP). Por acréscimo, a autarquia também quis promover os restantes concelhos algarvios e considera que foi um esforço alcançado, até pela exposição mediática que a região teve a nível nacional e internacional ao longo do ano, e por aliar o vinho às outras mais-valias turísticas do Algarve.

O segundo objetivo, na perspetiva da Câmara Municipal de Lagoa, foi promover os vitivinicultores locais e regionais, mostrando que os vinhos algarvios têm hoje um grande potencial e qualidade. A verdade é que Lagoa, quando viu a candidatura aprovada, no final de 2015, tinha quatro produtores, ainda que um deles seja a Adega Cooperativa que engloba diversos vinicultores, e passado um ano duplicou esse número.

Um destes novos produtores está a iniciar o projeto agora, tal como o «barlavento» noticiou em janeiro, sendo um investimento de 3,5 milhões de euros. Além de atrair investimento, Lagoa participou em sete feiras internacionais, onde deu conhecer, através de provas, os vinhos lagoenses, algarvios e alguns portugueses sobre a chancela do galardão atribuído pela AMPV.

A nível regional, a FATACIL foi o expoente máximo nestas iniciativas realizadas pela autarquia em 2016, pois além do número de visitantes que superou as expetativas e de um conceito renovado que levou os vinhos a brilharem no evento, houve um telejornal em direto no espaço da Comissão Vitivinícola do Algarve (CVA) com uma exposição de âmbito nacional muito grande.

A terceira ambição era colocar o Algarve a debater o enoturismo, lançando as sementes para o futuro. Apesar de ser um tema recorrente, que pouco saiu do papel em anos anteriores, a Câmara Municipal de Lagoa acredita que agora deu o pontapé de saída para mostrar que este é um segmento que deve ser explorado, aperfeiçoado e concretizado.

Apoiando-se num estudo da Universidade de Aveiro, encomendado pela Associação das Rotas dos Vinhos de Portugal, foi demonstrado que, cada vez mais, «é maior o número de pessoas que em todo o mundo» têm como principal motivo de viagem a gastronomia e o vinho. Essa pode ser, na visão da edilidade, «uma janela de oportunidade para combater a sazonalidade». E se houver essa captação de turismo fora da época alta, devido à gastronomia e ao vinho, a economia local (hotelaria, restauração e serviços) tomará outro impulso, gerará emprego todo o ano, contribuindo para a qualidade de vida das famílias.

Por outro lado, o vinho servirá para fidelizar turistas, num complemento aos principais produtos do Algarve (sol, praia e golfe). Apesar da beleza natural e outros atrativos, «praias e campos de golfe há um pouco por todo o mundo», considerou a autarquia lagoense.

No entanto, se a esses produtos de excelência a gastronomia e o vinho forem fatores diferenciadores, esses turistas na hora de escolher o destino de férias podem ter em conta as experiências agradáveis do Algarve.

O balanço positivo e a experiência enriquecedora de «Lagoa, Cidade do Vinho 2016» também já foi reconhecido pela AMPV, sendo uma das entidades que marcará presença na gala de encerramento.
Na passagem de testemunho, a Câmara Municipal de Lagoa fará questão de se disponibilizar para prestar o apoio necessário, até porque os proponentes da candidatura lagoense consideram que ficou estabelecida uma rede informal de partilha entre as cidades que obtêm o galardão da AMPV.

Aliás, a porta está aberta para projetos conjuntos, estando a Associação dos Municípios Portugueses do Vinho a preparar um protocolo, a assinar em breve, de partilha de boas práticas e de cooperação mútua destas localidades.

Para a Câmara Municipal, o projeto de promoção do vinho não terminou a 31 de dezembro, havendo uma continuidade, até porque o concelho quer assumir «um papel charneiro» na promoção do vinho algarvio.

Duas apostas que contam assim com o apoio de Lagoa será a temática do enoturismo e a Rota dos Vinhos do Algarve, projeto da CVA apoiado pela Região de Turismo do Algarve (RTA), que deverá, para criar potencial, englobar produtores, mas também restauração, hotelaria, agências de viagem, autarquias.

Cinco eventos âncoras sobre o vinho continuam este ano

O testemunho da Cidade do Vinho será passado a outra cidade portuguesa, mas a Câmara Municipal de Lagoa pretende continuar com cinco das iniciativas temáticas, de forma a manter a promoção do produto na região e além fronteiras. Assim, na programação anual da autarquia para este ano, continuarão a ser realizados ou apoiados o Concurso de Vinhos do Algarve, que terá lugar a 19 de março, a terceira edição do Lagoa Wine Show, em abril, a Feira de Artesanato, Turismo, Agricultura, Comércio e Indústria de Lagoa (FATACIL), de 18 a 27 de agosto, as Jornadas do Enoturismo e a eleição da Rainha das Vindimas de Lagoa para que a vencedora possa depois concorrer à gala nacional, promovida pela Associação dos Municípios Portugueses do Vinho (AMPV).
Apesar de continuar a querer promover o vinho como produto chave para o concelho lagoense, mas também para a região algarvia, a autarquia teve a preocupação de se associar ao projeto Wine With Moderation (Vinho com Moderação), pois a edilidade não aprova o consumo excessivo desta bebida alcoólica.

Receita do concerto de João Pedro Pais reverte para IPSS

Um dos atrativos da Gala de Encerramento de «Lagoa, Cidade do Vinho 2016», no próximo sábado, 18 de fevereiro, a partir das 21 horas, no Centro de Congressos do Arade, no Parchal, será o concerto do conhecido músico português João Pedro Pais. As entradas custam cinco euros, ainda havendo bilhetes disponíveis para compra na Ticketline, Worten, Fnac e também no Convento de São José, em Lagoa. Os interessados podem obter mais informações através do 282380434.
A Câmara Municipal de Lagoa, que promove a iniciativa, decidiu que este espetáculo teria um carácter solidário. Por isso, a totalidade da receita conseguida com a venda das entradas, tal como as oferecidas pela autarquia, será distribuída pelas Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho. E serão as pessoas que assistem ao concerto a escolher as IPSS a quem querem doar o valor do bilhete que compraram, sendo providenciadas tombolas no espaço.

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