Empresas aéreas apostam em Macri para repatriar dinheiro na Argentina

O novo governo argentino, que tomou posse nesta quinta (10), a aposta das companhias areas estrangeiras para poder repatriar sem restries as receitas obtidas no pas.

Conforme a Iata (Associao Internacional de Transporte Areo) –representante de cerca de 260 empresas, responsveis por 83% do trfego mundial–, nos ltimos seis meses, o governo de Cristina Kirchner apertou os limites dirios para a retirada de fundos em dlares, o que prejudica a operao das companhias, que no conseguem enviar dinheiro para suas matrizes.

“Antes as companhias tinham de US$ 300 mil a US$ 600 mil autorizados por dia pelo Banco Central. Agora so s US$ 50 mil dirios, em mdia. Para as empresas que tm um volume grande de operaes, isso tem grande impacto”, diz Peter Cerda, vice-presidente da Iata para as Amricas, em encontro com jornalistas em Genebra.

Em retaliao, as linhas areas passaram a limitar a disponibilidade de bilhetes venda no pas, afirma Cerda. De acordo com a mdia argentina, a American Airlines, por exemplo, chegou a parar de vender passagens no pas em novembro por no conseguir fazer seu caixa girar.

A associao diz estar em contato com a equipe de Macri, que j teria sinalizado interesse em resolver o impasse.

VENEZUELA

O setor tambm festeja a vitria recente da oposio nas eleies legislativas da Venezuela para forar a liberao de US$ 3,8 bilhes retidos das areas, conforme a Iata.

“O governo promete pagar, mas nada concreto foi materializado”, diz Cerda. O trfego de passageiros no pas, conforme o grupo, caiu 17% em um ano, entre setembro de 2014 e agosto de 2015.

PERDAS NA REGIO

As companhias areas na Amrica Latina devem fechar o ano com perdas de US$ 300 milhes. Para a Iata, a regio foi a de piores resultados em 2015.

No balano, o Brasil, em desacelerao econmica e com real desvalorizado, aparece como o principal peso contrrio ao desempenho latino. No primeiro semestre deste ano, o prejuzo no pas foi de R$ 1,56 bilhes (cerca de US$ 400 milhes).

No pas, em comparao com 2014, os custos de operao subiram 24%, enquanto o faturamento cresceu 3,7%. A principal queixa da associao o preo do combustvel –50% mais caro no Brasil do que em outros pases da regio.

Em termos de trfego, porm, houve crescimento na regio, de 5,6%. No prximo ano, esperado aumento de 7,5%, puxado por mais voos para a Amrica do Norte.

A reprter GIULIANA DE TOLEDO viajou a convite da Iata (Associao Internacional de Transporte Areo).

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