Jornalista conta como passou 11 dias em NY com apenas U$153

Um incidente motivado por uma conexão muito curta, entre a chegada aos Estados Unidos (Detroit) e o destino final para um intercâmbio (Nova York), fez com que o jornalista Ricardo Ruas conseguisse a façanha de esquecer todo o dinheiro economizado para uma viagem de três semanas na esteira no raio-X do aeroporto.

Ricardo só descobriu o problema quando aterrissou na Big Apple e foi avisado pela companhia aérea. Foi quando começou a saga em busca dos valores perdidos.

Arquivo pessoal

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O jornalista Ricardo Ruas em Nova York

O combinado foi a entrega pelos correios no endereço da escola, onde ele permaneceria por duas semanas para estudar inglês. “Este foi meu terceiro intercâmbio e, como das outras vezes, já tinha contado com o auxílio de uma agência que tinha adquirido acomodação com café da manhã e janta e as aulas. Foi a sorte, porque tinha duas refeições garantidas por dia!”, conta.

Ricardo estava tranquilo à espera do dinheiro esquecido, até ter a surpresa da entrega de um voucher no mesmo valor, não em espécie. Durante 11 dias teve boa parte da sua atenção voltada à troca. Recebeu cheque, tentou trocar em banco, casa de câmbio e só conseguiu ficar tranquilo quando o gerente do seu banco no Brasil confirmou que ele poderia fazer o depósito por aqui.

“Tomava um bom café da manhã e levava uma fruta para o lanche na escola. No almoço ia de cachorro-quente, hambúrguer ou salada, na faixa dos U$ 7 cada um. Barrinha de cereal ou sementes, como nozes e castanhas, completavam o lanche da tarde. Em casa fazia a janta normalmente”, relembra.

Apesar do ritmo, este é o costume norte-americano. Com o horário comercial diferenciado, e apenas 40 minutos de intervalo, quem trabalha nos Estados Unidos também toma café da manhã reforçado, faz um lanche na hora do almoço e janta por volta das 18h30min.

Mais perrengues

Mas os problemas de Ricardo não pararam por aí. O jornalista programou duas semanas de estudo e mais uma de férias, com apoio de uma agência de intercâmbio.

“Tinha comprado no Brasil, pelo AirBnB, uma hospedagem em casa de família com banheiro compartilhado. Mas ao chegar ao local, era um hostel criado por uma comunidade Hare Krishna. Em vez de um quarto com banheiro compartilhado com a família, era uma cabine com banheiro compartilhado com outros 17 hóspedes. Levei super na boa e acabei utilizando mais esta adversidade como algo positivo, como um momento de aprendizado”, diz.

Com boa localização e café da manhã disponível 24 horas por dia, foi mais uma forma de continuar economizando e evitar um rombo no cartão de crédito. “Minha família me enviou alguns dólares do Brasil no Travel Money e acabei não precisando gastar muito”, recorda.

Ricardo  compartilha abaixo como foram os custos dia a dia até a confirmação de que o cheque poderia ser trocado no Brasil:

Dia 1 – translado do aeroporto até a homestay: U$ 50
Dia 2 – hambúrguer: U$ 8,69
Dia 3 – salada e iogurtes: U$ 14,27
Dia 4 – granola: U$ 9,58
Dia 5 – cachorro-quente e artigos de higiene pessoal: U$ 12,80
Dia 6 – wrap: U$ 12,60
Dia 7 – salada: U$ 7,14
Dia 8 – smoothie e cachorro-quente: U$ 6,52
Dia 9 – sanduíche e boné: U$ 9,48
Dia 10 – sementes, chocolate e sorvete: U$ 12,55
Dia 11 – salada: U$ 8,50

Obs.: O valor do cartão ilimitado do metrô (U$ 63, para duas semanas) não foram contabilizados porque foram pagos depois desta data aos donos da casa que emprestaram o dinheiro.

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