Casa Santos Lima: “Há um reconhecimento crescente da qualidade …

Fundada por Joaquim Santos Lima no final do século XIX, a Casa Santos Lima é hoje gerida por José Luís Oliveira da Silva, bisneto do fundador, sob cuja gestão se procedeu à replantação de grande parte das vinhas, que cobrem atualmente uma área total de 230ha (só na Região de Lisboa) e foi modernizada toda a estrutura produtiva. A empresa aposta numa grande flexibilidade e atenção às necessidades dos seus clientes, possível apenas pela antecipação das tendências nos diferentes mercados em que atua, a par de uma estratégia multimarca assente na produção de vinhos com uma excelente relação qualidade/preço.

(…) Lisboa (Alenquer) é a nossa principal região. Apesar de hoje em dia também mantermos ligações ao Douro, à região dos Vinhos Verdes, ao Alentejo e ao Algarve que é uma região que está a despontar e com muito potencial, apesar de ter estado um pouco esquecida e de ter ainda pouca dimensão.
A região de Lisboa, para nós, continua a ser a região de maior expressão e a base da nossa atividade (…)

A Casa Santos Lima é amplamente conhecida pela produção de vinhos de Lisboa, mas também de outras regiões…
Lisboa (Alenquer) é a nossa principal região. Apesar de hoje em dia também mantermos ligações ao Douro, à região dos Vinhos Verdes, ao Alentejo e ao Algarve que é uma região que está a despontar e com muito potencial, apesar de ter estado um pouco esquecida e de ter ainda pouca dimensão.
A região de Lisboa, para nós, continua a ser a região de maior expressão e a base da nossa atividade. Foi onde tudo começou e é a área mais representativa em termos de negócio.
Lisboa é uma região com um excelente potencial e, recentemente, tem havido muitos operadores a descobrir esta região onde é possível produzir vinhos diferentes, de vários tipos e todos eles altamente competitivos e comerciais. São vinhos com muita qualidade, diferentes.
Nós temos vindo, de alguma forma, a fazer algumas experiências na região com castas novas, com métodos de produção inovadores, seja nos vinhos sazonais, nos tranquilos, brancos, tintos e rosés, seja nos vinhos leves, um dos tipos de vinho típicos da região que contam com pouco grau e cujo consumo tem crescido bastante.

Está na altura de desmistificar Lisboa, a região de Lisboa produz bons vinhos?
Lisboa é uma região que já é bem reconhecida, contudo curiosamente, mais no exterior do que em Portugal. Não é por acaso que, em mercados muito exigentes, com muita concorrência, os vinhos portugueses que mais vendem são da região de Lisboa. É o caso da Escandinávia, por exemplo onde os vinhos são listados de acordo com critérios de seleção apertados que destaquem a relação qualidade/preço dos vinhos e cuja permanência nestes ambientes muito concorrenciais dependem da boa performance das vendas.

(…) O meu bisavô, Joaquim Santos Lima, era um grande produtor de vinho em várias regiões do país. Apesar de ser natural da região do Dão, tinha vinhas e quintas em várias regiões do país. Curiosamente, talvez dada a proximidade de Lisboa, onde ele acabou por vir morar, estas propriedades de Alenquer acabaram por ser as mais representativas da sua produção. Nunca engarrafou, nunca teve marca própria, exportava vinho em barricas, sobretudo para o Brasil. Este negócio foi gerando mais-valias e foi permitindo crescer e adquirir mais propriedades (…)

Em outros mercados, em que a relação com Portugal é mais íntima, nomeadamente alguns países de língua portuguesa, reproduz-se o modelo daquilo que se passa em Portugal. As regiões que em Portugal são mais conhecidas pelo consumidor final, também o são nesses países.
Ainda assim, nota-se hoje em dia um crescimento e uma maior visibilidade dos vinhos desta região, o que há algum tempo não se verificava. Tem a ver com algum preconceito e com o bom trabalho de marketing e divulgação que as outras regiões há alguns anos.
De facto, hoje em dia já há um reconhecimento da qualidade dos vinhos da região de Lisboa, mas ainda longe daquilo que a sua qualidade justifica.
É uma região que está a crescer em termos de área de vinha, em termos de novos agentes, bons enólogos, boas adegas, com algum enoturismo que é bastante positivo porque permite ao consumidor aproximar-se um pouco da realidade cultural. Há já uma oferta crescente e isso vai ajudar a consolidar a imagem da região.

(…) Lisboa é uma região que já é bem reconhecida, contudo curiosamente, mais no exterior do que em Portugal. Não é por acaso que, em mercados muito exigentes, com muita concorrência, os vinhos portugueses que mais vendem são da região de Lisboa. É o caso da Escandinávia, por exemplo onde os vinhos são listados de acordo com critérios de seleção apertados que destaquem a relação qualidade/preço dos vinhos e cuja permanência nestes ambientes muito concorrenciais dependem da boa performance das vendas (…)

Há vinhos bons em todas as regiões. Em Portugal é possível fazer vinhos bons com preços muito competitivos. Nós, Casa Santos Lima, fomos reconhecidos com mais de 100 medalhas de ouro em 2015 com vinhos cujo preço médio não ultrapassa os dois euros e meio. São vinhos acessíveis a todas as bolsas, isso comprova que é possível combinar qualidade e preço.

Conte-nos a história da Casa Santos Lima.
O meu bisavô, Joaquim Santos Lima, era um grande produtor de vinho em várias regiões do país. Apesar de ser natural da região do Dão, tinha vinhas e quintas em várias regiões do país. Curiosamente, talvez dada a proximidade de Lisboa, onde ele acabou por vir morar, estas propriedades de Alenquer acabaram por ser as mais representativas da sua produção. Nunca engarrafou, nunca teve marca própria, exportava vinho em barricas, sobretudo para o Brasil. Este negócio foi gerando mais-valias e foi permitindo crescer e adquirir mais propriedades. Estas quintas, em Alenquer foram recentemente dotadas de uma estrutura empresarial moderna e podem, de facto, levar a marca, o nome da família aos mais variados destinos. Exportamos para mais de 40 países e temos crescido todos os anos. Este ano, que ainda vai a meio, já estamos a crescer a dois dígitos por isso continuamos a ter necessidade de investir, porque o vinho implica espaço e implica stocks para as colheitas a lançar nos anos seguintes. O vinho é um negócio que, quando feito de forma sensata, sem querer ganhar tudo de uma só vez, se vai sustentando e criando margem para novos investimentos.

A Casa Santos Lima tem vindo a crescer e a adquirir novas propriedades todos os anos…
Nesta propriedade em Alenquer temos cerca de 230 hectares de vinha, temos outra vinha perto de Alenquer onde estão plantados mais de 40 hectares e temos vindo a adquirir terras todos os anos e a plantar novas vinhas.
No Algarve concluímos este ano uma plantação de 12 hectares junto a Tavira, o que vai reforçar a nossa oferta local. Já havia alguns produtores tradicionais de vinho no Algarve, cuja produção é maioritariamente destinada ao mercado local. Também fiquei surpreendido com a excelente aceitação que os vinhos do Algarve têm tido, designadamente no estrangeiro.

Porquê apostar em várias marcas e vinhos diferentes?
Desde o início que apostámos numa estratégia multimarca permitindo-nos oferecer vinho diferente a importadores diferentes sem criar fricções comerciais. Por outro lado porque o consumidor em geral gosta de variar e experimentar vinhos diferentes permitindo-nos alargar a cobertura do mercado.
Gosto de pensar que qualquer consumidor que queira variar pode beber sempre vinhos Casa Santos Lima e sempre vinhos diferentes, com imagens de marca diferentes. Isto é possível porque nós temos nas nossas vinhas mais de 50 castas diferentes o que nos permite também combiná-las de forma diferente.
Há muitos atributos que podem ser evidenciados quando se tem o manancial de castas e vinhos diferentes como os da Casa Santos Lima.

(…) Há vinhos bons em todas as regiões. Em Portugal é possível fazer vinhos bons com preços muito competitivos.
Nós, Casa Santos Lima, fomos reconhecidos com mais de 100 medalhas de ouro em 2015 com vinhos cujo preço médio não ultrapassa os dois euros e meio. São vinhos acessíveis a todas as bolsas, isso comprova que é possível combinar qualidade e preço (…)

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