O roteiro ideal pra se apaixonar pelo Marrocos

O estereótipo do Marrocos é mais ou menos aquele representado na novela “O Clone”, com as dunas do Saara, os becos e ruelas das medinas e um calor danado em todo lugar. Não dá pra dizer que essa imagem não seja verdadeira, mas o país é, na verdade, um lugar cheio de contrastes. O que vimos por lá surpreendeu, encantou e vai ficar em nossas memórias pra sempre.

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Nunca passou pela nossa cabeça que poderíamos encontrar neve por lá, muito menos que haveria uma cidade bem branquinha de gelo ou que seria até possível esquiar em algumas montanhas, por exemplo.

Essas e outras descobertas a gente fez na nossa road trip de 5 dias que passou pelos lugares mais fantásticos que poderíamos esperar.

Fez

Arquivo pessoal

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As ruelas de Fez

A gente desembarcou na África em Fez, mais por uma questão de orçamento do que por escolha mesmo. Como chegamos antes do meio dia, sabíamos que não daria pra entrar no quarto do hostel direto, mas mesmo assim optamos em ir pra lá pra ver se pelo menos dava pra deixar as malas. Foi a melhor decisão, pois justamente quando chegamos, havia um guia local oferecendo um tour pela medina de Fez a um grupo de turistas e aproveitamos pra embarcar no passeio.

Arquivo pessoal

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Olha só o tanto de detalhes nesse mosaico aí

Ali tem de tudo: tapete, bugiganga de tudo quanto é tipo, açougue (sem refrigeração alguma), galinha viva, galinha morta, comida, pão (uma delícia) e o que mais você pensar. O mais impressionante de tudo, é que por mais que por fora o lugar pareça uma parada simples e até suja, as vezes nos deparávamos com verdadeiros palácios por dentro. A arquitetura e o capricho de cada mosaico enfeita e dá vida a um lugar que por fora é monocromático da cabeça aos pés.

Arquivo pessoal

Os cortumes de Fez eram cenrios comuns na novela O CloneOs cortumes de Fez eram cenrios comuns na novela O Clone

Os cortumes de Fez eram cenários comuns na novela “O Clone”

Acabado o passeio, nem bem voltamos ao hostel e já saímos de novo, dessa vez pra conhecer um pouco mais da parte nova da cidade e ver o pôr do sol com uma bela vista da medina.

Rumo ao deserto

No dia seguinte, pulamos da cama logo cedo para começar um dos passeios mais legais que já fizemos, um tour de 3 dias que nos proporcionou experiências únicas. Saímos de Fez às 7 horas da matina e rumamos pra Ifrane, uma cidade que não só tem neve, mas é um destino de esqui no Marrocos. Dá pra acreditar?

Arquivo pessoal

No caminho pra IfraneNo caminho pra Ifrane

No caminho pra Ifrane

Um pouco depois, mais ou menos na altura de Azrou, paramos na beira da estrada para ver um lugar que é cheio de macacos. É prática comum das operadoras de turismo parar na área pra deixar que os turistas alimentem os primatas. Também há uns cachorros por lá, mas eles geralmente acabam sendo ignorados pelos turistas por conta dos macacos. Se você resolver parar ali também, separe umas migalhas pro cãezinhos também, ok?

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Continuando a descida para o deserto, encaramos estradas fininhas no meio do Atlas e, a cada curva, íamos descobrindo paisagens impressionantes. Passamos por vários oásis, vilas berberes e vistas de tirar o fôlego. O mais interessante foi perceber o contraste absurdo da paisagem em alguns momentos, como nas proximidades do deserto, em que havia neve de um lado e as dunas de areia do outro.

Já como sol quase se pondo, chegamos em um hotel no meio do nada em Merzouga, juntamos apenas o essencial para uma noite no deserto (ou seja: muitas blusas) e montamos nos camelos pra chegar nas tendas no meio do Saara.

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Dormir em uma tenda no meio do deserto é uma experiência ímpar e difícil de descrever. Observar as estrelas e as cores do céu ao amanhecer é a melhor parte. Mais detalhes a gente conta em outro post.

A Serra do Rio do Rastro marroquina

Depois de acordar no deserto, voltar ao hotel pra buscar as bagagens e tomar o melhor café-da-manhã da história daquele país  –sério, malauí ou msaman é uma parada fantástica. É uma panqueca meio frita, que você recheia com queijo ou geleia e fica gordo de tanto comer– voltamos pro nosso carro e pegamos a estrada novamente.

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Continuamos a descida no sentido Marraquexe e, mais uma vez, nos deparamos com paisagens de cinema. A melhor delas foi no caminho para Todra Gorge, um desfiladeiro gigantesco aos pés do rio Todgha. A estrada é uma versão marroquina da Serra do Rio do Rastro, com centenas de curvas fechadíssimas e uma vista sensacional a cada curva.

O Marrocos que você vê na telona

Não foi só “O Clone” que colocou as paisagens marroquinas em evidência no mundo todo. Um monte de filmes teve o país como cenário e dois lugares que visitamos no último dia do passeio foram mostrados em filmes e séries importantes.

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Primeiro, fomos ao Atlas Corporation Studios, ainda na cidade de Ouarzazate. É o maior estúdio de cinema do mundo em tamanho geográfico, sendo que a maior parte de seus cenários é composta de deserto e montanhas. Filmes como “Lawrence da Arábia”, “A Múmia” e “Gladiador” tiveram alguma parte gravada ali.

Um pouco mais a frente, paramos em Ait Ben Haddou, patrimônio da Unesco que também foi cenário dos filmes acima e que é a cidade de Yunkai na série “Game of Thrones”. Mais um lugar fantástico –já tá ficando repetitivo, eu sei, mas fazer o quê?

O caos frenético de Marraquexe

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Quase ao anoitecer, chegamos na cidade mais doida em que estivemos no Marrocos. Um amigo argentino que já morou no país jura que Casablanca é ainda mais cheia, movimentada e maluca. Mesmo assim, nos impressionamos com o caos organizado do trânsito, com o tanto de gente nas ruas e com a agitação da medina.

Nós teríamos menos de 24 horas por lá. Então, resolvemos deixar as nossas malas e  rumar para o centro, pra conhecer um pouco da cidade ainda naquela tarde. Basicamente, demos um rolê na principal praça de lá, a Jemaa el-Fna.

O lugar é insano: muita gente, muito vendedor brigando com o outro pra ver quem leva você pra comer na tenda dele (mesmo que você não queira), macaco dando cambalhota pro dono fazer dinheiro, música, apresentações artísticas. Mesmo que você não saia do lugar, fica exausto só de observar.

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Como o nosso retorno pra Fez estava programado para duas da tarde, a gente teria chance de ver somente algumas coisas em Marraquexe. Apesar disso, só conseguimos visitar um lugar chamado Ben Youssef Madrasa, que era uma antiga escola, mas hoje é um dos pontos turísticos mais populares da cidade, dono de um capricho enorme nos mosaicos do pátio, ricos em detalhes.

No Viagem 0800 você encontra mais detalhes dessa aventura e também um mapa com o roteiro completo que fizemos de carro, caso você tenha se empolgado com esse texto. =)

Por Daniel Courtouke e Tatiana Olegario, do blog Viagem 0800

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