Turismo do frio vai movimentar R$ 210 milhões em Minas

lvaro Duarte/EM/D.A Press - 2013 10/12/14

O dlar em alta tira o flego das viagens internacionais, mas alavanca o turismo domstico. E o interior de Minas, conhecido por suas montanhas, ganha mais um impulso: o frio. Tanto em diversas cidades mineiras, a demanda pelas reservas de hotis e pousadas est em alta. Temperaturas mais baixas, feriados e a chegada das frias de julho incrementam a procura e a expectativa de 95% de ocupao em todos os fins de semana at o fim do prximo ms. Dados levantados pelo Estado de Minas junto s secretarias de Turismo e associaes de hotis das cidades de Ouro Preto, Monte Verde e da Regio do Circuito das guas, no Sul do estado, apontam uma movimentao financeira de mais de R$ 210 milhes no perodo. A bolada, no entanto, pode ser muito maior, se for levado em conta que cidades histricas, como Diamantina e Tiradentes, ainda no tm levantamento oficial sobre o nmero de turistas que visitam os municpios e o quanto eles movimentam na economia local.

Jair Amaral/EM/D.A Press

Alm e contar com a ajuda do dlar caro e do frio, empresrios e prefeituras tm apostado na promoo de eventos culturais, como festivais de inverno, encontro de motociclistas, apresentaes musicais, entre outros eventos, para chamar a ateno dos potenciais turistas. Em Tiradentes, por exemplo, a expectativa de 95% de ocupao dos hotis e pousadas neste ms e em julho. Para o feriado de Corpus Christi, para o qual muitos emendaram at amanh, os quartos disponveis quase no existiam, segundo a Secretaria de Cultura e Turismo da cidade. J para o ltimo fim de semana de junho, nos dias 27 e 28, quando acontece o Bike Fest, encontro de motociclistas, a ocupao j de 100%. “A expectativa era de uma diminuio de turistas neste ano por conta da economia do pas mais fraca. Mas fomos surpreendidos e j registramos alta na demanda. O dlar mais alto incentiva o turismo domstico e Tiradentes leva vantagem por ser de fcil acesso para moradores do Rio de Janeiro, de So Paulo e de Belo Horizonte”, afirma a secretria de Cultura e Turismo do municpio, Mnica Cardoso Gomes.

Marcos Michelin/EM/D.A Press

A estimativa da secretaria que pelo menos 4 mil turistas passem pela cidade a cada fim de semana, gastando um tquete mdio dirio entre R$ 350 e R$ 400, incluindo a hospedagem nas pousadas, alimentao e artigos de artesanato. Segundo o vice-presidente da Associao Empresarial de Tiradentes, Hlvio Ferreira dos Santos, o preo das dirias na cidade varia entre R$ 100 e R$ 1 mil. Gerente comercial da Pousada Pequena Tiradentes, Gabriela Barbosa, afirma que sua demanda teve alta de 20% nos primeiros meses de 2015, se comparado com o mesmo perodo do ano passado. Para este feriado emendado, a pousada registrou 100% de ocupao. As reservas tambm esto esgotadas para o ltimo fim de semana do ms e h poucas vagas para os fins de semana de julho.

MUITA CULTURA
“Um dos fatores que tm impulsionado o turismo na cidade so os eventos e a programao diferenciada, muito alm dos museus e bons restaurantes. Ecoturismo, passeios de quadriciclo e cavalgadas so algumas das programaes que incentivam o turista a passar mais de um dia na cidade”, refora Gabriela Barbosa. Para julho, a gerente da Pequena Tiradentes afirma que as reservas esto a todo o vapor. Ela alerta: quem quiser aproveitar as frias na cidade deve se apressar.

Beni Jr./Divulgao

Em Ouro Preto, na Regio Central de Minas, a expectativa que os turistas movimentem cerca de R$ 40 milhes, entre este ms e julho. O montante 10% maior do que o que foi movimentado no mesmo perodo do ano passado, segundo o presidente da Associao Brasileira da Indstria de Hotis Regional Circuito do Ouro (ABIH Circuito do Ouro), Antoninho Tavares dos Santos. De acordo com ele, a expectativa de manter ao longo dos dois meses ocupao de 70%, com ndices ainda maiores durante os fins de semana de julho, quando ocorre o festival de inverno, promovido pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). “Nossa mdia de ocupao no ano fica em torno de 66%. Os meses de junho e julho so considerados alta temporada e esse fluxo aumenta bastante. Com a alta do dlar favorecendo o turismo domstico, nossa expectativa ter um crescimento de 5% no ano para o setor, mesmo com a situao econmica menos favorvel no pas”, afirmou. Dos R$ 40 milhes que sero movimentados, 30% correspondem aos gastos dos turistas somente com hospedagens.

J em Diamantina a expectativa que as Vesperatas, eventos promovidos em dois fins de semana do ms, alm do festival de inverno, incentivem o movimento de turistas na cidade. De acordo com a diretora da pousada Garimpo, Mariana Felcio Pereira, a ideia alcanar a mdia de 50% de ocupao nos dois meses. Os pacotes para os dias de Vesperata so vendidos a R$ 896, incluindo duas dirias para casal, com caf da manh e trs refeies (jantar com seresta na sexta-feira, almoo de comidas tpicas e ch das 19h no sbado). “O primeiro semestre no foi muito bom para o setor de turismo na cidade, mas temos a expectativa de melhora com a chegada do frio e alta do dlar. J estamos com algumas reservas de grupos para os prximos meses e a demanda vem crescendo nos ltimos dias”, afirmou. A secretaria de Turismo de Diamantina no tem um levantamento sobre a movimentao de turistas na cidade.

Reservas disparam no Sul do estado

No Sul de Minas, a chegada do frio a mola propulsora do turismo. “Comea a esfriar e os telefones comeam a tocar para a reserva dos hotis e pousadas”, afirma o presidente do Conselho Municipal de Turismo de Camanducaia (Comtur), Lus Gustavo Almeida. As baixas temperaturas registradas em Monte Verde, distrito da cidade, aquecem a economia do local, que neste ms e em julho deve movimentar em torno de R$ 50 milhes. Segundo Almeida, por fim de semana, entre 6 mil e 7 mil turistas devem passar pelo distrito, gastando em mdia, R$ 700 por dia com hospedagem, alimentao e compras de artesanato.Na Regio do Circuito das guas, que abrange cerca de 20 cidades no Sul de Minas, a expectativa de atrao de 50 mil turistas, que devero se hospedar em hotis e pousadas. Outros 120 mil devem apenas passar o dia em uma das cidades, como Caxamb, So Loureno, Baependi, entre outras. Os visitantes devem movimentar mais de R$ 120 milhes na regio. A taxa de ocupao nos hotis e pousadas, segundo o Presidente da Associao do Circuito Turstico das guas (CTAguas), Felipe Cond, deve ficar com ndices acima de 95% nos dois meses de alta temporada. “A poca uma das melhores para se conhecer a regio, os balnerios e ainda fazer os passeios ecolgicos. Fatores como a alta do dlar, os atrativos das cidades e a proximidade de So Paulo tm favorecido o setor de turismo na regio. A alta no movimento tem fica do acima de 30%”, ressalta.

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