Carmo de Minas tem café campeão de concurso internacional

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    Aroma e sabor são alguns dos critérios observados pelos especialistas durante avaliação técnica - Foto: Divulgação | Newton Santos

    Aroma e sabor são alguns dos critérios observados pelos especialistas durante avaliação técnica

O Cup of Excellence é o mais prestigiado prêmio concedido a cafés especiais em todo o mundo. No Brasil, o concurso é realizado em parceria com a BSCA (Associação Brasileira de Cafés Especiais), responsável por avaliar e premiar os melhores cafés do país.

Em 2005, o concurso teve 36 cafés finalistas. Destes, 26 eram do Sul de Minas, sendo que 24 da Serra da Mantiqueira. Afunilando um pouco mais a lista, chegaríamos a 18 só de Carmo de Minas.

Pois foi de lá que saíram os três primeiros lugares da competição. E estava incluído aí um lote da fazenda Santa Inês, que arrebatou o primeiro lugar depois de receber 95,85 pontos de um júri formado por 30 especialistas estrangeiros. A pontuação é recorde até hoje.

Família de produtores

“A cidade ficou de um jeito que parecia final de Copa do Mundo”, conta o empresário Luiz Paulo Dias Pereira Filho, que fundou a CarmoCoffees naquele ano, junto com Jacques Pereira Carneiro.

Impulsionada pelo reconhecimento da qualidade do café produzido na região – endossada também por pesquisas realizadas pela Universidade Federal da Lavras -, a empresa surgiu como uma ponte entre os cafeicultores e o mercado internacional.

“Por ser uma região montanhosa, o cafezal tinha muitas floradas. Aquilo para nós sempre foi um problema. Até que especialistas chegaram aqui e disseram: ‘isso aqui é tudo que o mercado está pedindo. Cafés especiais e com história'”, conta o representante de uma família de produtores que está na quarta geração.

Pois é, a incidência do sobrenome Pereira nessa reportagem não é mera coincidência. “É um negócio familiar. Aqui no Carmo que não é parente não é da cidade, está a passeio”, brinca Luiz Paulo, que também é proprietário da fazenda IP.

Embora oficialmente não faça parte da Rota do Café Especial, uma visita à sede da empresa pode ajudar o viajante a voltar para casa com uma boa dose de conhecimento na bagagem.

Quem pode ajudar nessa tarefa é Paulo César Junqueira, que responde pela supervisão de qualidade dos cafés que chegam ao local para avaliação. Para dar seu veredicto, ele aciona um repertório acumulado ao longo de 15 anos de “litragem”.

Aroma, sabor, acidez, corpo, uniformidade e doçura são alguns dos aspectos que ele ajuda o visitante a identificar nas amostras, durante a avaliação sensorial que obedece aos padrões da Speciality Coffee Association of America. 

Para os leigos vale um alerta. Na degustação técnica, não se bebe o café. Depois de passear pela língua, a bebida volta para um copo individual. Não é um gesto bonito de se ver, mas faz parte do ritual.

* A repórter viajou a convite da Nespresso.

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