O empresário Juarez Valduga — que comanda a Casa Valduga em parceria com o irmão, João — não fala sobre faturamento com ninguém além de seu sobrinho Jonas, responsável pelas finanças da empresa. Nem mesmo com outros familiares envolvidos no negócio. “Para eles eu só falo sobre os prejuízos, que é para não se acomodarem”, brinca.
Mas não é preciso visualizar planilhas para ver que a marca — que ganhou fama pela produção e comercialização de vinhos e espumantes — tem crescido em diferentes direções. A atuação do grupo Valduga atualmente se estende às áreas de importação de vinhos, de fabricação de cosméticos à base de uva, de enoturismo e, a mais inusitada delas: a das cervejas especiais.
Com expectativa de “conquistar novos paladares e consumidores”, a Cervejaria Leopoldina — nova ramificação do grupo — começou a funcionar no ano passado e está pronta para, num período de dois anos, alcançar a marca de 300 mil litros por mês. Cinco rótulos já foram produzidos e começam a circular no mercado. Outros dois serão lançados nos próximos 40 dias.

Cerveja para harmonização
Criadas pelo sommelier Rodrigo Veronese, as duas caçulas da cervejaria são uma Trippel e uma Session Ale, que seguem o propósito da casa de produzir cervejas facilmente harmonizáveis com comida. A Session Ale, por exemplo, tem apenas 4,5% de teor alcoólico.
A inspiração principal de Veronese são as escolas cervejeiras belga, tcheca, americana, inglesa e alemã, cuja tradição nos fermentados é reconhecida no mundo todo. Num prédio onde antes funcionava a Domecq, no município de Garibaldi (RS), as cervejas da Leopoldina são elaboradas com maltes, lúpulos e leveduras importados da Europa e tecnologia de ponta.
Mas é o cuidado artesanal de Veronese que garante os diferenciais com os quais a cervejaria pretende enfrentar o mercado — e que já foram reconhecidos em março, no Festival Brasileiro da Cerveja, em Blumenau (SC). A Leopoldina Witbier ganhou medalha de prata na categoria Belgian – Style Witbier e a Leopoldina IPA recebeu bronze na categoria American Style India Pale Ale – IPA.
Distribuição em Brasília
De acordo com o gerente comercial da Cervejaria Leopoldina, Fernando Menezes Cruz, foi firmada uma parceria com a Super-Adega para vendas dos rótulos em Brasília. “Mas em breve deveremos entrar no mercado brasiliense também por meio de restaurantes e bares”, antecipa.
As cervejas, uma a uma:
Leopoldina Old Strong Ale (R$ 129)
Escura, de sabor que remete a frutas secas, nozes, mel e vinho do porto. É maturada em barricas de carvalho e tem a segunda fermentação dentro da própria garrafa. Vem em garrafa de espumante. Por ser concentrada e amarga, é indicada para paladares mais apurados. Teor alcoólico: 11%. Harmoniza com carnes de caça, massas condimentadas e queijos duros de sabor intenso.
Leopoldina IPA (R$ 25,90)
Típica American IPA com aroma de notas cítricas e florais. Elaborada com a técnica do dry hopping, que possibilita a inserção do lúpulo norte americano durante o longo processo de maturação, apresenta aroma intenso, com sabor e amargor característicos. Teor alcoólico: 6,5%. Harmoniza com pratos mexicanos, indianos e japoneses; peixes, empanados, hambúrguer e queijo gorgonzola.
Leopoldina Weissbier (R$ 24,90)
Do alemão, Weißbier, que significa tanto cerveja clara como cerveja de trigo, é extremamente refrescante e apresenta aromas de cravo e banana. Elaborada com malte de trigo e de cevada, não é filtrada, apresentando aspecto turvo, sabor leve e frutado. Teor alcoólico: 5%. Harmoniza com queijos macios e suaves, atum, saladas, bolinho de bacalhau e frutos do mar.
Leopoldina Witbier (R$ 14,90)
Tradicionalmente produzida na Bélgica e na Holanda, a witbier (“cerveja branca”, devido às proteínas do trigo e ao fermento que a deixam com uma coloração dourado claro de aspecto turvo) possui um toque adocicado e cítrico, provenientes do limão siciliano e do coentro. Teor alcoólico: 4,5%. Harmoniza com queijo de cabra, camarão, lula e mariscos, saladas e escondidinho.
Leopoldina Pilsner (R$ 22,90)
Elaborada com maltes especiais e lúpulos da região de Plzeň, na República Tcheca, a pilsner ou pilsen é do tipo pale lager, cerveja clara, de baixa fermentação. Não filtrada, com colarinho branco de excelente textura e consistência, apresenta aromas de notas florais e levemente maltadas.Teor alcoólico: 5%. Harmoniza com todos os tipos de queijos, comidas de boteco, frutos do mar, peixes, aves e feijoada.
