Livro Balsa de Buriti: uma viagem antológica

Da Redação

O DIÁRIO recebeu esta semana a publicação da Fundação Casa da Cultura de Marabá, no Pará intitulada “Balsa de Buriti – cartografia de uma viagem”. O livro-reportagem retrata uma das mais ousadas ações de resgate da cultura regional, por meio da reconstrução da Balsa de Buriti, principal meio de transporte dos rios amazônicos no século XIX e, se tem notícia, até meados do século XX.

O documento, com textos do jornalista Ulisses Pompeu, descreve a viagem de 10 dias que uma equipe composta por 15 pessoas (técnicos, estudantes e auxiliares) fez pelo Rio Tocantins, partindo de Estreito, no Maranhão – percorrendo 360 quilômetros e chegando a Marabá, no Pará. Durante o percurso, aportaram em várias cidades, nesta ordem: Tocantinópolis, Porto Franco, Itaguatins, Imperatriz, Praia Norte, Sampaio, Jatobal, São Sebastião do Tocantins, Povoado do Cocal , São João do Araguaia e Marabá.

Este projeto, idealizado pelo presidente da Fundação Casa da Cultura de Marabá, biólogo Noé Carlos von Atzingen, com o apoio da Companhia Vale do Rio Doce e empresas regionais, teve a participação de vários voluntários, entre eles o espeleólogo Bruno Scherer (que acompanhou a confecção da Balsa feita por artesãos), os pilotos João Carlos, João Souza  e Jairo Brito Silva, as cozinheiras Maria Francisca Maia e Maria Betânia, o cinegrafista Helder Messias, o jornalista Ulisses Pompeu e alguns acadêmicos e estudantes.

“Como quase ninguém fabrica mais balsas, atualmente, o trabalho tornou-se uma reconstituição arqueológica de uma peça do passado”, disse Noé em uma das cidades que a equipe desembarcou, sempre saudada por grande número de pessoas.

O projeto da viagem – ocorrida entre 18 e 28 de abril de 2013 –  foi antológico pois colocou na pauta do dia os tempos em que se navegava pelos rios amazônicos em balsas feitas de palmeira de buriti, mas a publicação, que retrata a viagem, tem inúmeros méritos, principalmente por descrever e narrar as etapas da travessia de corredeiras, as dificuldades em encontrar a matéria prima para a confecção da balsa, a emoção da chegada em cada porto, o envolvimento das comunidades ribeirinhas no receptivo dos viajantes, e, as fotografias, que dizem tudo.

Por fim, o projeto gráfico, assinado por Cildo Rodrigues, consegue emprestar ao leitor aquela brisa no rosto próprias dos rios do Norte, em especial do rio Tocantins.

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