Jovem conta como faz para viajar mesmo ‘desempregada’
Ficar desempregada em meio à crise é uma má fase que muitos dos jovens, como eu, têm enfrentado. E, por mais que você tenha se esforçado para chegar onde chegou, essa dura realidade pode fazer parte da sua vida mais cedo ou mais tarde.
Como a maioria, estudei bastante, trabalhei e batalhei para obter experiência e uma carreira na área. Até o momento que a crise chegou e a empresa à qual eu trabalhava fechou. Por um momento, achei que seria só um período afastada do mercado e que logo me recolocaria. Então, fiz alguns mochilões por conta própria e decidi que não queria mais parar. Obviamente, a grana foi apertando e os quilômetros diminuindo. O emprego não chegava e a vontade de colocar o pé na estrada de novo só aumentava.
Créditos: Arquivo pessoal
Você pode ter muitas opções quando se está desempregado para se distrair: estudar, ler, jardinar, cozinhar, visitar os amigos, redecorar a cozinha da sua mãe, ler aqueles livros empilhados que você juntou prometendo que um dia daria conta… Enfim. Acontece que depois que você descobre o quanto é libertador, encantador e renovador conhecer lugares, pessoas e culturas incríveis, se torna uma necessidade aquele friozinho na barriga de planejar a próxima aventura. Para mim, mesmo com todas as atividades que me propunha a fazer para acalmar minha ansiedade por não estar trabalhando, nada se comparava a essa sensação. Parecia que todo o tempo que eu gastava dentro de casa era precioso demais para não estar em algum lugar incrível aprendendo coisas novas. Óbvio!
Créditos: Arquivo pessoal
Foi em um desses dias desesperadores que encontrei a Worldpackers, o que de certa forma chegou a ser emocionante! Eu usaria tudo que eu considero como hobbie em troca do que eu mais queria (viajar!), então, foi perfeito!
Além de desenvolver e aprimorar mais as atividades que tinha como um passatempo (como cozinhar), percebi que realmente tenho talentos com elas e que pretendo, mais pra frente, tratá-las como oportunidades para futuras rendas e investir nisso.
Em uma das minhas experiências em Boiçucanga, onde fiquei por um mês como worldpacker, eu sempre inventava pratos com o que tinha na despensa: lanches, sopas, carnes, risotos, bolos, etc. Inclusive, uma das minhas missões lá era reinventar o cardápio da pousada e acredito que tenha cumprido ela. E isso foi muito gratificante para mim e principalmente por ter o valor reconhecido pela Dina, minha anfitriã, e seus hóspedes e visitantes.
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Pude também aproveitar um pouco do meu inglês e o espanhol, mesmo viajando pelo Brasil.
Conheci excelentes pessoas que levarei sempre comigo. Deixei um pouco de mim e trouxe um pouco delas – a melhor troca, eu diria! A experiência de ser uma Worldpacker até aqui foi gratificante por me fazer enxergar que posso ir além das minhas expectativas profissionais e pessoais. Isso fortaleceu muito alguns aspectos e minha visão sobre mim mesma nos quesitos profissionais e pessoais.
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Descobri uma nova Camila com toda essa experiência, pois derrubei alguns maus conceitos que me fizeram acreditar sobre mim. Até aqui fiz viagens próximas. Mas agora me sinto mais confiante para quebrar a minha última resistência e viajar para fora do país.
E lá vem ele de novo, o friozinho na barriga com todo o planejamento da nova viagem!
‘Viajar é trocar a roupa da alma’, já dizia Mário Quintana. E você, está preparado?
Relato pela Worldpacker Camila Leite de Moraes