Turismo para grego ver – Elutheria i Tanatos – Bem Paraná

Na verdade somos todos gregos… (foto: Dayse Regina Ferreira)

Os gregos chegaram ao Brasil a partir de 1841, quando foram trazidos para trabalhar na construção da Estrada de Ferro Madeira-Marmoré (Rondônia), entre 1905 e 1907. A partir daí se espalharam por São Paulo, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Lins, Curitiba, Florianópolis, Rio de Janeiro, Vitória, Porto Alegre, Goiânia, Brasília, Apucarana, Cuiabá. Estão organizados em 11 estados brasileiros. Mas não são muitos.

As famílias eram oriundas de Corfu, Atenas (via Damasco), ilha de Castelorizo na primeira leva de 1883, durante o Império, dentro do projeto de D. Pedro II de desenvolvimento do Brasil de então. Eram os Calógeras, os Savas. A segunda leva aconteceu entre 1914 e 1940, quando os Diakópoulos, vindos de Esmirna, se estabeleceram em Mato Grosso e depois São Paulo.

A família Zavos, de Rodes, fez fortuna em Lins, trabalhando com algodão. Na terceira fase, depois da II Guerra Mundial (1951-1960) foi quando houve o maior fluxo de gregos no Brasil – 10.086 – vindos em navios, com apoio do Comitê Internacional de Migrações Européias. Oficialmente os números apontam, entre 1893 e 1979, a chegada de 17.018 gregos.

Fotos: Dayse Regina Ferreira

Turismo para grego ver, é o que se impõe. Para o bem de todos

São Paulo hoje congrega o maior número de gregos e seus descendentes na comunidade, que é de 20 mil pessoas. Se todas essas pessoas resolvessem tirar férias nas ilhas gregas e nas cidades históricas do continente, já seria uma mão na roda na economia local.

O Turismo ainda é o nicho de mercado que apresenta resultados imediatos. Se todos os gregos que vivem no Brasil trocassem aquela viagenzinha para ver o Mickey e comprar aquele chapeuzinho orelhudo do ratinho e seu bando, se fossem ver ou rever a terra de seus antepassados ou sua terra natal ao invés de comer cachorro quente na barraquinha da rua em terras artificiais.

Se, ao contrário, procurassem uma taverna típica para comer a saudável cozinha tradicional, beber ouzo, experimentar os vinhos de Santorini, ouvir as canções e as músicas do bouzoki, todos os gregos e seus descendentes poderiam ser mais felizes, curtindo um sol generoso, se encantando com as paisagens únicas, relembrando os fatos históricos.

Porque a hora é de Elutheria i Tanatos – Liberdade ou Morte – e uma viagem à Grécia agora, em pleno verão, será mais benéfica para o turista até do que para o residente local. Mas deixar seus euros ou dólares por lá bem que pode ajudar.

Na Grécia, a amizade está sempre no ar, mesmo que efêmera

O país é pequeno – apenas 11 milhões de habitantes -, quase a metade de São Paulo. Mas recebe normalmente o dobro de turistas na temporada. Uma temporada que vai de maio a outubro, quando então o inverno se instala, com ventos, chuvas e frio. Aproveite enquanto é tempo. Aproveite enquanto você existe.

E o Brasil, heim? Tem muita raposa felpuda feliz da vida , afirmando que o Brasil teve, pela primeira vez em sua história, a presença de 6 milhões de turistas durante aquela Copa 2014,- a do 7 a 1 -, que acaba de fazer aniversário de um ano. 6 milhões de turistas… qualquer shopping center de Miami recebe isso em duas ou três semanas. E de brasileiros.

CRUZEIROS
São muitos os cruzeiros que singram as águas do Mediterrâneo. A maioria muda de rumo já em outubro, começo de novembro, procurando fugir do frio e do vento no inverno europeu. São muitos os destinos e o turista tem a vantagem de poder aportar quase todos os dias em um país diferente.

Quem começa a viagem na Itália tem os portos de Veneza, Gênova e Nápoles como ponto de partida. Embarcando em Veneza com certeza o roteiro será Bari, Dubrovnik, Atenas, Corfu, Santorini. Outro navios oferecem roteiros mais exóticos, como Istambul, Éfeso e Olímpia. Quem preferir mais liberdade, pode pegar os ferry que ligam as ilhas gregas ao continente, tendo assim mais tempo para descobertas na terra dos deuses de emoções humanas.


DESTAQUES

Divulgação

BEM FEITO
Katya Hemelrijk da Silva, aquela cadeirante que se arrastou pelos degraus da escada de embarque em um avião da Gol dezembro passado e virou sucesso nas redes sociais, porque se recusou a ser carregada no colo pelos funcionários da companhia aérea, acaba de ter duas boas notícias: a primeira é que a Gol e a Infraero foram multadas em R$ 230 mil (podem recorrer, mas não devem).

A segunda é que foi convidada para ser consultora de mobilidade da Secretaria de Aviação Civil. Vai ser recebida em Brasilia e, se aceitar, será executiva a testar aeroportos durante a Olimpíada. O que as companhias aéreas e a Infraero precisam se conscientizar é que o número de pessoas idosas, com problemas de locomoção, as grávidas, os acidentados, está cada vez maior. E essas pessoas também precisam viver, viajar, serem tratados com dignidade.

Não dá mais para aceitar que funcionários – ou estagiários – ineptos, sem nenhum treinamento, coloquem em risco a vida de passageiros com problemas físicos necessitando de ajuda, e se ponham também na zona de risco.

É só o que a gente pensa quando relembra a cena de dois funcionários levando um cadeirante no ônibus dentro do pista de Guarulhos, sem saber como prender a cadeira no local correto. Quando o vidro da janela respectiva tem adesivo, de bom tamanho, ensinando os passos para a segurança.

Ambos os funcionários poderiam ter sido esmagados na primeira curva, já que a cadeira estava solta e eles se posicionaram atrás dela. Sem falar no perigo que estava correndo o viajante cadeirante. E o pior: embora a companhia tivesse sido avisada da dificuldade de subir as escadas do avião, o mesmo estava em posição remota. E não havia ambulift. Havia uma cadeirinha, que os funcionários jocosamente chamavam de “star treck” e que seria levada pelos jovens estagiários iniciantes. Enquanto as companhias não se adequarem, que venham as multas. E que sejam cada vez maiores.

Pin It

Comments are closed.