Uma nova tendência mais liberarista aos poucos emerge na vizinha Argentina, muito por conta da eleição de Mauricio Macri como novo presidente, em 2015. Este tipo de mentalidade mais ousada e visada aos negócios já chama a atenção de diversos grupos aéreos da América Latina, que viram na terra dos “hermanos” novas oportunidades em meio a um histórico mercado de aviação nacional marcado por burocracias e dificuldades.
Para se ter uma noção deste novo momento, a maior acionista da Avianca, a Synergy Group já está de olho em lançar uma nova companhia doméstica na Argentina, enquanto o Viva Group tenta fazer o mesmo após abandonar os planos de lançar a terceira empresa de baixo custo na Costa Rica. A empresa até já se reuniu com oficiais do governo argentino sobre a entrada no país, mas ainda não tem planos definitivos para fazê-lo.
Ao mesmo tempo, a Aerolineas Argentinas tenta realizar uma transição para uma mentalidade mais comercial, após anos amargando prejuízos e sendo apoiado pelo governo. A companhia pretende estar livre das dívidas até 2018, mas enorme desafios pela frente dificultam o caminho da companhia para alcançar este objetivo, como o processo de greves que se tornou uma tática familiar dos pilotos e a possível nova concorrência.
Para o mercado argentino no geral, uma maior liberdade da aviação comercial seria um grande começo, mas obstáculos para a maior das companhia do país estariam por vir, a espera pela regulamentação das tarifas domésticas e o investimento em infraestrutura aeroportuária ainda são conhecidas como as pedras do caminho. Para experts da aviação sul-americana, a abertura de mercado na Argentina poderia ser um dos passos mais importantes para o desenvolvimento da aviação comercial em toda a América do Sul no médio e longo prazo.
O Grupo Latam Airlines, por exemplo, é outro que está interessado em retomar a expansão no país após ser impedido pelo governo anterior por contra do protecionismo à Aerolineas. E as condições para este recomeço do que seria a Latam Argentina também precisariam ser extremamente favoráveis, mas o custo baixo dos bilhetes aéreos e os altos gastos com atividades aeroportuárias podem dificultar um pouco as coisas, pelo menos por enquanto. No entanto, se a Argentina reconhecer o real valor do aumento da concorrência, com a autorização da chegada de novas companhias, grandes passos para o mercado em geral serão dados.