Jovem dá a volta ao mundo em busca da ‘juventude’

Felipe Gaúcho, 21 anos, partiu para sua volta ao mundo, sozinho, aos 19. Durante a viagem, bancada pelos prêmios das promoções na internet que ganhou na adolescência, reuniu as entrevistas e retratos fotográficos que fazia com as crianças que cruzavam seu caminho. Sua intenção era a de redescobrir a juventude através das palavras e dos olhares delas.

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O material virou um livro, chamado “Jovem o Suficiente“, cuja publicação foi viabilizada pela web, através do mais bem-sucedido projeto de literatura da história do Catarse, maior plataforma brasileira de financiamento coletivo. O livro já está disponível nas lojas físicas e virtuais de grandes redes de livrarias, em todo o Brasil.

“Eu tinha 12 anos quando comecei a entrar em promoções na internet. Não acreditava que os julgamentos e premiações eram reais até que, depois de alguns meses, caixas enormes de balas chegaram pelo correio, quando ganhei um ano de Mentos grátis em um concurso cultural qualquer”, conta o jovem, que passou dois anos se inscrevendo em promoções que exigiam respostas criativas para determinadas perguntas, e diz ter ganho mais de 20. Os prêmios variavam de celulares a televisões, passando por videogames, cestas de Páscoa e ingressos para cinema.

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“Tudo o que dava, eu revendia pelo Mercado Livre. Já sabia onde gastaria toda aquela grana”. conta Felipe, que sonhava, desde o começo da adolescência, em fazer uma viagem de volta ao mundo, e, das promoções ganhas vieram os recursos que possibilitaram a viagem. Ele conta ter gastado R$ 35 mil ao longo de todo o percurso de um ano e meio –menos do que se gasta para levar uma vida de médio padrão em uma cidade grande brasileira, provavelmente.

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O propósito era o de conversar, fotografar e conviver com as crianças que cruzassem o seu caminho, na intenção de redescobrir, através delas, a juventude que o tempo vinha roubando dele e dos amigos ao redor. O material textual e fotográfico gerado virou um livro, cujo original foi recusado por nove editoras quando Felipe começou a bater de porta em porta para oferecê-lo, já de volta ao Brasil.

Foi aí que ele descobriu o financiamento coletivo, uma modalidade de captação de recursos que permite a realização de projetos artísticos e/ou de negócios que ainda não tenham atingido larga escala.  Em cinco dias, o projeto bateu a meta estipulada e, depois de 60, tinha realizado o mais bem-sucedido projeto de literatura da história do Catarse. Os direitos do livro foram adquiridos por uma editora e, graças ao barulho gerado na internet, a obra foi publicada e distribuída em todo o Brasil.

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“Fiquei tão pasmo quanto quando ganhei as minhas primeiras promoções. A internet estava me presenteando de novo, e me mostrando o quão eficaz pode ser na captação de recursos e realização de projetos independentes”, diz.

O projeto de financiamento coletivo que viabilizou a produção do livro durou dois meses e arrecadou mais de R$ 53 mil, pré-vendendo cerca de 900 exemplares para 19 Estados brasileiros.

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