Vá para Cuba, mas não leve seu drone

Nessa viagem em volta ao mundo que já contamos aqui no Catraca Livre, o segundo destino foi Cuba. Apesar dos repetidos gritos que ecoam pelo Brasil de “Vá para Cuba!!!” Nossa ida à ilha no roteiro atendeu outra motivação. Além de buscar conhecer toda a história que ela carrega, queríamos visitar praias paradisíacas e com águas cristalinas, próprias do Caribe, além de sentir a culinária local e aprender um pouco de salsa com o gingado cubano.

Sandro Masseli e Isabela Almeida na Praa da Revoluo, em CubaSandro Masseli e Isabela Almeida na Praa da Revoluo, em Cuba

Créditos: Arquivo pessoal

Sandro Masseli e Isabela Almeida na Praça da Revolução, em Cuba

Decidimos passar por lá já no início da viagem, pois com a recente intervenção do papa Francisco, um acordo foi assinado por Barack Obama e isso indica que as relações entre o Tio San e a ilha de Fidel Castro está muito perto de melhorar. Certamente a abertura para o mundo irá modificar muitas coisas. De fato, queríamos sentir o clima da pequena ilha caribenha que conseguiu afrontar por tantos anos a maior potência mundial, antes que ela fosse transformada pela abertura de algum Mc’Donald.

Na chegada ao aeroporto de Havana, já tivemos nossa primeira estranha. Essa e outras estão relatadas em um vídeo que preparamos (assista abaixo), sobre nossos dias por lá. Logo após o controle de imigração, todas as bagagens de mão são inspecionadas pelo raio-x e, por isso, descobriram que estávamos com um Drone. Nesse momento começou um longo, estressante e no final divertido momento de burocracia estatal cubana.

Foram quatro horas perdidas na aduana e o drone teve que ficar retido por lá, durante toda nossa estada na ilha. Eles são proibidos pelo governo. Nesse processo, passamos por um longo interrogatório. Questionaram até os motivos de eu já ter viajado para a China. Tudo registrado e acompanhado por seis agentes da aduana. Todas uniformizadas com uma saia bastante curta e colada no corpo. Bem diferente do que se vê em outros lugares do mundo por que já passamos.

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Créditos: Arquivo pessoal

Funcionários da Aduana cubana retêm drone no aeroporto de Havana

Preenchemos seis formulários com vias carbonadas e encaramos uma fila enorme de sacoleiros que “contrabandeavam” roupas e muambas para vender no mercado paralelo da ilha, fora das lojas do governo. Para passar com o material, eles alegam que é tudo presente para familiares. Assim, a entrada é liberada. Claro que depois de pagar uma taxa ao governo, que é estranhamente calculada sobre o peso das malas.

As simpticas funcionrias da Aduana cubana ajudam preencher papeladaAs simpticas funcionrias da Aduana cubana ajudam preencher papelada

Créditos: Arquivo pessoal

As simpáticas funcionárias da Aduana cubana ajudam preencher papelada

No caso do Drone, também fomos obrigados a pagar, mas pela retenção do equipamento. Nesse caso o valor é calculado, considerando o preço do material e o número de dias em que este fica retido. Por termos seguido os ensinamentos dos muambeiros de lá, declaramos 90 dólares pelo brinquedinho. No final, pagamos apenas US$ 14 pelos 15 dias de retenção. Se falássemos o valor real, nós teríamos pago algo próximo a US$ 140 dólares.

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

O táxi que nós levou de Trinidad para Santa Clara

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Nossa hospedagem em Varadero

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Banheiro da nossa hospedagem em Santa Clara

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Nosso quarto em Havana

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Crédito da imagem: Arquivo pessoal

Para quem queria ver e sentir um pouco do controle da ditadura castrista, essa foi uma boa e imediata experiência. Infelizmente deixamos de registrar imagens aéreas da ilha, que pretendíamos mostrar aqui e em nosso Instagram. Por outro lado, tivemos essa vivência muito rica na aduana cubana, para contar como mais um registro de viagem. Dificilmente teríamos outra situação para sentir como pensam e atuam os agentes que instrumentalizam o controle do governo cubano.

Relato por Sandro Masseli e Isabela Almeida, do blog Viver por Ar e Mar

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