O terremoto ocorrido no Chile em meados deste ms, seguido por um tsunami, teve outros efeitos alm da destruio, dos alagamentos e da morte de pelo menos 15 pessoas: fez desaparecer uma praia.

Situada a cerca de 400 quilmetros ao norte de Santiago, a praia de Socos, na regio de Coquimbo, ficou alagada aps o tremor, ocorrido no ltimo dia 16.

Segundo Gabriel Gonzlez, gelogo do Centro Nacional de Pesquisas de Desastres Naturais chileno e professor da Universidade Catlica do Norte, de Antofagasta, isso ocorreu porque o terremoto e o tsunami retiraram areia do mar, expondo rochas.

“A terra afundou cerca de 20 a 25 centmetros, levando a gua a avanar para onde antes havia praia”, disse Gonzlez BBC Brasil.

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Por causa do afundamento, explicou, a gua avanou, mas no retrocedeu no local. O mar cobriu toda a rea de areia e chegou at a base do calado que ficava beria da praia, unindo-se a um rio local. Ou seja: adeus sombrinhas e guarda-sis.

“A praia de Socos, que tinha cerca de dois quilmetros, no existe mais. Outra praia deve ser formada por ali, mas s em alguns anos”, disse.

Os moradores e a imprensa chilena se referem agora ao local como “ex-praia Socos”. A cidade est localizada a cerca de 50 quilmetros ao sul da famosa La Serena, uma das praias mais frequentadas por chilenos e argentinos no vero.

O terremoto registrou magnitude 8,4, provocando ondas de mais de quatro metros de altura.

Gonzlez afirmou que, desde o terremoto de 1960, na vizinha Valdvia, quando um tsunami destruiu um bosque cujas rvores jamais voltariam a crescer, no se via um efeito como o ocorrido na praia de Socos.

O pas tem um histrico de devastao causada por terremotos e tsunamis arrasadores, como o de Valdvia, em maio de 1960, e o ocorrido nas proximidades de Concepcin, em fevereiro de 2010, matando mais de 500 pessoas.

O pas vem fortalecendo sua infraestrutura com construes anti-ssmicas, apropriadas para amenizar os efeitos dos tremores – o que ajudaria a explicar o menor nmero de mortos no terremoto mais recente.

No entanto, arquitetos chilenos criticam o fato de a orla do pas continuar sendo ocupada por casas de veraneio, mesmo com os perigos de tsunami aps tremores como o do dia 16.

Antes do terremoto e do tsunami do dia 16, a praia de Socos era assim, cheia de guarda-sis…