Horas de entrevista em apenas uma linha. E agora?

por Paulo Piratininga*

“Passei quinze minutos dando entrevista para o jornalista e ele só publicou uma aspa”. RECLAMAÇÕES COMO ESSAS são bem comuns entre empresários que servem de fonte em matérias, sejam elas veiculadas em jornais, revistas, canais de TV, rádios ou sites. Mas será que é justo que reajam assim?

Em primeiro lugar, é necessário que o executivo compreenda o processo jornalístico que envolve desde a apuração dos dados até a edição final da matéria. Na passagem das informações do bloco de anotações ou do gravador para o computador, NÃO FALTAM VARIÁVEIS que podem exigir a redução do espaço ou do tempo da reportagem.

O editor/produtor eventualmente tem que oferecer espaço a muitas idéias de importância equivalente. Portanto, são naturais o corte de excessos e a elaboração de um período que SINTETIZE OS DADOS fornecidos pelo entrevistado. Além disso, o repórter, ao deixar a redação, não tem certeza de qual será o tamanho do texto ou o tempo da gravação.

É normal o jornalista, inclusive, constatar que a hipótese formulada anteriormente – e que motivou a entrevista – não condiz com as informações que levantou. Isso significa que a PAUTA NÃO “RENDEU” tanto quanto foi pensada pela editoria. Algumas vezes, o próprio entrevistador, devido a uma agenda de contatos pouco apurada, conversa com um interlocutor errado.

Se o porta-voz observar e entender o ofício do comunicador, provavelmente evitará desgastes gravíssimos na relação com a mídia. Aliás, ao demonstrar que compreende o funcionamento da redação, o empresário só tende a FORTALECER OS LAÇOS que o ligam ao repórter.

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