Grupo Vila Galé investe na produção de frutas no Alentejo

O objectivo é a produção de diversas espécies fruteiras na Região do Alentejo, aproveitando a disponibilidade de terra, água, o know-how dos sócios da empresa e um clima que permite a produção de fruta em qualidade, como esclarece Gonçalo Rebelo de Almeida, administrador do Grupo Vila Galé.

O que leva um grupo hoteleiro a iniciar a produção de frutas no Alentejo?
Trata-se de diversificar as áreas de negócio onde estamos, mas também de complementar a nossa atividade principal, que é a hotelaria. Em 2002, o grupo Vila Galé fundou a Santa Vitória, dedicada à produção de vinhos e azeites alentejanos. E em 2011 surgiu a SV Frutas que abrange o cultivo e comercialização de frutas. Depois da aquisição, nos anos 90, quisemos tirar partido das herdades que temos em Santa Vitória, perto de Beja, onde também temos um hotel, o Vila Galé Clube de Campo. Por um lado, conseguimos aproveitar a disponibilidade de terra e o know how existente. Por outro, permite-nos ter um produto hoteleiro diferenciado, já que ao estar enquadrado num ambiente mais rural, o Vila Galé Clube de Campo dispõe de várias atividades ligadas ao agro e enoturismo, ao turismo de natureza e à oferta de programas de vindimas. Além disso, há que referir a aposta que a Vila Galé faz na divulgação dos produtos e da gastronomia portugueses, pelo que fazia todo o sentido estar também na produção agrícola. Acreditamos que tem sido uma aliança bem-sucedida, que acaba também por contribuir para a reconversão agrícola do Alentejo e para a dinamização da economia local, trazendo turismo, o que se traduz em criação de emprego e geração de receitas.
 
Que tipos e variedades de fruta produzem e comercializam?
A área do pomar é de 94 hectares (ha), de um total de 1620 ha que ocupa a propriedade e que inclui ainda 130 ha de vinha, 155 ha de olival e 1000 ha de pastoreio e culturas cerealíferas.
Entre as principais produções frutícolas estão a pera rocha, ameixas, nectarinas, pêssegos e damascos. Há ainda 228 ha de cultura de melão, arrendados a terceiros.
 
A produção destina-se ao mercado nacional ou à exportação?
A ambos. Comercializamos parte da nossa produção para as grandes superfícies, mas também exportamos para países como Brasil, Inglaterra, Emirados Árabes Unidos, Alemanha e Irlanda.
 
Em termos de área, quantos hectares são plantados e com que espécies?
Cerca de 45 ha estão dedicados à pera rocha, 36 ha para o pêssego, 11 ha para a ameixa e 2 ha para o damasco. Introduzimos nesta região as ameixas e os pêssegos que permitem uma colheita precoce, dando-nos alguma vantagem competitiva face a outras regiões produtoras. O mesmo acontece com a pera. Além do clima, das características do sol e da existência de água, recorremos também a técnicas que permitem ter frutas de elevada qualidade e de forma natural, sem passar por processos de fábrica.

O Alentejo foi escolhido para poder beneficiar do plano de regas do Alqueva?
A escolha do Alentejo teve a ver com o facto de já termos adquirido propriedades naquela região, para fins turísticos.

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