Quando os brasileiros começam a planejar as suas férias de inverno com a intenção de se divertir na neve, os primeiros destinos que vêm à cabeça são Bariloche e os arredores de Santiago, dotados de estações de esqui e de ótima infraestrutura turística. Vale saber, no entanto, que a Argentina e o Chile dispõem de inúmeras localidades para aqueles que buscam o contato com a neve.
agustavop/iStock
Seja para sentir o clima e brincar na neve, para caminhar e passear sem compromisso, para ter as primeiras aulas de esqui ou para levar os primeiros tombos no snowboard, as cidades listadas a seguir oferecerem atividades para todos os gostos – além de ficarem especialmente charmosas na estação mais fria do ano.
E o melhor de tudo: como são destinos menos convencionais e com uma estrutura mais modesta, os preços de acomodação e passeios costumam ser bem mais em conta!
O pessoal do site Skyscanner, buscador de passagens aéreas, hotéis e aluguel de carro, fez uma seleção de destinos onde é possível aproveitar a neve nos nossos vizinhos sul-americanos!
San Martín de Los Andes
Situada a 190 km ao norte de Bariloche, é um autêntico vilarejo de montanha, repleto de casinhas de madeira e pedra e com um clima de cidade pequena.
Às margens do lago Lácar, San Martín tem como principal atrativo a Rota dos Sete Lagos, que inclui também os lagos Machónico, Flakner, Villarino, Escondido, Correntoso e Espejo e que segue em direção à cidade de Villa La Angostura. Desde meados de 2015, o caminho está inteiramente pavimentado, o que facilita o trajeto para viajantes em veículo próprio.
A grande atração do inverno é o Cerro Chapelco, um centro de esqui a 17 km da cidade. Além de pistas para todos os níveis, o complexo oferece passeios de moto de neve, trenó e caminhada com raquetes.
El Bolsón
Na província de Río Negro, a 120 km ao sul de Bariloche, essa cidadezinha se encontra num vale em meio a imponentes morros e montanhas, como o Cerro Piltriquitrón, com 2.260 m de altura.
El Bolsón foi reduto de hippies nos anos 70 e muito dessa ideologia sobrevive até os dias de hoje, por meio de moradores que buscam sua subsistência em harmonia com a natureza. Não à toa, o cultivo orgânico predomina por aqui.
Os atrativos são as belezas naturais da região: rios de águas cristalinas, lagos glaciais, morros e bosques nativos. No inverno, se destaca o Cerro Perito Moreno, uma pequena estação de esqui sem grandes luxos.
Esquel
Esquel Trevelin/Pinterest
Apesar de não ter uma data de fundação, Esquel surgiu no final do século 19 com o povoamento de colonos galeses. As duas principais atrações são o Parque Nacional Los Alerces, uma área com lagos e bosques infindáveis, repletos de árvores centenárias –o Alerce Patagônico, típico da região, pode viver até 3 mil anos–, e o centro de esqui La Hoya, a 15km da cidade. O lugar pode não ter a pompa de outras estações de esqui, mas tem uma boa estrutura e ótimas condições climáticas.
Outro passeio bastante popular na cidade é tomar o pitoresco trenzinho a vapor que vai de Esquel a El Maitén –o trajeto mais popular entre os turistas é aquele que vai até Nahuel Pan, uma colônia de descendentes mapuches. Os vagões de madeira cruzam áreas completamente desertas, marcadas pela incrível paisagem.
Cajón del Maipo
Artescétera
Essa região montanhosa, localizada ao sudeste da Região Metropolitana de Santiago, reúne cânions, montanhas, penhascos e maciços, cercados por rios e lagunas.
Cajón del Maipo costuma ser visitado como um passeio de um dia a partir da capital, principalmente no verão, época em que é comum a prática de trekking, cavalgada, escalada, caiaque e rafting.
Em julho, as temperaturas são mais baixas e a chuva, sob a forma de flocos de neve, é constante, impossibilitando algumas dessas atividades. A paisagem, no entanto, não poderia ser mais bonita.
A cidade com maior estrutura é San José de Maipo, a 55 km de Santiago. Na região é possível fazer trilhas pelo Parque Nacional El Morado, esquiar na estação de Lagunillas, ver lagos azul turquesa em Embalse el Yeso e visitar termas vulcânicas em Baños Morales, Bãnos Colina e Termas del Plomo.
Pucón
Divulgação/Turismo Chile
A 780 km de Santiago e 100 km de Temuco, local onde se encontra o aeroporto mais próximo, Pucón é uma cidade encantadora, situada às margens do lago Villarrica, com uma vista esplêndida para o vulcão de mesmo nome.
Pequena e acolhedora, também é um destino popular no verão, uma vez que seu principal atrativo, o trekking que leva ao cume do vulcão, com 2.874 m de altura, é particularmente difícil durante o inverno – apenas aqueles que têm prática em montanhismo devem tentá-lo. Ainda assim, é possível fazer caminhadas pela base do vulcão e aproveitar o centro de esqui nele instalado, a preços bem convidativos.
Outra atração imperdível são as piscinas de águas termais. Diversos complexos, como as Termas de Huife, as Termas de Menetúe, as Termas de Panqui, Termas de Palguin e Termas de San Luís oferecem estrutura e serviços diferentes.
As mais recomendadas dispõem de piscinas e poços artificiais em meio à natureza, como as Termas de Los Pozones, a 35 km de Pucón, e as Termas Geométricas, no Parque Nacional Villarica, a 80 km da cidade. Esta última merece destaque pela esplêndida arquitetura e paisagismo: uma longa passarela de madeira, pintada de vermelho vivo, ziguezagueia bosque adentro, em um cenário enevoado pelo vapor das águas quentes.
Chillán
A 400 km ao sul de Santiago, Chillán é um destino de inverno consolidado no Chile –por isso, não espere preços tão acessíveis.
Por décadas, a cidade foi conhecida por seu spa, retiro para tratamentos de saúde, graças às propriedades medicinais de suas termas vulcânicas e à excelência dos serviços oferecidos pelos hotéis da região, como hidroterapia, reiki, shiatsu, aromaterapia e lamaterapia (à base de lama de solo vulcânico).
Nos últimos anos, passou a atrair viajantes interessados em esportes na neve, como esqui, mountain bike, snowboard, trekking e escalada.
Encravado em um belíssimo trecho da Cordilheira dos Andes, o centro de esqui tem mais de 30 pistas, das quais 8 são de nível iniciante, distribuídas em altitudes que variam entre 1.500 e 2.400 metros.
A região conta ainda com uma vasta oferta gastronômica, com bons restaurantes e cafés, e hotéis variados, para todos os bolsos –quem quer economizar, pode se hospedar na cidade e fazer de carro o trajeto às termas e às pistas de esqui.
Puerto Natales
agustavop/iStock
Poucos turistas têm coragem para encarar o inverno no sul da Patagônia. Aqueles que o fazem são recompensados com algumas das paisagens mais incríveis do mundo, praticamente sozinhos.
Situado a 250 km de Punta Arenas, única cidade no extremo sul do país que conta com aeroporto, Puerto Natales é a porta de entrada para o excepcional Parque Nacional Torres del Paine, aberto ao longo de todo o ano (e incrivelmente lotado entre dezembro e março).
Em julho, as condições climáticas não são tão adversas quanto muitos costumam pensar: o incômodo vento, onipresente durante o verão, dá uma trégua e as temperaturas oscilam entre 6ºC e -2°C. Além disso, os dias costumam ser claros, com ótima visibilidade. Embora alguns refúgios e acampamentos no parque fechem entre os meses de junho e agosto, a maioria dos hotéis permanece aberta, oferecendo os mesmos serviços.