Voar de balão sempre esteve em nossa lista, mas isso exigiria aperto no orçamento. Enfim, depois que descobrimos que na Capadócia um voo custaria entre €200 e €250 por pessoa, começamos a desanimar, pois esse valor foge completamente do nosso budget de viajantes em volta ao mundo.
Incansáveis e longe de desistir, dessa “Missão Balão”, descobrimos que o Egito poderia realizar este desejo a um custo muito menor. É que por conta das dificuldades sofridas pelo país, tudo lá está inacreditavelmente barato e acabamos encontrando um voo em Luxor por US$ 30 (cerca de R$ 95), por uma hora de sobrevoo no Vale dos Reis, local onde estão localizadas as tumbas dos antigos faraós, inclusive Tutancâmon. Voar por um cenário tão importante historicamente, passando sobre o rio Nilo e cruzando toda cidade de Luxor também tem muito valor.
Enfim, o importante é que iriamos voar. Nos juntamos a outros amigos de viagem e montamos um grupo. Três canadenses residentes em Nova York e um casal australiano que mora na Costa Rica ajudaram a tornar aquela manhã ainda mais especial.
Nos juntamos todos na van da equipe e fomos para o Vale dos Reis, local de decolagem. No caminho, um café já dentro da embarcação que usamos para atravessar o Nilo e as primeiras instruções. Confesso que eu estava relativamente apreensivo com aquilo. Voar de balão já não é lá muito seguro. Ainda mais sendo no Egito, em meio àquela bagunça e por aquele preço. As chances de dar problemas me pareciam enormes.
Créditos: Arquivo pessoal
Turma reunida no final do voo de balão sobre o Vale dos Reis, no Egito
No local da decolagem toda essa preocupação passou e deu lugar à ansiedade de voar. Ver aqueles balões ali sendo preparados, o barulho dos ventiladores, os maçaricos aquecendo o ar, aquele calor na pele, o falatório de todos empolgados ao redor foi nos deixando pilhados para voar sobre os túmulos dos faraós.
Fomos o terceiro a decolar, em meio a um total de cinco. Depois das instruções do piloto e uma troca de cilindro de gás de última hora, começamos a subir. Os momentos de silencio eram deliciosos. Junto dele, sentíamos um vento fraco e as vezes um calor muito forte vindo do maçarico, que interrompia o silêncio e trazia um barulho meio assustador. Quanto mais tomávamos altura, mais longe a visão alcançava no horizonte. De um lado o deserto do Saara e o Vale dos Reis e do outro a cidade de Luxor, com o imponente Rio Nilo. Para completar a pintura, o sol ia nascendo e colorindo de forma especial tudo que podíamos ver.
Tudo tranquilo até que iniciamos o pouso. Ao aproximar-se do chão, o piloto abre a parte superior do balão e o cesto vai quicando e arrastando até parar. No final tudo deu certo e bateu uma vontade enorme de fazer aquilo tudo de novo. Quem sabe na capadócia conseguimos repetir a dose para contar e mostrar tudo de novo para vocês. Isso vai depender de alguma negociação muito boa, pois o orçamento é apertado. Por enquanto, acompanhe esse voo de Luxor no nosso canal. Se quiser acompanhar a viagem, se inscreva no canal e no Instagram. Até a próxima!
Um casal que decidiu parar tudo e sair para uma viagem de volta ao mundo. Eles deram um tempo na carreira de advogado e comissária de voo, para curtir um sabático de 18 meses.
Rede Viagem Livre
Este conteúdo – assim como as respectivas imagens, vídeos e áudios – é de responsabilidade do usuário Viver por Ar e Mar da Rede Catraca.
O Catraca Livre disponibiliza espaço no site para que qualquer interessado possa contribuir com cidades mais acolhedoras, educadas e criativas, sempre respeitando a diversidade de opiniões.
As informações acima são de responsabilidade do autor e estão sujeitas a alterações sem aviso prévio.