Funcionário da empresa de turismo foi ao encontro do grupo para …

Pela manhã, os familiares das vítimas começaram a chegar para identificar os corpos. Muito abalados, alguns preferem não falar. Adão Leandro, 54 anos, é dono da funerária de União da Vitória e viajou quase quatro horas até Joinville. Ele pensou que o filho, de 16 anos, estava entre os passageiros que morreram. Mas chegando ao local recebeu a notícia que o rapaz está internado no hospital São José. “Vim correndo para cá porque não tinha notícias”, disse.

Willian Vieira, 21, perdeu a tia e a prima. Horas antes do acidente, ele soube que o ônibus em que elas estavam tinha apresentado falhas mecânicas e foi substituído por outro, mas disse que não ligou para elas novamente porque elas publicaram uma foto durante a viagem mostrando que estava tudo bem. O filho da prima dele, de um ano e nove meses, sobreviveu e está internado no hospital infantil em estado grave. “Elas eram como mãe e irmã para mim. Agora vou cuidar do meu sobrinho que ficou órfão de mãe e vó”, lamentou.

O ônibus saiu de União da Vitória por volta das 23h de sexta-feira e após andar cerca de 150 km apresentou problemas mecânicos. Parou em um posto de gasolina em Rio Negrinho e ficou esperando a troca do veículo. Somente às 15h de sábado o veículo foi trocado. Carlos Domingos, 44, funcionário da empresa de turismo Costa Mar, levou o veículo substituto para a viagem continuar. Ele contou que as pessoas comemoravam quando o novo veículo chegou e se ofereceu para conduzir o ônibus até o destino final, no Paraná, mas Cérgio Antônio da Costa, dono da empresa e que estava dirigindo o ônibus preferiu continuar na direção.

Domingos, então, voltou para Mafra, onde mora. Quando chegou em casa, soube da notícia e e seguiu para o local do acidente para cuidar dos pertences das vítimas durante a operação de resgate na madrugada. Ele diz que não identificou o problema no primeiro ônibus, que ele levou de volta até Mafra. “Eu disse para ele (Cérgio) que eu podia levar o ônibus, mas ele preferiu seguir o caminho junto com o filho”, contou.

Grupo que estava em uma van se juntou aos passageiros do ônibus no sábado

O número certo de passageiros que estavam no veículo na hora do acidente ainda não foi confirmado. Domingos afirmou que na hora em que o ônibus foi trocado haviam 35 passageiros no ônibus. Outras 15 pessoas estavam em uma van, que iria para o mesmo local. Mas no caminho, quando os passageiros do ônibus trocaram de veículo, todos se juntaram no mesmo ônibus, que segundo Domingos tinha capacidade para 50 passageiros, e a van foi levada de volta à cidade pelo mecânico que estava no local aguardando a troca do veículo junto aos passageiros.

Porém, o número de passageiros confirmado pelo IML até o início da tarde, entre mortos, feridos e não encontrados já passam de 50. O Deter (Departamento de Transportes e Terminais), apesar de acompanhar os fatos, afirma que que a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) é quem deve responder pelo caso, já que que os veículos são do Paraná e e o Deter é responsável apenas pelas operações intermunicipais, dentro do Estado de Santa Catarina. O major que acompanha o caso disse que não há como confirmar nenhum número por enquanto, nem sobre a capacidade do ônibus nem sobre o número total de passageiros que estavam no veículo.

Governador escreveu nota de pesar pelas vítimas.

De acordo com o diretor do IML, a maioria morreu por causa de hemorragias e fratura dos ossos após a queda. O governador Raimundo Colombo se manifestou, por meio das redes sociais, em sua página no Facebook dizendo que está  acompanhando as ações de resgate das vítimas do acidente que considerou “a maior tragédia de trânsito da história de Santa Catarina”. “Nossos irmãos paranaenses, de modo muito especial os familiares, recebam nossos sentimentos de dor e pesar nesse momento tão triste”, disse.

O ônibus fretado da empresa Costa Mar saiu de União da Vitória, por volta das 23h de sexta-feira em direção à Guaratuba, no Paraná, para um evento religioso ligado à Federação Umbanda Candomblé e Angola e caiu o em um Ribanceira na Serra Dona Francisca, na rodovia SC-418, em Joinville, na tarde de sábado, por volta das 17 horas. Informações ainda não oficiais dão conta que 59 pessoas estariam no ônibus que teria capacidade para 45 ocupantes. Até a manhã deste domingo (15) foram confirmados 49 mortos –  três corpos ainda não foram reconhecidos – e nove feridos.

Com informações do repórter Leonardo Thomé

Sobre o acidente

O ônibus fretado da empresa Costa Mar saiu de União da Vitória, por volta das 23h de sexta-feira em direção à Guaratuba, no Paraná, para um evento religioso ligado à Federação Umbanda Candomblé e Angola e acabou caindo em um Ribanceira na Serra Dona Francisca, na rodovia SC-418, próximo a Joinville, na tarde de sábado, por volta das 17 horas. O presidente da Federação, lamentou a morte dos passageiros e disse que o encontro seria em Itapoá, outra praia da região. Não se sabe ao certo se eles iriam até as duas cidades. Informações ainda não oficiais dão conta que 59 pessoas estariam no ônibus. Até o início da tarde deste domingo (15) foram confirmados 50 mortos oito feridos.

 

Atualizado às 14h50

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