Candidatos à prefeitura de Florianópolis debatem o futuro do …

Recortada pelas belezas de suas praias, lagoas e vegetação nativa da Mata Atlântica, a Ilha de Santa Catarina tem despontado como um dos principais destinos turísticos no mundo. O setor, que representa um dos principais alicerces da economia de Florianópolis, necessita de políticas que viabilizem o turismo sustentável e que sejam capazes de driblar a sazonalidade da baixa temporada. Em 2015, o orçamento da Secretaria de Turismo foi de R$ 31 milhões, sendo que R$ 20 milhões foram empregados no Carnaval, festas de fim de ano e Fenaostra. Como alternativas, os cinco principais candidatos à prefeitura apontam o turismo cultural e de negócios como metas de gestão.

 

candidatos  - Reproduo/ND
Candidatos responderam sobre turismo- Reprodução/ND

Ângela Albino (PCdoB) – Aposta no turismo de negócios e esportivo para combater a sazonalidade da baixa temporada na cidade. Para a candidata, o setor, aliado à ciência e tecnologia, simboliza o futuro das atividades econômicas sustentáveis em Florianópolis: “Apostamos em ciência e tecnologia, na maricultura, na pesca e no turismo como alternativas de desenvolvimento econômico. Não com aumento de impostos. Na área de turismo há uma insegurança jurídica enorme. É preciso ter claro o que pode e o que não pode. O turismo de sol e praia já alcançou uma estagnação. Precisamos olhar para novas formas de mantermos a vocação turística da cidade, como o turismo de negócios e o turismo esportivo, que tem muito a ver com a cara da cidade. Nós temos Pedro Barros, campeão de skate, e o Guga Kuerten. No nosso governo educação física será obrigatória. Vamos investir em turismo esportivo”.

 

Angela Amin (PP) – Lembrou sua passagem pela prefeitura e falou em firmar parcerias com vias gastronômicas e facilitar a realização de eventos na baixa temporada. A candidata fala no turismo cultural e promete um calendário anual: “O prefeito tem que ser o grande facilitador para combatermos a sazonalidade. Faremos parcerias com escolas de gastronomia, para ampliar o que já começamos no Ribeirão da Ilha, no nosso governo, e em Santo Antônio de Lisboa. Quem ia para o Ribeirão da Ilha antes do nosso governo? Turismo de Florianópolis não pode mais ser só de sol e praia. O que não pode acontecer é a organização do Ironman, por exemplo, todos os anos enfrentar dificuldades para fazer um evento. Ou perdermos grandes eventos, como de surfe e o Futurecom. O turismo precisa ser planejado sob uma perspectiva de 360 graus, em todos os níveis e em todas as estações do ano, incluindo um calendário de eventos, como festivais de cinema e teatro, música, danças e competições esportivas”.

 

Elson Pereira (PSOL) – Defende o turismo sustentável como a grande saída para combater a sazonalidade com o que chama de economia criativa. Para o candidato, o argumento de que existe insegurança jurídica que impede o avanço de estruturas de turismo é um equívoco que não passa de desrespeito às leis federais que protegem o ambiente atrativo da cidade: “O turismo em Florianópolis sofre com a sazonalidade. Enquanto a temporada oferece 28 mil empregos, a baixa temporada tem 8.000 demissões. Nossa meta é combater e transformar Florianópolis na capital da economia criativa. Precisamos atrair mais festivais de cinema, teatro, explorar o turismo de eventos e esportivo, como surfe, skate e vela. Não é bem certo o termo insegurança jurídica. A cidade já forneceu alvará para empreendimentos que não poderiam, contrariando as leis federais. Isso pra mim não é insegurança jurídica, é a venda de facilidade do poder municipal que não poderia acontecer”.

 

Gean Loureiro (PMDB) – Promete criar um calendário anual de eventos entre março e a abertura da temporada de verão. O candidato aposta na desburocratização dos processos de concessão de alvará para eventos turísticos: “Florianópolis tem uma coisa que prefeito nenhum pode ignorar, que são as belezas naturais que trazem o turista para a cidade. O que precisamos para manter esse turismo é criar ambientes para que aconteça o ano todo. Criaremos um calendário de eventos anual que começará em março e vai até o fim do ano. Também vamos investir, obviamente, no turismo de eventos. Efetivamente as áreas de turismo e tecnologia são as que mais arrecadam na cidade. Com um grande evento por mês, a cidade vai capitanear isso, dando as licenças e sendo um aliado do turismo. O prefeito tem que assumir a dianteira, respeitando a legislação, mas permitindo que os atrativos que trazem o turista sejam preservados. Estarei ao lado de todos que querem investir na nossa cidade, trazendo mais empregos para o nosso cidadão”.

 

Murilo Flores (PSB) – Acredita que o turismo em Florianópolis não conseguirá se destacar como diferencial se a cultura da cidade e os equipamentos públicos para receber os visitantes não estiverem integrados ao setor: “Florianópolis tem que valorizar a diversidade da cidade. Nós temos uma cidade ímpar no mundo, com a Beira-Mar Norte moderna, Santo Antônio de Lisboa histórica e a Lagoa da Conceição ambiental, por exemplo. O Brasil tem 8.000 quilômetros de costa. Não é só dizer ‘venham para nossas praias’, mas sim dizer ‘venham para nossa cidade’, que tantas outras coisas tem para oferecer. Para se vender uma cidade como atração turística ela tem que ser diferente. Temos que investir no turismo de eventos. Temos o Centro de Eventos de Canasvieiras recentemente inaugurado pelo governo do Estado. Temos que ter esses equipamentos para atrair o público. E Florianópolis tem que ser a capital de entrada também para o turismo nas demais regiões, como o turismo na Serra. O turista tem que chegar pelo nosso aeroporto e ser acolhido antes de ir para o seu destino”.

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