
Esqueça os cafés de Montmartre ou as avenidas de Manhattan — neste ano, o brasileiro quer mesmo é caminhar pelas trilhas da Chapada, colher morangos em sítios no interior de São Paulo e terminar o dia diante do pôr do sol em Jericoacoara. Segundo um levantamento realizado pela Booking.com, 58% dos viajantes brasileiros declararam preferência por explorar o próprio país em vez de embarcar para destinos internacionais. E os números não mentem: só no primeiro trimestre, mais de 23,7 milhões de passageiros embarcaram em voos domésticos.
A tendência é clara — e revela uma mudança de comportamento no imaginário do viajante brasileiro. Se antes o ideal de férias envolvia atravessar oceanos, agora ele pode estar a poucas horas de carro ou em um voo curto e sem escalas. O que move essa decisão? Facilidade no planejamento, custos mais acessíveis, variedade de experiências e, principalmente, um novo desejo de se reconectar com o que é local.
“O Brasil é um país de dimensões continentais, que possui experiências para todos os gostos”, afirma Celso Sabino, ministro do Turismo. “Com certeza, o brasileiro vai se surpreender.”
E tem se surpreendido. Em Jundiaí, por exemplo, o Sítio Fragole se transformou em um microdestino de imersão sensorial. Ali, entre fileiras de morangos, o visitante pode colher suas próprias frutas, saborear um café colonial repleto de geleias e licores artesanais e, por algumas horas, viver a experiência de um tempo que caminha mais devagar. A prática, conhecida como colha e pague, faz parte de uma onda de turismo rural experiencial que tem ganhado força — oferecendo não apenas produtos frescos, mas histórias, aromas e a lembrança de uma vida mais simples.
Os dados da pesquisa da Booking.com revelam o que os brasileiros mais buscam ao planejar sua próxima viagem: segurança, bom clima, custo-benefício, paisagens naturais e uma gastronomia que fale diretamente com os sentidos. E mais: simpatia local, praias exuberantes e atividades para todas as idades são os grandes trunfos que mantêm o turismo doméstico aquecido.
Do litoral ao sertão, das florestas tropicais às metrópoles pulsantes, o Brasil oferece algo que nenhum outro país pode oferecer aos brasileiros: o sentimento de pertencimento. Uma viagem que é descoberta — mas também retorno.
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