Arruda dos Vinhos está a atrair investimentos de 13 milhões de euros ligados à indústria farmacêutica e à aeronáutica, que até ao final do ano deverão criar uma centena de postos de trabalho, anunciaram hoje empresários e o município.
A Zona Industrial das Corredouras, a dez minutos da autoestrada A10 e a 20 da A1, foi o local escolhido pela Balestrand, indústria farmacêutica de capitais luso-brasileiros, “pela proximidade a Lisboa e pela recetividade do projeto pelo município”, afirma à agência Lusa Jorge Félix, um dos administradores.
A empresa está a investir 3,2 milhões de euros numa fábrica e num laboratório de investigação e desenvolvimento de medicamentos oncológicos e para feridas de queimaduras ou difíceis de cicatrizar.
O início da construção está previsto para setembro e, após o início de atividade, vai criar 20 postos de trabalhado, grande parte dos quais qualificados.
A Scope, indústria de fabrico de produtos para uso a bordo de aviões comerciais, está a deslocalizar-se de Sintra para a zona industrial de Arruda, “por ser uma zona mais barata, pelo recurso a fundos comunitários e pela recetividade do projeto pela câmara”, explica o responsável da empresa, Jorge Silva.
O investimento de 2,5 milhões de euros em novas instalações para aumentar a capacidade de produção e internacionalizar-se deverá estar concluído em junho e vai permitir criar 15 postos de trabalho.
Na mesma zona industrial deverão ser inauguradas em setembro as instalações da Aerohélice, empresa de manutenção de componentes aeronáuticas, que está a investir aí 2,5 milhões de euros e a criar 25 postos de trabalho.
“Em Arruda estamos perto de Lisboa e encontrámos um Gabinete de Apoio ao Empresário como não conhecia em lado nenhum”, diz o administrador geral, Pedro Horta.
Quatro milhões de euros estão a ser investidos na construção de um lar de luxo para seniores, que vai criar 30 novos postos de trabalho.
Arruda dos Vinhos foi integrada no Centro do país para obter mais financiamento comunitário e conta com um esforço de captação de investimento por parte do município, justifica o presidente da Câmara, André Rijo (PS).
Em 2016, o município criou uma “linha direta do investidor”, com o intuito de agilizar os licenciamentos e assim captar investimento para o concelho.
A autarquia passou também a oferecer vários incentivos fiscais, entre os quais um desconto até 60% na licença de operações urbanísticas, para atividades económicas consideradas relevantes para o concelho e que criem postos de trabalho, e de 50% para atividades ligadas ao turismo, hotelaria, enoturismo ou setor agroindustrial.
Os empresários que efetuem obras de conservação ou recuperação de imóveis em áreas de reabilitação urbana beneficiam de um desconto até 50% na licença de construção.
A Câmara isenta também do pagamento de derrama, durante três anos, os empresários que se instalem no concelho ou que criem ou mantenham pelo menos três postos de trabalho.
Arruda dos Vinhos, o segundo mais pequeno concelho do distrito de Lisboa, tem cerca de 13 mil habitantes e, segundo os últimos Censos, tem vindo a crescer em termos de população, de alojamentos e de edifícios.