Na capital paulista, a libertao do Carnaval de rua agregou festa at os punks, que agora ficam na cidade nos dias de folia.

Criado no ano passado, o bloco 77 Originais do Punk surgiu do desejo de “se sentir representado tocando o que gosta”, diz Emerson Barreto, 42, um dos fundadores.

“No dia em que samos, muitas pessoas da minha idade, que curtiam o punk rock l atrs, levaram seus filhos e tinha um monte de criana jogando confete para cima. Todas as tribos estavam se divertindo.”

Essa pluralidade combina com a gnese da festa, de livre manifestao, diz Rachel Teixeira Valena, autora do livro “Carnaval: para Tudo se Acabar na Quarta-feira” (ed. Relume-Dumara). “A rua o espao da liberdade.”

Eduardo Knapp/Folhapress

Carnaval de rua de Olinda

Mesmo numa cidade como Salvador, onde impera o ax, h espao para outros estilos, como o instrumental eletrnico da banda Baiana System –que tocar em trio independente sem cordas.

J em Ouro Preto (MG) h blocos como o Gaiola de Ouro, que toca sertanejo, e o Bandalheira Folclrica Ouropretana, que faz aluso s marchas militares.

No Rio, a maior parte dos blocos foca nas marchinhas e no samba. E, l, uma tradio sair fantasiado pelas ruas.

As amigas paulistanas Lusa de Moura Roberto, 25, e Julia Paccola, 26, comeam a costurar suas roupas dois meses antes e vo juntas para o Rio desde 2011. “A cidade respira a folia. A gente espera o ano todo por isso”, diz Lusa. “Os blocos tm muita diversidade, h fanfarra, marchinha.”

Em Olinda (PE), um dos grupos tambm atrai fantasiados – o Enquanto Isso na Sala de Justia, em que os folies se vestem como super-heris: Wolverine, Homem-Aranha e Mulher-Maravilha.

J em So Paulo a vestimenta no um item to comum. “Aqui, quem faz o Carnaval so os paulistanos que ficam na cidade. No Rio, h mais turistas. Acho que, quando voc turista, muito mais fcil se vestir de forma diferente”, diz Eduardo Piagge, 31, um dos diretores da Confraria do Pasmado.

O bloco, da Vila Madalena, em So Paulo, toca samba-enredo, marchinhas e outros clssicos carnavalescos.