Guia de turismo que foi preso por engano consegue mudar de nome

Com o novo documento de identidade em mãos, o guia de turismo José Henrique de França Rocha Eggert, que passou mais de 15 dias preso por engano em 2010, em Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná, diz se sentir realizado. Após a confusão, o guia entrou com uma ação na Justiça para trocar de nome.

“Já estou com o documento original na mão, daqui para frente é correr atrás de tirar minha documentação nova. É a maior vitória que posso ter”. França, como é conhecido, foi preso no lugar do irmão que foi registrado com o mesmo nome – José de França Rocha – o que gerou o engano.

Enquanto esteve detido, a esposa Tania Eggert foi quem correu atrás para provar o erro. “Já provamos a inocência, já conseguimos esse documento. Agora está mais tranquilo porque o que queriamos, nós conseguimos. Provamos que não temos nada ver com assunto graças a Deus ”, pontua.

O nome do meio, Henrique, veio do filho e o sobrenome foi adotado da mulher. “O juiz que orientou a gente, como o filho dele se chama Henrique, para ficar bem diferente. Eu gostei, ficou muito bom e minha família amou”, conta Tania. “É muito gratificante ter o nome do filho e da minha esposa”, afirma.

Sobre o passado, França diz que não quer nem se lembrar do que aconteceu. “Graças a Deus estou livre desse problema. Daqui para frente é só alegria, e de nome novo”, finaliza o guia.

A prisão
A prisão aconteceu no posto de fiscalização da Polícia Federal (PF) na Ponte Internacional Tancredo Neves, na fronteira entre o Brasil e a Argentina.

O guia conta que trabalhava normalmente quando os policiais falaram que havia uma restrição com o nome dele. “O agente falou que tinha uma restrição no domingo quando passei na fronteira. Voltei para casa e nem dormi, fui na segunda-feira de livre e espontânea vontade na PFl ver o que estava acontecendo. Quando cheguei, o agente falou que tinha um mandado de prisão para mim”. França foi levado para a cadeia pública Laudemir Neves.

Sobre os dias em que ficou preso, ele conta que foi o pior momento da vida. “Ficar em um lugar onde cabem seis e tem 13 pessoas. Só um rapaz que estava lá tinha cometido 23 homicídios. Ninguém dormia, só fumavam maconha. Eu sou um homem sério, trabalhador, nunca tinha passado ou chegado perto disso”, comenta.

França e o irmão têm 12 anos de diferença de idade e há anos perderam o contato. “Meu irmão nunca me ligou, faz 12 ou 13 anos que não falo com ele, falo com a minha mãe, com a minha família no Rio Grande do Norte, mas nunca mais falei com ele”.

Indenização
A Justiça condenou o Governo do Rio Grande do Norte a pagar uma indenização de R$ 40 mil por danos morais para o guia. Foi o Judiciário potiguar que emitiu a ordem de prisão em nome do irmão dele. Os advogados de França haviam pedido R$ 1 milhão pelos danos morais e materiais.

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