Lagoa discutiu futuro do enoturismo no Algarve – Barlavento

Depois do sol e mar, golfe, caminhadas, ciclismo e birdwatching, o enoturismo surge como o novo nicho no qual a região do Algarve quer apostar. Foi com este intuito que o município de Lagoa, no âmbito da iniciativa «Lagoa Cidade do Vinho 2016», organizou a primeira edição das «Jornadas de Enoturismo», no passado dia 18 de novembro, evento que contou com cerca de 120 participantes.

Entidades oficiais, produtores, estudantes e empresários participaram num programa que ao longo do dia incluiu vários painéis de discussão no auditório do Convento de São José, e visitas às adegas da Quinta dos Vales, em Estômbar, e à Quinta da Vinha, no vizinho concelho de Silves.

Em debate estiveram assuntos como as rotas de vinhos e estudos de boas práticas, o panorama do enoturismo no Algarve e a sua importância para atividade e oferta turística. «O balanço destas jornadas é muito positivo. O objetivo era deixarmos aqui uma semente lançada neste final de mandato de Lagoa enquanto Cidade do Vinho 2016, debatendo a importância do enoturismo como complemento da oferta turística no Algarve. Este é o primeiro passo de um longo caminho que temos para percorrer», explicou ao «barlavento» Luís Encarnação, vereador do município de Lagoa.

Até porque «a Rota dos Vinhos do Algarve existe enquanto associação, mas ainda não foi criado um roteiro. Por si só ainda não é capaz de promover os produtos e atrair os turistas que pretendemos. Este é um trabalho que neste momento deve ser feito por todos, e é por isso que nestas jornadas convidamos os principais atores do turismo na nossa região a refletir sobre o enoturismo como atividade com potencial de contrariar a questão da sazonalidade, e, também, enquanto complemento da própria oferta. O turismo no Algarve é a soma de muitas coisas, entre elas a boa comida e o vinho!», defendeu.

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Reforçando ainda que «deixamos o convite para os diversos players se unam e avancem com um projeto único que tenha mais força». Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), considerou que «o enoturismo é um segmento a explorar e um fator extra de atração que trará mais estímulo à atividade económica» regional. E defendeu que «a criação de uma rota de vinhos é um bom ponto de partida para estruturar, divulgar e criar confiança no produto que pode ser potenciado por outros que o Algarve já oferece». Desidério Silva, presidente da Região de Turismo do Algarve (RTA), defendeu que a aposta neste «novo produto» é uma «importante alternativa para que o Algarve seja sustentável durante todo o ano». Há trabalho paralelo que deve ser feito «por todos», justificando, por exemplo, que «ainda há muitos restaurantes no Algarve que não têm nos seus estabelecimentos um único vinho da região.

E relembrou que «o Algarve não pode ganhar apenas à custa da crise e da instabilidade noutros países. Tem de valer por si só e pela sua qualidade». Nestas primeiras jornadas participaram ainda entidades como a Rota dos Vinhos de Portugal, Rota dos Vinhos da Bairrada, Associação Espanhola das Cidades dos Vinhos, Ayuntamiento de Alcazar de San Juan, a Comissão Vitivinícola do Algarve e vários produtores locais. O vereador Luís Encarnação deixou ainda a promessa de que esta é uma iniciativa que se deverá repetir anualmente.

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