Sem recursos, Turismo cria fundo para alavancar setor

Weber Sian / A Cidade

Com o menor orçamento entre as secretarias municipais – R$ 890 mil -, a pasta de Turismo buscará recursos junto à iniciativa privada para alavancar o setor. A proposta da prefeitura é lançar um completo guia turístico digital abrangendo os sete roteiros da cidade: gastronômico, 4C (café, cachaça, chope e cerveja), compras, parques, religioso, cultural e esportivo.

O material deve ser apresentado em dez dias. Para poder divulgar a iniciativa privada no guia turístico e receber pelo serviço, a prefeitura pretende criar o Fundo Municipal do Turismo (FMT). O projeto de lei, de autoria da prefeita Dárcy Vera (PSD), foi enviado à Câmara, ontem.

Parte da base governista já se reuniu com o secretário de Turismo, Tanielson Campos, e com o secretário-adjunto Elieser Guedes, para receber informações sobre o fundo municipal. Outros aliados do governo serão informados ainda hoje.

“É uma maneira inteligente de buscar outras fontes de renda. Esse fundo já existe em algumas outras cidades. É uma maneira de aportar recursos e utilizá-los exclusivamente para fomentar o turismo, ou seja, trazer de volta esse dinheiro para o município”, ressaltou o secretário, emendando que o projeto foi “bem recebido” pelos vereadores e que a reunião foi “produtiva”.

Segundo Tanielson, detalhes sobre a divulgação da iniciativa privada no guia – como, por exemplo, o preço cobrado pelo serviço -, serão discutidos nos próximos dias junto ao Conselho Municipal de Turismo.
“Talvez façamos como nas antigas listas telefônicas, todos os serviços são divulgados, mas haveria destaque para os nossos patrocinadores”, destacou.

Entretanto, o secretário antecipa que os valores cobrados para divulgação no guia não devem ser altos. “Vamos ver o que o mercado local está disposto a pagar. Avaliar a quantidade de acessos do guia. Caso contrário, não adianta, não vende espaço.”

Ainda de acordo com Tanielson, com o fundo, além de buscar patrocinadores para o guia, a secretaria poderá receber doações por parte da iniciativa privada, assim como recursos federais e estaduais.

Projeto foi feito com ‘sobra’ de verba federal

O projeto do guia turístico digital foi feito com sobra de recursos federais destinados a outras ações da Secretaria de Turismo, como instalação de placas, totens e guias turísticos.

De um convênio de cerca de R$ 800 mil, datado de 2011, sobraram R$ 160 mil. O Ministério do Turismo notificou a Caixa Econômica Federal, que, por sua vez, comunicou a Prefeitura de Ribeirão Preto sobre a necessidade de utilizar o restante da verba até o início do próximo mês – caso contrário a perderia.  

A administração apresentou quatro projetos, sendo dois aprovados pelo ministério e pela CEF. Além do guia online, o município já recebeu 40 placas turísticas de sinalização dos parques, porém R$ 10 mil serão devolvidos a União.