Comidinhas da América do Sul que você não deve deixar de provar

Por Eduardo Vessoni, do site Viagem em Pauta

A gente que vive na estrada já cansou de contar as vezes em que foi tomado por sérias crises de abstinência gastronômica. Quem nunca, durante uma viagem em terras estrangeiras, clamou por um arroz com feijão, um bem passado café brasileiro ou até por pãezinhos de queijo?

Mas é justamente esta privação, que em alguns casos pode demorar meses ou até anos para ser quebrada, que faz viajantes cair de boca (no sentido mais literal da expressão) em pratos típicos que, se não são de origem brasuca, pelo menos abrem um mundo de novos sabores pronto para ser devorado.

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Não precisa ir muito longe para se viciar na gastronomia confortável, daquela que faz a gente ir longe nas sensações e nas memórias. Basta desembarcar em países vizinhos, aqui mesmo da América do Sul, para assistir a um (saboroso) desfile de pratos preparados com ingredientes que lembram a infância no interior ou a rotina em uma cidade grande do Brasil.

Empanadas bem recheadas na Argentina e na Bolívia; pães quentes no café da manhã colombiano; bananas fritas de países sul-americanos e caribenhos; e até um típico pãozinho paraguaio que, em terras mineiras, a gente chamaria sem culpa de “pão de queijo”.

Conheça algumas das comidinhas sul-americanas que você não pode deixar de provar na sua próxima viagem ao lado de cá do continente.

Empanadas

Pastel frito boliviano, tucumana, empanada de pino, criolla ou saltenha. Em cada país do continente, elas têm um nome. Mas o que mais sabemos é que a empanada é um dos pratos mais populares em toda a América do Sul (foto: Beatrice Murch/Flickr-Creative Commons)

Pastel frito boliviano, tucumana, empanada de pino, criolla ou saltenha.

Em cada país do continente, elas têm um nome. Mas o que mais sabemos é que a empanada é um dos pratos mais populares em toda a América do Sul.

As primeiras versões dessa massa fina recheada e assada (ou frita) foram trazidas pelos espanhóis que, por sua vez, teriam tido contato com essa espécie de pão recheado durante a longa passagem dos mouros pela Espanha, na Idade Média. Mais do que um longo período de disputas políticas e econômicas, que duraria 700 anos, árabes e espanhóis protagonizaram um troca linguística, literária, arquitetônica, comercial e, claro, gastronômica.

Humitas

Típicas de países de passado andino como a Argentina, Bolívia, Chile e Equador, as humitas têm origem nos países pré-colombinos, cujo nome deriva da palavra humint’a, em língua quíchua. São preparadas no forno ou no vapor com uma massa de milho cozida na própria folha desse cereal (foto: _Koba_/Flickr-Creative Commons

Típicas de países de passado andino como a Argentina, Bolívia, Chile e Equador, ashumitas têm origem nos países pré-colombinos, cujo nome deriva da palavra humint’a, em língua quíchua.

São preparadas no forno ou no vapor com uma massa de milho cozida na própria folha desse cereal.

Arepa

Esta espécie de pão de forma redondo, feito com farinha de milho, água e sal, é típico em países hispânicos como a Colômbia, Venezuela e Panamá. Servida pura ou com recheio, a arepa está presente em todas as refeições da Colômbia, país sul-americano que consegue preparar 75 versões desse pão como as arepas costeñas, paisas e rellenas (foto: Steven Depolo/Flickr-Creative Commons)

Essa espécie de pão de forma redondo, feito com farinha de milho, água e sal, é típico de países hispânicos como a Colômbia, Venezuela e Panamá.

Servida pura ou com recheio, a arepa está presente em todas as refeições da Colômbia, país sul-americano que consegue preparar 75 versões desse pão como as arepas costeñaspaisas erellenas.

Locro

Colômbia, Panamá, Equador, Venezuela, República Dominicana, Costa Rica e Cuba são alguns dos países sul-americanos e caribenhos que se renderam ao patacón, pedaços de banana verde frita conhecidos também como tostones. Cortadas em fatias largas, as bananas são fritas em óleo bem quente até ficarem douradas (foto: Wikipedia Commons)

Típico dos Andes, o locro é um cozido com abóbora, feijão, milho e carnes, além de variantes com mandioca e ervilha.

Na Argentina, o prato é preparado no dia 25 de maio em homenagem à Revolução de Maio que aconteceu no país, em 1810.

Chipa

Elas atendem pelo nome de chipa, mas pode chamar de pão de queijo mesmo. Facilmente encontrada no Paraguai e no nordeste argentino, a chipa é feita com amido, queijo, leite, ovos, manteiga e sal. Acredita-se que este pãozinho tem origem na América jesuítica e do povo guarani.(foto: Abriles_/Flickr-Creative Commons)

Elas atendem pelo nome de chipa, mas pode chamar de pão de queijo mesmo. Facilmente encontrada no Paraguai e no nordeste argentino, a chipa é feita com amido, queijo, leite, ovos, manteiga e sal.

Acredita-se que esse pãozinho tenha origem na América jesuítica e no povo guarani.

Patacón

Colômbia, Panamá, Equador, Venezuela, República Dominicana, Costa Rica e Cuba são alguns dos países sul-americanos e caribenhos que se renderam ao patacón, pedaços de banana verde frita conhecidos também como tostones. Cortadas em fatias largas, as bananas são fritas em óleo bem quente até ficarem douradas (foto: Wikipedia Commons)

Colômbia, Panamá, Equador, Venezuela, República Dominicana, Costa Rica e Cuba são alguns dos países sul-americanos e caribenhos que se renderam a esses pedaços de banana verde frita conhecidos também como tostones.

Cortadas em fatias largas, as bananas são fritas em óleo bem quente até ficarem douradas.

Curiosamente, o nome patacón tem origem na moeda de diversos países sul-americanos , no século 19, durante o período colonial.

Sopaipilla

A sopaipilla é uma massa de farinha de trigo frita em óleo ou manteiga. Do Chile ao sudoeste estadunidense, esses pãezinhos ganham diversas formas de preparo e estão presentes como acompanhamento de diversas refeições hispânicas (foto: Wikimedia Commons)

Massa de farinha de trigo frita em óleo ou manteiga. Do Chile ao sudoeste estadunidense, esses pãezinhos ganham diversas formas de preparo e estão presentes como acompanhamento de diversas refeições hispânicas.

Sopa Paraguaya

Resultado da fusão entre as cozinhas guarani e espanhola, a sopa paraguaya é na verdade um bolo de milho salgado feito com farinha de milho, leite, ovos, água e sal (foto: Eduardo Vessoni)

Todo brasileiro já caiu no conto da sopa paraguaya.

Basta encostar em qualquer restaurante de Assunção e pedir este típico prato paraguaio para o cliente se ver frustrado com o que o garçom servirá a seguir.

Resultado da fusão entre as cozinhas guarani e espanhola, a sopa paraguaya é na verdade um bolo de milho salgado feito com farinha de milho, leite, ovos, água e sal.

E na foto acima, a prova que até este desatento viajante que vos escreve já se viu envolvido na confusão paraguaia.

Na última vez que estive na capital do Paraguai pedi uma sopa paraguaya e fui surpreendido com o bolo que aparece no lado superior da imagem. Frustrado, voltei a chamar o garçom e pedi uma sopa de verdade, a que aparece em primeiro plano.

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