Escritor lista pérolas gastronômicas cariocas

É inegável que o Rio de Janeiro tem nos pontos turísticos a maior parte de seu charme e que a cidade encanta milhares de turistas que a visitam diariamente durante todas as épocas do ano. Mas há algo que vai além das praias, do Maracanã e das belas vistas do Cristo Redentor e do Pão de Açúcar.

Rio_de_JaneiroRio_de_Janeiro

Se a boemia é patrimônio imaterial e cultural da cidade, falar dos botecos e restaurantes do Rio é mergulhar em um mundo à parte, cheio de histórias e nuances que complementam a alma do carioca. No livro “Na dobra do dia”, lançado este mês pela editora Rocco, o escritor Marcelo Moutinho comenta, em suas crônicas, sobre bares clássicos da cidade. São pelo menos cinco estabelecimentos que não podem faltar no roteiro. Com a palavra, Moutinho:

– Bip Bip: “Localizado na rua Almirante Gonçalves, em Copacabana, esse minúsculo bar tem características curiosas e é a cara do Rio de Janeiro. Ao anoitecer de cada domingo, reúnem-se lá alguns dos mais talentosos músicos cariocas. Eles chegam com seus instrumentos, se ajeitam em torno da mesa principal e passam algumas horas tocando e cantando, sem cobrar couvert artístico e pagando do próprio bolso a cerveja que consomem”. (rua Almirante Gonçalves, 50, Copacabana. Tel.: (21) 2267-9656)

Reprodução/Facebook/Bar Bip Bip

 

– Vilarino: “A casa foi fundada em 1953, como informa a placa localizada logo atrás do segundo balcão, e notabilizou-se por reunir, no passado, artistas e intelectuais. Hoje, fora os clientes habituais, atrai mais advogados, funcionários da ABL (Academia Brasileira de Letras), que fica quase em frente, e o pessoal que trabalha nas redondezas do Castelo. Quem olha da rua, pensa se tratar de uma mercearia. Há, nas vitrines, toda sorte de produtos comestíveis –patês, azeites, sardela, chocolates–, além de garrafas de vinho. Foi lá que, em 1956, Vinicius de Moraes firmou acordo com Tom Jobim para compor as canções da peça “Orfeu da Conceição”, iniciando parceria que se tornaria clássica na música brasileira e mundial”. (Av. Calógeras, 6, centro. Tel.: (21) 2240-9634)

Alexandre Macieira/Riotur

Alexandre Macieira/RioturAlexandre Macieira/Riotur

Foi na asa Vilarinho que Vinicius de Moraes e Tom Jobim iniciaram a parceria musical

– Bar Brasil: “Foi fundado em 1908, com o nome de Zepellin, trocado somente na 2ª Guerra. Os 105 anos do Bar Brasil, que conserva um ancestral refrigerador de madeira e a linda chopeira torneada em bronze, falam por si. O Bar Brasil tem, de longe, o melhor chope da Lapa, e uma ótima cozinha alemã, na qual se destaca o Apfel Strudel com creme feito na própria casa”. (Av. Mem de Sá, 90, Lapa. Tel.: (21) 2509-5943)

– Nova Capela: “O Nova Capela nasceu em 1923, ainda sem o adjetivo que o rejuvenesceria. Lá foi inventada a batata ‘à francesa’. Lembram os antigos: um cliente assíduo, que veio da França, pedia sempre que seu filé saísse com uma guarnição combinando batata palha, presunto picado e petit pois. ‘Um filé do francês’, pedia o garçom à cozinha. Merecem destaque o clássico cabrito com arroz de brócolis e pratos ‘caseiros’, como a jardineira de legumes e a carne assada com espaguete. (av. Mem de Sá, 96, Lapa. Tel.: (21) 2252-6228)

Marina Herriges/Riotur

Marina Herriges/RioturMarina Herriges/Riotur

Cabrito é a especialidades servidas no Bar Nova Capela

– Adelos: “Novato com relação aos outros quatro, o Adelos fica na rua do Mercado. É um dos poucos lugares do Rio onde se pode apreciar um típico chope schinitt: servido na caldeireta, com três a quatro dedos de colarinho. No schinitt, cerveja e espuma saem da mesma chopeira. Nada de adicionar o colarinho depois, tática que vem sendo usada em alguns botecos e ganha adeptos a cada dia. Os chopes, no Adelos, são tirados pelo Ratinho, que trabalhou por muito tempo no Casual e entende do riscado”. (rua do Mercado, 51, centro. Tel.: (21) 2516-1734)

Pin It

Comments are closed.