Riscos, retornos e inovação

Riscos, retornos e inovação

Por Bárbara Sacchitiello

O digital já está na agenda e nos planos dos profissionais de agências e anunciantes que desejam se comunicar com o público multitela. Entre posicionar-se como uma marca inovadora – e investir devidamente para isso – e garantir resultados financeiros, no entanto, há um grande caminho a ser percorrido. Na teoria, a indústria publicitária brasileira parece estar disposta a percorrê-lo. Mas e na prática?

Essa reflexão conduziu o painel Criatividade, Inovação e Digital de Mãos Dadas, realizado na tarde desta terça-feira, 19, no ProXXIma. Moderado por Marcos Angelini, VP de marketing e home care da Unilever, o debate reuniu Eduardo Torres, VP da Huge na América Latina, PJ Pereira, CCO e confundador da Pereira O’Dell e Collen DeCourcy, sócia global da Wieden+Kennedy.

Com exemplos de cases internacionais, os palestrantes deram sua opinião em relação à evolução da indústria digital. Todos concordam que agências e anunciantes estão mudando para atender um público consumidor que também mudou. Nesse novo cenário, ganhar a atenção de quem tem múltiplas opções de entretenimento tornou-se a primeira preocupação. Qual será a mídia usada para atingir esse público tornou-se, por sua vez, um problema de segundo plano.

“Os clientes já nos pedem coisas emocionais, que contem boas histórias e impactem os consumidores. Para isso, é muito importante que os clientes se disponham a experimentar, arriscar e também a falhar”, resume Collen, citando trabalhos globais que sua agência realiza para clientes como Nike e Coca-Cola.

Quando a Huge iniciou suas operações no Brasil, Eduardo Torres conta que o cenário do digital era bem menos estruturado do que é hoje. Apesar disso, ele ainda vê um gap entre ideias e sua devida transformação em produtos. “É preciso desmistificar o conceito de que o digital tem que vir de uma grande ideia. Um produto digital relevante sempre nasce de um problema. E aí, é desenvolvida a solução para ele”, exemplifica o VP da Huge, citando exemplos de plataformas de sucesso, como o Airbnb e os aplicativos de taxi.

Com a experiência de desenvolver trabalhos criativos fora do Brasil, PJ Pereira crê no modelo híbrido de atuação digital, que combine a agilidade e tecnologia dos novos meios, associados à capacidade de construir e contar boas histórias. “Uma formula ideal de atuação para as agências seria pensarem como marqueteiros, se comportarem como profissionais de entretenimento e se movimentar como empresas de tecnologia”, argumentou. O cofundador da Pereira O’Dell ainda frisou que fazer com que o público se interesse em conversar com as marcas tem de ser o pensamento primordial nas plataformas digitais e provocou o público com uma analogia. “As empresas são formadas por dois tipos de profissionais: os que querem manter seus empregos e os que querem ser promovidos. O segundo grupo tende a ser mais inovador e mais disposto a arriscar”, concluiu. 

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Por Bárbara Sacchitiello

O digital já está na agenda e nos planos dos profissionais de agências e anunciantes que desejam se comunicar com o público multitela. Entre posicionar-se como uma marca inovadora – e investir devidamente para isso – e garantir resultados financeiros, no entanto, há um grande caminho a ser percorrido. Na teoria, a indústria publicitária brasileira parece estar disposta a percorrê-lo. Mas e na prática?

Essa reflexão conduziu o painel Criatividade, Inovação e Digital de Mãos Dadas, realizado na tarde desta terça-feira, 19, no ProXXIma. Moderado por Marcos Angelini, VP de marketing e home care da Unilever, o debate reuniu Eduardo Torres, VP da Huge na América Latina, PJ Pereira, CCO e confundador da Pereira O’Dell e Collen DeCourcy, sócia global da Wieden+Kennedy.

Com exemplos de cases internacionais, os palestrantes deram sua opinião em relação à evolução da indústria digital. Todos concordam que agências e anunciantes estão mudando para atender um público consumidor que também mudou. Nesse novo cenário, ganhar a atenção de quem tem múltiplas opções de entretenimento tornou-se a primeira preocupação. Qual será a mídia usada para atingir esse público tornou-se, por sua vez, um problema de segundo plano.

“Os clientes já nos pedem coisas emocionais, que contem boas histórias e impactem os consumidores. Para isso, é muito importante que os clientes se disponham a experimentar, arriscar e também a falhar”, resume Collen, citando trabalhos globais que sua agência realiza para clientes como Nike e Coca-Cola.

Quando a Huge iniciou suas operações no Brasil, Eduardo Torres conta que o cenário do digital era bem menos estruturado do que é hoje. Apesar disso, ele ainda vê um gap entre ideias e sua devida transformação em produtos. “É preciso desmistificar o conceito de que o digital tem que vir de uma grande ideia. Um produto digital relevante sempre nasce de um problema. E aí, é desenvolvida a solução para ele”, exemplifica o VP da Huge, citando exemplos de plataformas de sucesso, como o Airbnb e os aplicativos de taxi.

Com a experiência de desenvolver trabalhos criativos fora do Brasil, PJ Pereira crê no modelo híbrido de atuação digital, que combine a agilidade e tecnologia dos novos meios, associados à capacidade de construir e contar boas histórias. “Uma formula ideal de atuação para as agências seria pensarem como marqueteiros, se comportarem como profissionais de entretenimento e se movimentar como empresas de tecnologia”, argumentou. O cofundador da Pereira O’Dell ainda frisou que fazer com que o público se interesse em conversar com as marcas tem de ser o pensamento primordial nas plataformas digitais e provocou o público com uma analogia. “As empresas são formadas por dois tipos de profissionais: os que querem manter seus empregos e os que querem ser promovidos. O segundo grupo tende a ser mais inovador e mais disposto a arriscar”, concluiu. 

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