Por Jonas Lírio
Um faroeste psicológico. Assim o dramaturgo e diretor Paulo Faria define o novo espetáculo da Cia. Pessoal do Faroeste. O Assassinato do Presidente, em cartaz até 22 de dezembro na sede do grupo, usa os ingredientes do gênero – com direito a duelos e mortes –para narrar a relação que se desenvolve entre um criminoso e uma travesti na véspera do dia em que ele planeja matar um presidente do Brasil.
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Com sessões de segunda a sexta, sempre às 20h, e ingressos no esquema “pague quanto puder”, a peça tem a atriz Leona Johvs e o próprio Faria no elenco. “Das poucas vezes em que fui à cena nas peças da companhia, em todas foi porque senti a necessidade de me manifestar politicamente,” conta o diretor.
Montado em menos de um mês e sem patrocínio, o espetáculo é tido pela Cia. como um “ato político”, segundo Paulo Faria. “A morte desse presidente simboliza o fim da intenção de anular a democracia, no Brasil, e a morte de toda essa intolerância que tem crescido”, explica ele.
Na trama, o cafetão Ulisses, o maior bandido do Brasil, decide matar o chefe do Executivo do País pois ele tem atrapalhado seus negócios. Na noite da véspera do crime, o protagonista contrata Penélope, uma das prostitutas de seu catálogo VIP. Cheio de revelações, o encontro aproxima as personagens e pode mudar inesperadamente o rumo da história.
Além da questão política, com a qual Paulo Faria sempre esteve envolvido,
o espetáculo trata de temas como transexualidade e travestilidade. Toda a ação se desenrola na Boca do Lixo, na Luz, região escolhida pela Cia. Pessoal do Faroeste para sua sede e sua pesquisa como grupo de teatro.
Planos
Prestes a completar 20 anos em 2018, a Cia. Pessoal do Faroeste já prepara novas ações para o próximo ano. Vão remontar seu primeiro espetáculo, “Um Certo Faroeste Caboclo”, com a atriz Mel Lisboa e o ator Fabrício Boliveira no elenco, e dar início a uma pesquisa sobre tortura, em parceria com o Memorial da Resistência.
No cinema, o grupo, que também é uma produtora audiovisual, deve lançar ainda um box com todos os documentários que já produziu e um longa-metragem ficcional inédito, “Luz Negra”.
A SP Escola de Teatro é um equipamento cultural da Secretaria do Estado da Cultura e tem por atribuições a formação profissional na arte teatral.
O Assassinato do Presidente
De 4 a 22/12: Segundas, Terças, Quartas, Quintas e Sextas às 20:00