Setur RN prepara promoção do destino com foco na história

Praia de Ponta Negra

O ponto da América do Sul mais próximo da Europa e da África. Ou, como foi classificada durante a Segunda Guerra Mundial: um dos quatro locais mais estratégicos do planeta. Estamos falando da capital do Rio Grande do Norte, Natal. Além de todos os atrativos turísticos já conhecidos do destino, como Sol e Praia, esportes de aventura e gastronomia, a cidade pode estar agregando mais um: história. Isso porque, após estudos e a coleta de evidências, o estado alega que foi o primeiro ponto de parada das caravelas de Pedro Álvares Cabral.

E não foi na Bahia? Segundo estudiosos locais e conforme garante o secretário de Turismo do Rio Grande do Norte, Ruy Gaspar, não. Em entrevista ao ME, ele ressaltou não ter dúvidas deste fato e explicou que a teoria foi levantada por historiadores e estudiosos respeitados. “Hoje temos esta certeza e conseguimos provar”, frisou Gaspar.

A confiança nesta teoria é baseada em argumentos sólidos: um deles é a Praia do Marco, no município de Touros, onde está Marco de Touros, esculpido com símbolos e brasões semelhantes ao marco chantado no município de Cananéia, em São Paulo, que seria o segundo marco português no Brasil. “Nos mapas portugueses, o primeiro marco do descobrimento e o segundo estão a duas mil milhas de distância. Como estão o de Touros e o de Cananéia. Se considerarmos o de Porto Seguro, o segundo teria que ser na Argentina”, disse o secretário.

Outra evidência citada é o Pico do Cabugi, que teria sido avistado pelos portugueses. De acordo com Gaspar, a descrição dos navegadores se assemelha muito mais com ele do que com o Monte Pascal, na Bahia. Ele também falou da presença de “aguada” no litoral, conforme consta na carta do descobrimento. Aguada seria água doce, presente nas proximidades do Marco de Touros e inexistente em Porto Seguro, na Bahia.

“Em 2000, para comemorar os 500 anos do Brasil, caravelas idênticas às de Cabral saíram de Portugal rumo ao Brasil para refazer o percurso da mesma maneira. Porém, quando cruzaram a linha do Equador, tiveram que ligar os motores para chegar a tempo em Porto Seguro. Caso contrário, aportariam em Natal”, contou Gaspar.

A professora-doutora Rosana Mazaro, do Departamento de Turismo da UFRN, tem dado o suporte teórico à empreitada. Ela é também velejadora e une conhecimentos científicos e práticos para embasar cinco evidências para provar que o Brasil começou pelo RN. “As correntes marítimas que direcionariam as caravelas naturalmente ao Rio Grande do Norte. Há uma dificuldade imensa para se chegar da Europa à Bahia e, em contraponto, facilidade para o RN. Há navegadores, sem exagero, que vão até Dakar (na África) para se aproximar do Brasil tamanho a força das correntes”, explicou.

E o Turismo? O secretário afirmou que está sendo preparada uma campanha de promoção que irá explorar o assunto e terá como mote “Tudo começa aqui”. Para ele, isso gera curiosidade e pode fazer com que o estado passe a ser mais visitado. “Isso pode reposicionar o destino, que já é único por todos os seus atributos. Passaremos a mostrar aqui parte importante da história do Brasil”, concluiu.

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