HVS: pesquisa aponta recuperação hoteleira para 2017

Pedro Cypriano, gerente da HVS

Pedro Cypriano, gerente da HVS

Após três anos de quedas, dados recentes sinalizam a estabilização da demanda hoteleira no Brasil. Apesar do baixo desempenho no primeiro semestre de 2016 em relação ao mesmo período de 2015, a mudança de rumo na economia e a estabilidade na oferta e na demanda já influenciam o resultado na hotelaria. É o que mostra a Prévia do Panorama da Hotelaria Sul-Americana, divulgada pela HVS/HotelInvest em associação com a STR, que analisa dados de desempenho de 82.795 unidades habitacionais na América do Sul.

Segundo Pedro Cypriano, gerente da HVS, o aumento da oferta com a entrada de hotéis em operação para Copa e agora Olimpíadas, e o momento político/econômico contribuíram para a atual situação da hotelaria no país. “Um hotel urbano não gera nova demanda, ele rouba dos concorrentes. E com a incerteza política, os investidores diminuem investimentos e cancelam projetos, criando assim o atual momento do setor”, explicou.

Para o executivo, a grande diferença entre os semestres de 2015 e 2016 é a evolução quase zero de novas aberturas, que apontam para o início de um ciclo de recuperação de mercado. Os primeiros meses do ano mostram um desempenho estável em todos os mercados do país. “O clima de incertezas parece estar mudando e as projeções financeiras já mostram um cenário mais positivo nos próximos anos”, disse.

O segundo semestre será desafiador para os mercados brasileiros, com margens apertadas e tarifas modestas, com exceção do Rio de Janeiro – que se beneficiará com os Jogos Olímpicos. “Porém, a cidade enfrentará dificuldades nos próximos anos, em especial na Barra, onde a ocupação já é baixa”, antecipou.

Em sua análise, Cypriano acredita que São Paulo e Curitiba são as cidades com situações mais confortáveis e apresentarão recuperação mais rápida. “Ambas possuem taxa de ocupação entre 60% e 65%, não tiveram grandes aberturas e a demanda tende a crescer, impulsionando a tarifa para os próximos anos. Já mercados como Belo Horizonte e Rio de Janeiro são mercados delicados, com aumento expressivo na oferta, queda na ocupação e nas diárias”, analisou.

Para o gerente, a recuperação só dará sinais a partir de 2017. Quando mercados menos impactados poderão iniciar um aumento na demanda e por consequência nas diárias. “A oferta sempre foi o vilão da hotelaria e para os próximos anos não há previsão de grandes aberturas. Até o final de 2016 é estimado uma queda de 15% a 20% na demanda para só então estabilizar. O risco do país faz com que a capacidade de gerar essa demanda não crescesse. Acredito que com a melhoria do humor econômico o mercado possa voltar a crescer”, afirmou.

América do Sul – Em termos de economia, os países da região têm apresentado desempenhos diferentes. Os grandes destaques são Colômbia e Peru, que, mesmo com as dificuldades externas, continuam a crescer e se confirmam como os países mais atrativos para os investidores internacionais.

Análise geral – De acordo com Cypriano, a velocidade de recuperação de cada mercado dependerá da evolução da economia regional e da oferta local. Para ele o destaque para novos desenvolvimentos é o Peru, que apresenta resultados positivos com diárias em alta e demanda crescente. A Colômbia é o país com melhor recuperação com uma economia em desenvolvimento e novas aberturas. Já o Brasil merece destaque na perspectiva de novas oportunidades e volume a logo prazo, já que é o maior mercado impulsionado pela cidade de São Paulo.

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