Centenas de refugiados sírios que têm chegado à ilha de Kos, na Grécia, começaram este domingo a embarcar num navio cruzeiro fretado pelo governo grego para apaziguar a situação, por vezes caótica, no território perto da costa turca.

O navio Eleftherinos Venizelos – que pertence a uma empresa que transporta turistas para ilhas gregas e para Itália – chegou a Kos na sexta-feira, mas o embarque foi adiado para este domingo de modo a evitar novos distúrbios entre os imigrantes desesperados que fizeram a travessia da Turquia em pequenos barcos ou botes.

Este barco servirá de alojamento e de centro de documentação para os cerca de 2.500 cidadãos sírios que se encontram refugiados nesta ilha grega. A entrada neste navio é feito em grupos de 20 pessoas. 

Maioria dos imigrantes deixou o seu país devido a guerras civis

Em fuga devido à guerra civil, os imigrantes sírios são reconhecidos como refugiados, um estatuto que lhes permite ter prioridade sobre outros imigrantes que fugiram da sua terra natal por razões de ordem económica.

De acordo com estatísticas da Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 250.000 pessoas atravessaram o Mediterrâneo este ano para chegar à Europa. Cerca de metade passaram pelas ilhas gregas. Este fluxo aumentou com a chegada do verão, quando as águas são mais calmas e a viagem é menos arriscada. 

Confrontos entre imigrantes têm sido frequentes

Nas últimas semanas, as autoridades de Kos e de outras ilhas do mar Egeu, como Lesbos, Chios e Samos, encontram-se sobrelotadas de imigrantes devido ao grande aumento da chegada de embarcações.

Nos últimos dias, sobretudo em Kos, registaram-se confrontos entre refugiados e autoridades policiais. A maioria dos refugiados queixa-se das más condições de alojamento e da falta de comida fornecida às pessoas que aguardam, amontoadas num estádio de futebol lotado, pelos documentos que lhes vão permitir abandonar a Grécia.

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