Mau estado da estrutura rodoviária põe em risco o turismo na Sicília

O mau estado de estradas e rodovias na Siclia, no sul da Itlia, pe em risco o turismo na prxima temporada de vero, especialmente aps a informao de que uma ponte de uma via fundamental da ilha ter que ser parcialmente demolida.

Trata-se da ponte Himera, na estrada A19, que conecta Palermo com Catnia (as duas maiores cidades, situadas em lados opostos da ilha). Ela deve ser derrubada porque sofreu danos irreparveis como consequncia de um deslizamento de terra.

A estrada importante porque atravessa o centro montanhoso da Siclia e conecta os extremos da regio, permitindo o envio de mercadorias e alimentos. Alm disso, uma das estradas mais usadas por turistas –por ela circulavam at agora nibus repletos de estrangeiros.

“Estou preocupado pelo turismo, porque a maior parte feita de nibus. Os turistas chegavam de avio ou em cruzeiros a uma ou outra parte da Siclia e depois se movimentavam pelos 25 mil quilmetros quadrados que tem a ilha”, explicou Agncia Efe o assessor de Infraestruturas da Siclia, Giovanni Pizzo.

Lalo de Almeida – 20.jul.2011/Folhapress

Costa de Panarea, ilha na costa da Siclia
Costa de Panarea, ilha na costa da Siclia

O desastre aconteceu quando um dos pilares que sustentam uma das duas pistas que formam esta ponte se movimentou por um deslizamento de terra e provocou o afundamento de parte da estrada, motivo pelo qual as autoridades locais tiveram que fechar um trecho desta via.

“Atualmente, o trfego est sendo desviado para estradas locais e as molstias so evidentes, os motoristas podem chegar a perder 40 minutos ou uma hora”, assegurou Efe o presidente da empresa nacional que administra a rede de estradas da Itlia, Pietro Ciucci.

Esta , no entanto, uma soluo temporria que no pode se prolongar no tempo, como tambm no possvel manter uma das duas pistas da ponte e reconstruir a outra, como reconheceu o ministro das Infraestruturas, Graziano Delrio.

Aps a demolio, ocorrer a reconstruo da ponte, um trabalho que pode demorar “entre 12 e 18 meses”, segundo o presidente da administrao rodoviria, e que ter uma despesa prevista de “30 milhes de euros”.

Ser um perodo longo demais para aqueles que, a cada dia, atravessam esta estrada, por isso, durante este ano e meio os habitantes da Siclia podero circular por um desvio cuja construo requereria “dois ou trs meses” a partir de agora.

“Temos a inteno de construir este desvio antes do incio da temporada de vero”, reconheceu Ciucci.

No entanto, a regio da Siclia assinou um acordo com a companhia ferroviria Treintalia para “pr disposio do pblico 14 trens de alta velocidade que permitiro atravessar a ilha em duas horas e 50 minutos”, em palavras de Pizzo.

At agora, o tempo mdio para chegar de Palermo a Catnia e vice-versa de carro pela A19 era de 2h42.

Para o prefeito de Catnia e presidente do Conselho Nacional da Associao Nacional de Municpios da Itlia, Enzo Bianco, “a Siclia ficou repartida em dois” com a interrupo da circulao nesta estrada e por isso ” necessrio atuar com rapidez” para voltar a conectar as duas grandes cidades.

” necessrio se movimentar para encontrar solues e continuar pedindo ao governo nacional que d uma resposta imediata a este grave problema que, vendo a carncia de infraestruturas que aflige a Siclia, corre o risco de causar um grande prejuzo a nossa economia”, apontou Bianco em declaraes Efe.

Rafael Mosna – ago.2011/Folhapress
Vincola Cusumano, em Ficuzza, na Siclia
Vincola Cusumano, em Ficuzza, na Siclia

A demolio desta ponte a ensima sofrida pelas vias da Siclia nos ltimos dois anos.

Neste tempo, ocorreu o desmoronamento de uma parte do viaduto Verdura em uma estrada que conecta os municpios de Agrigento e Sciacca, no lado oeste da ilha.

Mas, sem dvida, o caso que mais crticas suscitou foi o do viaduto Scorciavacche, na estrada Palermo-Agrigento, que foi inaugurado na vspera do Natal do ano passado e caiu apenas uma semana depois.

Neste contexto, o presidente da administrao rodoviria j comunicou ao ministro Delrio que renunciar em maio, aps a aprovao do balano econmico de 2014, embora Ciucci tenha insistido Efe que sua deciso “no tem nada a ver” com estes “fatos negativos”.