Brasileira conta como foi mochilar por 111 dias sozinha pela Ásia

O propósito do Viagem em Sintonia é inspirar as pessoas a viajar, por isso esse espaço está aberto aos viajantes, que sempre tem uma história pra contar e uma dica-amiga pra dar. Hoje vocês vão acompanhar os 111 dias da Bia Nunes pela Ásia. Ela esteve em 32 cidades dos países Myanmar, Tailândia, Laos, Vietnã, Camboja e Malásia. Detalhe: Ela foi sozinha! E isso não a impediu de fazer absolutamente nada. Bia foi para todos os lugares que queria, conheceu várias pessoas e voltou mais confiante!

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A Bia já morou em outro País, em 2007, quando fez intercâmbio em Londres. Foi nesse período que ela fez um mochilão pela Europa. Delícia, né?! Só que a vontade de colocar uma mochila nas costas e sair pelo mundo não passou. Quem já fez isso, sabe: essa é uma sensação que vai te acompanhar pro resto da sua vida! É uma sensação que vai e volta e numa dessas, voltou e ficou. Então a Bia se percebeu insatisfeita profissionalmente e não permaneceu assim ou procurou outro emprego. Ela simplesmente decidiu que era o momento de pedir demissão e tirar um tempo para ela. Mas não ficou naquela lenga lenga, não. Pediu demissão e #partiu pra Ásia. Eita, mulher decidida!

A escolha pelo Sudeste Asiático foi baseada em recomendações dazamigas. A ideia de ter uma experiência com tanto choque cultural e em lugares maravilhosos a deixava ainda mais animada! O custo de vida baixo da região foi um fator importante para tornar essa aventura possível, afinal foram 111 dias mochilando. A irmã dela e uma amiga a incentivaram a criar uma página no instragram com dicas para outros viajantes. Tem imagens lindas de paisagens e registros espontâneos de pessoas, mostrando a realidade dos locais. Vale a pena conferir!

Arquivo pessoal

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Hoi An: A cidade preferida da Bia no Vietnã!

Não tem como ler e e falar “ah tá, bacana”. Naturalmente você vai se pegar pensando: “E se eu fosse também?”. Sabe por quê? Porque ela fez o que a maioria de nós pensa em fazer,mas não faz!

VS – Quais países e cidades você visitou? Quais meios de transportes usou?

A única certeza que tinha era de que chegaria a Bangkok e voaria para Yangon, em Myanmar, e depois voltaria de avião para Bangkok. Aliás, esses foram os únicos trechos para os quais comprei passagens de avião e antecipadamente. Todo o resto da viagem eu fiz de ônibus, van, trem ou barco sempre dando preferência para viagens durante a noite para economizar na hospedagem. Pesquisei todos os países e tracei a seguinte rota: depois de Myanmar viajaria pela Tailândia, Laos, Vietnã, Camboja, Malásia, Singapura e Indonésia. Sabia cada cidade que gostaria de visitar e segui a ordem dos países conforme o planejado, mas mudei a das cidades e acabei passando mais tempo do que o previsto em cada país, por isso tive que cortar Singapura e Indonésia do roteiro. No total foram 32 cidades em seis países.

Arquivo pessoal

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Inle Lake, em Myanmar: um dos lugares preferidos entre os 6 países que ela conheceu

VS – Qual foi seu critério para definir o tempo em cada cidade/país?

Normalmente, eu ficava de 2 a 5 dias em cada cidade e decidia isso na hora, dependendo do que tinha na cidade, da vibe do lugar e do que eu queria fazer. As pessoas com quem eu estava também influenciavam. Eu sempre estava com pessoas e muitas vezes o que fazer era definido em conjunto. O país onde passei mais tempo foi a Tailândia, entre idas e vindas foram mais de 40 dias. Também viajei bastante pelo Vietnã, 25 dias. Fiquei 10 dias no Laos e 11 no Camboja. Na Malásia foram 10 dias, mas gostaria de ter ficado mais.

VS – Quais lugares mais te encantaram? Por quê?

Tudo me encantou. O novo me encanta demais. Uma das coisas que eu mais amo fazer é ir a lugares onde nunca estive. Eu fico tão feliz quando estou explorando o mundo que dá para ver facilmente isso no meu rosto. A alegria toma conta de mim e eu só quero agradecer à vida por eu estar ali naquele momento. A gente sempre tem os lugares preferidos e os meus são: Inle Lake (Myanmar), Railay Beach (Krabi, Tailândia), Koh Tao (Tailândia), Bangkok (Tailândia), Ayutthaia (Tailândia), Luang Prabang (Laos), Sapa (Vietnã), Hoi An (Vietnã), Koh Rong (Camboja), Siem Reap (Camboja) e Penang (Malásia). Não basta o lugar ter uma cachoeira maravilhosa ou uma praia com a areia branquinha e o mar azul. Os lugares nos encantam não só por sua beleza, mas também pelo clima, a vibe do lugar, como somos tratados pelos locais e principalmente pelas pessoas que a gente conhece.

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VS – Qual foi sua impressão sobre as pessoas?

De uma forma geral, o povo do Sudeste Asiático não tem muito conhecimento de inglês, o que dificulta a comunicação e impossibilita conversas mais profundas. Além disso, a cultura oriental é muito diferente da ocidental. Fiz muitos amigos durante a viagem e apenas dois deles eram orientais. Eram dois meninos do Vietnã que estavam viajando de moto até Myanmar. Eu os conheci em Vientiane, no Laos e depois os reencontrei em Koh Rong, no Camboja. Achei as pessoas muito amigáveis na Tailândia, no Camboja e Laos, já no Vietnã tive a impressão de que as pessoas são mais agressivas, principalmente se você não quer comprar o que elas estão vendendo. A comunicação foi muito mais fácil na Malásia, encontrei muita gente falando bem em inglês. O turismo ainda é muito novo em Myanmar e notei certa inocência nas pessoas. Muitos pediram para tirar fotos comigo e de forma geral foram bem receptivos e agradáveis.

Arquivo pessoal

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A Bia publicou essa foto da Lis no Insta e alguns meses depois teve a grata surpresa de receber uma mensagem de um menino que tinha seguido a dica dela

VS – Olhando para trás, você acha que foi corajosa?

Pra mim, tudo o que fiz foi muito natural. Um dia pensando sobre a viagem e o que as pessoas me diziam (“Você é muito corajosa” ; “Te admiro, não conseguiria largar tudo e ir”), concordei que realmente é preciso ter coragem. Não é qualquer um que tem a ousadia de pedir demissão, comprar uma passagem e ir para o mundo sozinha durante quatro meses. Colocar uma mochila de 10 kg nas costas, usar as mesmas roupas por tanto tempo, viajar com pouquíssimo dinheiro e abrir mão do conforto, realmente, não é para qualquer um. Tenho orgulho de tudo o que fiz e da pessoa que me tornei após essa viagem. Leia a entrevista completa aqui.

Por Keila Marques, do blog Viagem em Sintonia

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