Nem só com atividades terrenas se faz turismo no destino mais cobiçado em terras chilenas. Localizado no norte do Chile, o Deserto do Atacama tem condições climáticas que garantem poucas chuvas e mais de 300 noites de céu aberto por ano.
Créditos: Eduardo Vessoni
O deserto mais seco do mundo é considerado um dos melhores lugares do planeta para observação do céu, devido a suas condições favoráveis, como os mais de 2.400 metros de altitude, baixa umidade local e pouca luminosidade artificial.
E nem precisa ir muito longe para ver estrelas no deserto.
Créditos: Adhemar M. Duro Jr./European Southern Observatory – Flickr/Creative Commons
Em Ayllu de Sólor, a apenas seis quilômetros de San Pedro de Atacama, é possível passar 2h30 ouvindo histórias (e piadas) que o francês Alain Maury conduz durante seu tour astronômico.
E ficaríamos muito mais, não fossem as baixas temperaturas das noites no deserto, que chegam, facilmente, a zero grau.
“As pessoas não vêm até aqui para fazer um curso de astronomia e os tours bem-humorados são uma questão de sobrevivência. Não queremos ser como um ator que apenas lê o texto da peça”, comenta Alain.
Créditos: augenderkatzen/Flickr-Creative Commons
A visita a esse observatório aberto ao público é dividido em três partes: introdução ao tema, quando aprende-se a observar o céu a olho nu; e manuseio dos telescópios, quando os grupos vão à loucura com a possibilidade de fazer fotos com suas próprias câmeras.
A terceira etapa, depois de mais de duas horas sob as estrelas do deserto, um chocolate quente é servido no interior da residência dos responsáveis pelo tour.
Créditos: Eduardo Vessoni
Como é o tour astronômico?
As saídas são diárias e só são canceladas em noites de lua cheia ou de céu nublado.
Embora Alain Maury insista em afirmar que não se trata de um curso de astronomia, a gente não pode negar que saímos de lá com uma aula completa (pelo menos para leigos como nós), em que se aprende a reconhecer o que estamos observando, a entender um mapa do céu e até a encontrar as principais estrelas.
Créditos: Babak Tafreshi – European Southern Observatory/Flickr-Creative Commons
Tudo isso com um laser esverdeado, apontado pelos guias, que vai pintando aquele céu negro, manchado de estrelas.
Considerado o maior parque de telescópios da América do Sul, com aparelhos de até 70 centímetros de diâmetro, o Space conta com visitas guiadas em inglês, espanhol ou em francês.
Às saídas são às 21h (verão) e às 19h, nos meses de inverno.
Créditos: Eduardo Vessoni
Segundo explica a própria empresa, a região tem dois invernos: o inverno regular austral, que vai de julho a agosto; e o altiplânico, em janeiro e fevereiro, considerados os meses com mais probabilidade de noites nubladas.
Só para se ter uma ideia, apenas cinco noites não tiveram céu aberto, entre os dias 28 de agosto de 2004 e 5 de janeiro de 2006.
E a gente nem precisa lembrar que visitantes bem abrigados, certamente, aproveitam melhor a experiência.
ALMA: o maior projeto astronómico
Essa associação entre o ESO (European Southern Observatory), a estadunidense NSF e institutos do Japão, Canadá, Taiwan e Coreia, deu origem a esse projeto audacioso, formado por 66 antenas de alta precisão, a 50 km de San Pedro.
Infelizmente, não é possível conhecer a área das antenas, a cinco mil metros sobre o nível do mar, ou fazer visitas noturnas.
Créditos: Alessandro Caproni/Flickr-Creative Commons
Mas aos sábados e domingos pela manhã, um ônibus sai da cidade com passageiros que queiram conhecer o centro de apoio às operações do ALMA. D
urante o tour, o visitante passa pela sala de controle, laboratórios e por um transportador de antenas.
A entrada é gratuita e exige inscrição prévia no site do projeto.
SAIBA MAIS
SPACE (San Pedro de Atacama Celestial Explorations)
Calle Caracoles, 166 (centro de San Pedro)
Valor: 20.000 pesos chilenos (R$ 96, aproximadamente). A taxa inclui transporte de San Pedro, tour e bebida quente.
www.spaceobs.com
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